Pesquisador Jorge Ferreira estuda o uso do cinema, da televisão e da música como fontes historiográficas.

Pesquisador Jorge Ferreira estuda o uso de correspondências pessoais, do cinema, da televisão e da música como fontes historiográficas.

“Ele é um dos mais importantes historiadores do Brasil Republicano e autor de obras significativas.” As palavras são do professor e coordenador do Laboratório de História Política e Social (LAHPS), Fernando Perlatto, e fazem referência à chegada do colega e pesquisador visitante, Jorge Ferreira, à Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) no início deste ano.

Pesquisador com uma vasta produção historiográfica, Ferreira é o responsável por publicações como: “João Goulart – Uma Biografia” e “O Brasil Republicano”, uma coletânea com artigos de professores de todo o país com o mapeamento das pesquisas sobre o tema. “Sua experiência relativa ao período é um dos pontos de maior valor para o grupo”, ressalta Perlatto. “O Laboratório é dedicado ao Brasil Republicano e ter Ferreira na equipe é de grande relevância. Durante a disciplina ministrada no primeiro período foram recebidos mestrandos, doutorandos e bolsistas de iniciação científica. Os estudantes se sentiram muito contemplados por entrar em contato com um pesquisador com tal experiência”, pontua o coordenador.

A disciplina em questão é o Seminário de Pesquisa no qual Ferreira trabalhou o emprego das fontes no processo investigativo do historiador. “Preparei um curso voltado para discussão de fontes para a produção do conhecimento histórico. Em cada encontro, discutimos os métodos para o uso em trabalhos biográficos e com a imprensa, além da metodologia em História Oral e a maneira de utilizar correspondências pessoais, bem como o cinema, a televisão e a música”, explica o pesquisador.

No segundo semestre, o acadêmico planeja aprofundar o seu estudo a respeito da recepção do golpe militar de 1964 em Juiz de Fora, utilizando como fonte a imprensa local. Ao propor este tipo de investigação, Ferreira busca variar a abordagem, visto que boa parte das realizadas são em torno dos grandes centros urbanos. suas atenções para uma recepção do fato no interior do estado, mais precisamente na cidade de onde partiu a tropa militar que deu início ao golpe.

O desejo de continuar

Um dos aspectos mais interessantes do ambiente universitário é a possibilidade de troca, seja ela de conhecimento, de vivência ou de lugar. Mesmo sendo uma realidade muito presente na vida dos graduandos, se engana quem pensa que essa situação é restrita a eles. A necessidade de movimento se estende a todos, incluindo professores. “Eu me aposentei como professor de História da Universidade Federal Fluminense (UFF) em agosto do ano passado, após 33 anos atuando na graduação e, a partir de 1997, na pós-graduação”, relata.

Ferreira participou do processo seletivo para professor visitante na UFJF em outubro de 2017. “Minha escolha pela instituição se deu pela afinidade com o Departamento de História da UFJF e, em particular, com colegas do Laboratório de História Política e Social (LAHPS), com os quais tenho proximidade acadêmica. Também me animou continuar a trabalhar na pós-graduação, onde eu posso dar minha contribuição na formação de jovens historiadores”, explica o pesquisador.

Com o desenvolvimento de projetos e objetivos futuros estabelecidos, seus laços com a cidade e a Universidade tendem a se estreitar cada vez mais. “O ambiente de trabalho é muito bom e os colegas muito receptivos. Faço menção especial aos alunos que convivi, todos se mostraram muito interessados e dedicados aos estudos. Todo o corpo de funcionários da instituição se mostrou muito solícito. Sendo muito franco, estou muito satisfeito em trabalhar aqui”, conclui.