Você está em: Memória > Revista Giro > Edições Anteriores ''Informativo Giro'' > Giro 03 - Setembro 2006 > Reportagem - Pegue uma carona
Pedir carona é uma prática mais antiga do que se pode imaginar. Desde a invenção da roda e, posteriormente, dos meios de transporte, o homem pega carona no veículo do vizinho para chegar onde quer. O próprio termo “carona” vem do nome da parte traseira dos animais de carga, que vez ou outra carregava pessoas, gratuitamente, para aproveitar a viagem. O hábito de pedir e dar carona está de tal forma instituído, que várias universidades aderiram à moda e instalaram pontos específicos para tentar ajudar os caronistas a economizar o dinheiro da passagem.
Aqui na UFJF, os pontos de carona existem desde o primeiro semestre desse ano, e para os estudantes, isso contribuiu para que os motoristas percam o medo de dar carona. “A partir do momento que a própria Universidade aprova a prática da carona, os motoristas ficam mais tranqüilos e têm um incentivo extra para nos ajudar”, comenta o estudante de Comunicação, Marcelo Barbosa. Mas mesmo com os pontos, não é tão fácil conseguir carona. Alguns alunos reclamam, por exemplo, da localização dos mesmos. “Os pontos ficam muito perto de curvas e dos pontos de ônibus, o que dificulta a parada dos motoristas”, lembra a aluna de História, Edlaine Eiterer.
Dentro da Universidade, os locais favoritos dos alunos que pegam carona são as duas entradas da UFJF. “São locais onde as pessoas já estão acostumadas a ficar, e é até mais fácil para os carros pararem nesses lugares”, observa o estudante de Letras, Jorge Luís Mendes. Nesses locais existem horários em que é mais fácil conseguir carona. “No final da tarde e na hora do almoço passam mais carros por aqui, e coincide de pessoas mais legais que gostam de dar carona passarem, então fica mais fácil”, completa. A estudante de Comunicação, Ingrid Borges, é uma das que está acostumada a oferecer as vagas que sobram em seu carro. “Eu fico com pena das pessoas, e não custa nada dar uma carona. Mesmo porque quando estou sem carro também costumo descer de carona”.
Apesar de ser uma prática pouco usual na UFJF, em muitas instituições de ensino as pessoas oferecem carona em viagens dividindo os gastos para economizar no combustível. Outras pessoas são ainda mais ousadas. Elas arrumam as malas e viajam sem rumo, decidindo seu destino de acordo com as caronas que conseguem. Quem resolver aderir a essa prática deve tomar certas precauções. Existem sites como o mochileiros.com que trazem dicas e depoimentos de pessoas que já estão acostumadas a viajar “apontando o dedão”, e podem ajudar muito na hora de planejar uma viagem. Outros sites estão se especializando em servir de catálogo para quem procura companhia para ir à faculdade ou viajar pelo país. É o caso do ocarona.com.br, onde se pode pedir ou oferecer carona para qualquer destino.
Perigos à parte, a verdade é que pedir carona pode ser uma experiência enriquecedora. Muita gente faz amizades, conhece novos lugares e faz até mesmo contatos profissionais através da carona. Afinal, mais que uma forma de viajar, a carona é um estilo de vida. Então, basta arrumar sua mala e partir para o asfalto.
Graduação em Turismo
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