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Curso de informática promove inclusão social de deficientes auditivos

A turma conta com dez alunos deficientes auditivos

Com o objetivo de promover a inclusão social e a cidadania por meio da inclusão digital, desde 2010 o projeto Escola de Informática e Cidadania (EIC) oferece aulas de informática básica para turmas de deficientes auditivos. Segundo o professor do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Juiz de Fora (DCC/UFJF), Tarcísio Lima, coordenador da iniciativa, a demanda surgiu da própria sociedade. “Havia bastante procura. Assim, o que coube a nós foi institucionalizar o projeto na Universidade.”

As turmas contam com dez alunos e o curso tem duração de um ano. Ao final, os participantes recebem certificado emitido pela Pró-Reitoria de Extensão, que atesta não só a frequência como também o aproveitamento do estudante. As aulas são realizadas na Escola de Informática e Cidadania do bairro São Mateus, localizada no prédio da Associação das Damas de Caridade de São Vicente de Paulo, cujo trabalho principal tem relação direta com as atividades desenvolvidas pela Sociedade de São Vicente de Paulo. “Na iniciativa, a entidade é nossa parceira, já que empresta o local e o seu trabalho voluntário para a sustentação da escola. Entretanto, nosso projeto não possui qualquer cunho religioso”, explica Lima.

Estrutura adaptada

Com o curso, Felipe espera conseguir uma melhor colocação no mercado de trabalho

Felipe Andrade, 25 anos, trabalha como web designer e é aluno do curso. Ele ingressou na turma em fevereiro de 2011 e viu na iniciativa uma chance de complementar o currículo e conseguir uma boa posição no mercado de trabalho. “Estou tendo um bom aproveitamento, pois aqui temos toda uma estrutura adaptada, as explicações do professor são claras, contamos com intérpretes e ainda temos um aparelho de data show, que torna a aula visualmente melhor e mais fácil de ser compreendida.”

Lucas Aguiar, aluno do sétimo período do curso de Ciência da Computação, é o bolsista responsável pela turma de surdos. Ele decidiu participar da iniciativa há dois anos, pois acredita que a ação extensionista é uma ótima oportunidade de aprender a lidar diretamente com as pessoas, distribuir conhecimento e ajudar a comunidade. “Aprendi a ver o ritmo de cada aluno, ser mais paciente e a perceber os problemas que ocorrem fora da minha zona de conforto”. O bolsista ainda afirma que, a partir do contato com os alunos deficientes auditivos, passou a ter uma visão diferente da sociedade. “Gosto demais do meu trabalho. Poder ensinar meus conhecimentos para eles e, ao mesmo tempo, aprender com a experiência de vida de cada um deles, é um grande aprendizado para mim.”

Apoio

Para ministrar a aula, bolsista conta com apoio de intérpretes

Para o auxílio na comunicação entre bolsista e alunos, o projeto conta com o apoio das intérpretes Sonia Leal e Carla Couto, servidoras da UFJF, que acompanham o trabalho. “Outros intérpretes, algumas vezes, substituem as duas servidoras e há também o trabalho voluntário da mãe de uma das alunas”, conta o coordenador Tarcísio Lima.

Para cumprir o papel social da promoção da cidadania, a iniciativa também realiza outras ações de pertencimento social. Eventualmente, são programadas visitas a pontos turísticos e culturais de Juiz de Fora, como o Cine-Theatro Central e a Usina de Marmelos.

Inscrições
Os interessados em participar da turma para deficientes auditivos devem entrar em contato com a secretaria da EIC São Mateus a partir do mês de fevereiro e preencher o cadastro de inscrição. A mensalidade é de R$ 30.

Outras informações: (32) 3232-2216