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Nos dias 12 e 13 de dezembro, o Curso de Turismo recebeu professores do Programa EICOS – Pós-Graduação em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social – da UFRJ. O objetivo da vinda de Rosa Pedro, coordenadora do Programa, Marta Irving, vice-Coordenadora e Marcos Jardim, Diretor do Instituto de Psicologia da UFRJ, é firmar uma parceria entre o EICOS e o Departamento de Turismo, para que um programa de pós-graduação seja criado em Juiz de Fora.
O Giro conversou com os professores para saber quais são os próximos passos dessa parceria…
1 – Qual o objetivo da vinda?
Marta: A Missão Técnica de Cooperação é resultante de todo um trabalho que a gente já está fazendo junto com a Universidade de Juiz de Fora, não através de um projeto formal, mas através de parcerias: alunos de vocês que hoje são nossos alunos de pós, professores que foram formados em nosso programa e hoje são professores aqui, a gente tem alguns projetos na linha de pesquisa de pós que envolvem pessoas daqui e de lá. Dessa forma, a missão técnica responde a uma demanda da Universidade de Juiz de Fora para que as relações entre o programa EICOS do Instituto de Psicologia da UFRJ e a UFJF sejam estreitadas, para futuras parcerias, projetos, capacitação, desenvolvimento de pesquisa. É uma missão institucional para tentar avaliar as potencialidades e o que a gente pode fazer junto.
2 – Esse tipo de parceria com o Programa Eicos é inédito ou feito com outras instituições?
Marta: Trabalha já em um processo de parceria, não só com instituições no Brasil, mas outras instituições políticas públicas, ministérios, agências de pesquisa etc. Temos redes de parcerias com instituições internacionais como, por exemplo, a Universidade Santiago da Compostela, na Espanha e o Museu de História Natural, de Paris. Na verdade tem um elenco de projetos de cooperação que estão em curso e a UFJF seria uma parceira importante nesse leque que a gente está construindo para o trabalho em rede com universidades públicas também.
Rosa: Essas parcerias, na verdade, acabam envolvendo diferentes modalidades, por isso as parcerias interinstitucionais, com outros grupos, do Brasil, de universidades e outros órgãos de políticas públicas e no exterior. E cada articulação desenvolve propostas diferenciadas, que fazem parte do nosso modo de trabalhar em articulação, em parceria, em rede. Esse é o diferencial da proposta do nosso programa, que tem sido bastante estimulado, felizmente.
Marcos: O que é importante mostrar é o seguinte: já existe uma afinidade e um trabalho sendo feito entre UFJF e o Programa EICOS. Mas existe a possibilidade de dar um passo além, criar novas possibilidades e é isso que está sendo feito. O que a Marta está propondo é que essa experiência acumulada que ela tem, fruto dessa rede internacional, de apresentação de trabalhos etc, possa ser disponibilizado através de um acordo que já tem uma amplitude maior. Esse é que é o objetivo.
3 – Quais são as possibilidades aqui na UFJF?
Marta: A reunião foi para discutir esse tema. A primeira grande oportunidade é trabalhar a composição e o fortalecimento de grupos de pesquisa, principalmente focando na área de turismo, por meio dos professores do Turismo, que trabalham com a graduação nesse momento. Há o reconhecimento desta equipe de que seria importante começar a fortalecer esse programa de pós-graduação. E a pesquisa é o elemento central. A outra coisa seriam os projetos de cooperação interinstitucional, entre o nosso programa e o curso de Turismo, envolvendo outras unidades também, no sentido de formação de um próprio programa de Mestrado, em um primeiro momento, que pode ser já a base de um programa de longa duração de pós-graduação. E a terceira coisa seria reunir a realização de algumas atividades, que seriam projetos de parceria, como a gente começou com a semana do turismo, cursos eventuais de extensão ou de capacitação, de intercâmbio de professores e alunos e isso pode fazer parte de uma rotina que ainda não existe. A idéia é pensar como transformar isso em um projeto de cooperação de médio e longo prazo.
Rosa: Na verdade, existe um estímulo para que essas instituições formem redes, formem parcerias. Mas essas coisas não se fazem de cima para baixo, é preciso que se crie uma cultura, um esforço conjunto, uma estratégia conjunta de pesquisa, de investigação de atuação, para que isso acabe redundando em linhas de pesquisa comuns e também em, futuramente, pós-graduações, mestrados e doutorados. A gente está, na verdade, trabalhando nessa construção, não adianta construir por cima, se não está devidamente consolidada, estruturada e o trabalho é nessa direção. E eu acredito que o objetivo, sobretudo do departamento de turismo, seja ter uma pós-graduação autônoma, consolidada, com linhas de pesquisa próprias, com mestrado e doutorado no futuro. Nesse momento, temos isso consolidado, a UFRJ, no Programa EICOS e essas parceiras. Esperamos que o Turismo da UFJF trabalhe nesse sentido de construção de algo próprio e que a gente possa também, a partir desse contato em Juiz de Fora, solidificar e ampliar o nosso trabalho. É uma parceria de mão dupla, que vai nessa direção: que a consolidação do projeto de pós do Turismo não seja algo que se criou do nada, mas ser fruto de uma coisa que vai se construindo, progressivamente, a partir das linhas de pesquisa, articulação com a graduação, trabalhos conjuntos….
4 – Existem prazos para que o Programa de Mestrado de Pós-Graduação seja implementado?
Rosa: Temos metas, prazos ainda não, afinal estamos começando a trabalhar agora.
Marta: O marco zero é agora, e tudo está sendo discutido. Provavelmente teremos algumas reuniões técnicas já em janeiro de 2008, com os professores do Turismo, para começar a pensar o esboço do projeto e como as duas equipes trabalharão juntas. Sendo realista, acho que teremos algumas atividades no segundo semestre de 2008.
Rosa:Pensando também que esse marco zero não é do nada, é um marco zero para essa formalização institucional, mas que já tem um lastro, que certamente favorecerá o caminhar dessas coisas, pois já existe algo anterior, que já está em andamento.
5 – Há projeto para o MINTER? O que é e como funciona?
Rosa:O MINTER é uma cooperação, em que um determinado programa ou departamento apresenta uma proposta de mestrado, trabalha em cooperação com outro programa, que já tem uma proposta de mestrado com a qual sente afinidade. A idéia é que o MINTER seja um programa temporário, onde um programa já consolidado trabalhe adequando um pouco as suas linhas de pesquisa, formas de atuação, à demanda desse curso, no caso o Turismo, que quer criar a sua pós-graduação, o seu Mestrado. Isso é uma possibilidade real para nós, nesse momento, entre o programa EICOS e a UFJF. A intenção do MINTER é que, no futuro, o resultado seja promissor e que a partir daí o próprio Departamento de Turismo possa pensar na proposição de um programa próprio de mestrado.
Marta:É basicamente o plantio, estaremos preparando as terras para o mestrado em Turismo. Além disso, permite exercitar a troca entre as duas instituições, com aluno de cá, de lá. Formalmente, é uma troca institucional de linhas de pesquisa, em que cada instituição conhece a outra. Isso é necessário para que se crie um projeto em longo prazo mais duradouro.
6 – Como funcionará o MINTER?
Rosa:Há uma flexibilidade na operacionalização desse projeto. O que temos que saber é o que queremos para, a partir daí, pensarmos como fazer para atingir o objetivo. Existem disciplinas que precisam ser ministradas, número limite de alunos etc. É preciso pensar em uma seleção de mestrado que seja para o curso de Turismo, como proceder para que algumas disciplinas sejam ministradas em Juiz de Fora, outras no Rio de Janeiro. Primeiro é preciso ter um bom projeto, para depois operacionalizar como será o processo de ida e vinda dos professores que, certamente, terá que acontecer para que as aulas aconteçam, pois o objetivo final é que dissertações sejam defendidas e mestres sejam formados.
Marta: No projeto a gente tem que trazer o conceito de como vai ser isso, quem vai estar por trás, quais são os objetivos, qual vai ser a identidade do programa e depois como operacionalizar isso: de que forma, quais os tipos de troca, de disciplinas, de material pedagógico. Tem dois lados, um lado que é o conceito do projeto e outro que é a sua operacionalização e é nisso que estaremos trabalhando em 2008.
Graduação em Turismo
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