Você está em: Memória > Revista Giro > Edições Anteriores ''Informativo Giro'' > Giro 14 – Fevereiro 2008 > por aí - Experiência de vida em uma “cidade Resort”
Por Flavia Freguglia de Lima, aluna do 8º período do curso de Turismo da UFJF.
Fazer um intercâmbio sempre foi algo distante para mim, até que comecei a perceber como essa experiência poderia fazer grande diferença para o meu futuro profissional. Decidi então que era isso que queria. Não foi fácil, tive que convencer meus pais, conseguir dinheiro e sem falar no tão temido visto de entrada. Corri muito atrás e consegui. Em agosto de 2007 lá estava eu, embarcando para aquilo que considero hoje a melhor experiência da minha vida.
Meu destino foi o Canadá, mais especificamente Banff, um Parque nacional, Patrimônio da Humanidade pela UNESCO e localizado nas famosas Rocky Mountains.
Paraíso do Ski e snowboarding, no inverno, e excelente destino para ciclistas e amantes da natureza, no verão, Banff recebe cerca de cinco milhões de turistas anualmente e para tanto dispõe de uma ótima infra-estrutura turística, contando com um grande número de hotéis, bares, restaurantes, centro de informações turísticas, lojas de souvenir, sinalização tanto básica como turística e opções de lazer para todas as idades.
No começo fiquei muito assustada com a realidade da cidade. Banff é aquilo que os canadenses chamam “Resort Town”. Um lindo cenário, distante de tudo, onde você é turista ou trabalha para atendê-lo; um lugar onde a “população”, que aqui podemos comparar aos funcionários do resort, é formada por pessoas de todas as partes do mundo. Pessoas essas que ali vivem por algum tempo, mas que logo se vão deixando sua “vaga” para outro.
A vaga oferecida pelo programa de intercâmbio era como camareira em um Hotel da rede Delta. A princípio o emprego não atendia meus objetivos, uma vez que trabalhava a maior parte do tempo sozinha e não tinha a oportunidade de praticar a língua inglesa como desejava. Porém, com o passar do tempo percebi que viver a rotina de um hotel, ampliou muito a minha visão sobre a hotelaria, sobre a necessidade de relacionamento entre os departamentos e também sobre “o que não se deve fazer”, é claro.
Digo isso porque apesar de constituir uma das mais conceituadas redes hoteleiras do Canadá, o Hotel apresentava uma administração familiar e, no que tange ao departamento de governança, uma grande falta de profissionalismo. As falhas eram nítidas, faltavam controles, planejamento e até mesmo coisas simples e essenciais como toalhas, lençóis e aspiradores de pó.
Quanto a língua inglesa, meu principal objetivo, acho que obtive os resultados. Fiz um curso rápido de dois meses, mas a principal escola foi o dia a dia, no contato com as pessoas. Aliás, o que foi bem complicado, pois além das dificuldades normais com vocabulário e a utilização de muitas expressões, morar em banff fez com que tivesse que me adaptar a grande variedade de pronúncias. Havia o inglês dos canadenses, dos australianos, dos escoceses, ingleses, holandeses, filipinos, japoneses, coreanos etc. cada um com suas peculiaridades. Um verdadeiro festival de “what?” “Whar?”.
Durante os quase seis meses que vivi na cidade tive a oportunidade de conhecer e conviver com pessoas de diferentes origens, hábitos e culturas, o que foi muito difícil, mas também muito enriquecedor. Aprendi muito com todos que cruzaram meu caminho, principalmente a me conhecer melhor. Amadureci muito tanto pessoalmente como profissionalmente.
Banff é para mim o paraíso, onde encontrei pessoas do mundo inteiro e com os mais variados objetivos, fiz amizades inesquecíveis, vivi os melhores e os piores momentos da minha vida e depois deixei, trazendo apenas as melhores lembranças, dos dias mais lindos e das noites mais animadas que uma pessoa pode viver.
Graduação em Turismo
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