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Religiões e Diálogo

DESCRIÇÃO DA LINHA DE PESQUISA:

Esta linha de pesquisa visa abordar as distintas reflexões realizadas no âmbito da teologia, da fenomenologia e das religiões comparadas envolvendo a temática do diálogo e do pluralismo religioso, bem como dos novos desafios religiosos que acompanham a modernidade plural.

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Projetos:

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NATUREZA: OS OLHARES DAS RELIGIÕES/RENATURA

Justificativa/Caracterização do Problema Um dos desdobramentos mais interessantes e potencialmente mais fecundos da agudização da consciência da crise ambiental global foi a releitura levada a cabo pelas diversas tradições religiosas, tanto de suas matrizes ideológicas, bem como de suas práticas, pela perspectiva ecológica. A julgar pelo número de publicações a respeito, a natureza parece ser, hoje, um dos principais focos de atenção das áreas ligadas às ciências da religião, representando, provavelmente, um dos principais espaços de diálogo entre o campo da ecologia e a área das humanidades. O ponto de partida de tal releitura crítica ecocêntrica no meio acadêmico ocidental pode ser considerado o influente artigo de Lynn White, Jr. publicado em 1967 na revista Science. Lá, Lynn White debitava parte da  responsabilidade pela crise ambiental que já se avizinhava à instrumentalização da natureza com o respaldo do texto bíblico. Tal instrumentalização repercutiria ainda no antropocentrismo exacerbado do humanismo renascentista, cujo coroamento pode ser localizado no projeto cartesiano que separava não só o corpo do espírito como também isolava o ser humano do mundo natural, subordinando esse àquele. Segundo alguns autores, a crise ambiental na sociedade moderna se estabeleceu quando se percebeu os limites de uso da natureza, ou seja, todos os recursos e serviços ambientais não poderão se prolongar para sempre. Aliado a este fato, o modelo produtivo atual é gerador de danos socioambientais não contabilizados no processo econômico, cujo resultado está associado ao aquecimento global, desertificação de áreas agrícolas, contaminação e redução dos estoques de recursos hídricos etc. Vale dizer, o passivo ambiental que ora se testemunha, potencializado pela exploração irrefletida de recursos naturais finitos segundo um modelo de consumo globalizado seria, por isso, um dos corolários inevitáveis daquela lógica teológica antropocêntrica preconizada e legitimada pela tradição judaico-cristã. Nesta perspectiva, o abismo da crise ambiental que constatamos hoje colocaria em cheque todo o pedigree religioso/ideológico do edifício teórico e prático do mundo ocidental. Contudo, não obstante as diferenças profundas, tanto do ponto de vista das crenças bem como das práticas entre as tradições abraâmicas monoteístas judaico-cristãs e as tradições orientais como o hinduísmo, o budismo e o taoismo ? tradicionalmente considerados mais sensíveis em relação a pertença humana e sagrada ao espaço natural – essas também não escapariam incólumes frente ao colapso ambiental na China e na Índia contemporâneas, e são testemunhas de que, debalde as singularidades civilizatórias sistêmicas de todas aquelas tradições, dificilmente poder-se-ia dizer que o mundo oriental, dentro do quadro de seus valores espirituais, tenha conseguido gerenciar a contento a subordinação da natureza aos interesses mercadológicos do capitalismo tecnológico globalizado. É, contudo, importante frisar que, sejam quais forem as alternativas propostas para a diminuição e reversão da crise ambiental atual, a importância das religiões organizadas, enquanto sistema de crenças e práticas que comandam o respeito e a observância por parte de bilhões de aderentes, podem ser agora, graças em parte àquela releitura referida, consideradas parte da resposta, não obstante poderem ter sido, até então, parte do problema. Destarte, resta fundamental uma reflexão crítica da relação entre natureza e religião em suas especificidades culturais civilizatórias, abarcando as suas dinâmicas discursivas e práticas, alcançando, por isso mesmo, suas respostas frente aos desafios impostos pelas técnicas, pelos modelos econômicos e políticos, bem como as suas representações simbólicas e artísticas, sendo este conjunto de discursos e práticas, o perímetro que serve de ponto nodal para a consecução deste projeto.

EQUIPE:
Pesquisadores:
Prof. Dr. Clodomir Barros de Andrade (Responsável)

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O projeto visa aprofundar o tema das relações inter-religiosas a partir da investigação de iniciativas exemplares envolvendo buscadores de tradições religiosas diversificadas que procuraram vivenciar a experiência singular de aproximação espiritual com outras tradições de fé. A pesquisa parte das iniciativas realizadas no âmbito do cristianismo, envolvendo peregrinos do diálogo como Henri Le Saux, Raimundo Panikkar, Bede Griffiths e Jules Monchanin (no diálogo com o hinduísmo); Louis Massignon (no diálogo com o islamismo); Thomas Merton (no diálogo com o budismo) e François de l´Espinay (no diálogo com o candomblé). E ganha continuidade na abordagem de buscadores de outras tradições religiosas que viveram igualmente esta experiência de liminaridade.
EQUIPE:
Pesquisadores:
Prof. Dr. Faustino Luiz Couto Teixeira (responsável)
Prof. Dr. Volney José Berkenbrock
Alunos:
Ênio Marcos de Oliveira
Norma Ribeiro Nasser Salomão

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Ecumenismo

Busca analisar a história e perspectivas do movimento ecumênico. Num primeiro momento, busca resgatar a história do movimento ecumênico demonstrando sua importância e significação na luta pela democratização e humanização da vida. Num segundo momento, visa analisar as dificuldades, impasses e desafios que os condicionamentos históricos (culturais, religiosos, políticos, econômicos e sociais) oferecem à proposta de diálogo religioso e cultural.
EQUIPE:
Pesquisadores:
Prof. Dr. Zwinglio Mota Dias (responsável)

Alunos:
Fábio Henrique Pinheiro de Abreu

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Estudos de Mística Cristã e Islâmica

O projeto visa recolher e aprofundar os estudos realizados sobre a mística nas tradições cristã e muçulmana, sobretudo a questão da linguagem, do itinerário e da união mística, tendo uma peculiar atenção aos temas que suscitem uma perspectiva comparada.
EQUIPE:
Pesquisadores:
Prof. Dr. Faustino Luiz Couto Teixeira (responsável)
Prof. Dr. Jimmy Sudário Cabral
Alunos:
Adriana Brega Quinet de Andrade – mestranda
Luciana Ignachiti Barbosa – doutoranda
Maria Suzana Figueiredo Assis Macedo – doutoranda

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Propõe abordar a complexa relação entre identidade e pluralismo religioso na modernidade, tendo por base as reflexões tecidas no âmbito da teologia do pluralismo religioso. Visa também observar e analisar, com base na fenomenologia da religião, a dinâmica da religiosidade de grupos específicos ou devocionais em seu diálogo com o contexto mais amplo.
EQUIPE:
Pesquisadores:
Prof. Dr. Volney José Berkenbrock (responsável)
Prof. Dr. Faustino Luiz Couto Teixeira
Alunos:
Arlete Rodrigues Vieira de Paula
Augusto César Dias de Araujo
Edmar Avelar de Sena
Mônica Ciscotto Magalhães
Pedro Antônio Pires Nogueira
Reinaldo da Silva Júnior

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Religião e Laicidade

O projeto visa abordar a complexa relação entre religião e política no âmbito da cultura ocidental moderna, levando-se em consideração que esta complexidade instala-se a partir de uma dissociação história promovida pelo advento do cristianismo. Não sendo mais uma religião doméstica nem tampouco nacional, o cristianismo reporta-se à humanidade inteira e, assim procedendo, transforma a própria idéia de “governo” e de “estado”. Tendo-se em vista que nos países ocidentais de tradição cristã a laicidade do Estado é parte constitutiva da modernidade, o projeto em curso coloca-se na perspectiva de uma interrogação filosófica sobre o papel político da autoridade espiritual no contexto pluralista do Estado-nação, levando em conta três planos: a constituição de uma comunidade espiritual, a legitimação do poder político, a relativização e a critica da política.
EQUIPE:
Pesquisadores:
Prof. Dr. Wilmar do Valle Barbosa (responsável)
Prof. Dr. Faustino Luiz Couto Teixeira
Alunos:
Henrique Marques Lott

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Religiões e Filosofias da Índia

Propõe abordar a pluralidade de tradições religiosas e filosóficas da Índia marcadas por continuidades históricas e sócio-culturais que se desenvolveram no subcontinente indiano ao longo de mais de quatro mil anos e cujas referências hermenêuticas fundamentais incluem os textos originais em sânscrito dos Vedas e dos Upanisads. Compreende uma enorme diversidade de práticas rituais, mitologias, idéias cosmológico-filosóficas, sistemas de moralidade e ética, experiências devocionais e salvíficas, e produções estéticas e artísticas. É objetivo do projeto discutir, também, os desdobramentos contemporâneos que se fazem presentes no quotidiano sócio-político-cultural da Índia moderna, imersa num processo irreversível de globalização.
EQUIPE:
Pesquisadores:
Prof. Dr. Dilip Loundo (responsável)
Prof. Dr. Clodomir Barros de Andrade
Alunos:
Gisele Cardoso de Lemos
José Abílio Perez
Lúcio Valera