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Apresentação fez parte da programação das sessões orais desta quarta-feira, 11, durante o SBMPR 2018, evento ilustrado na imagem acima (Foto: Alexandre Dornelas)

Com o intuito de entender e aplicar o conceito de governança do conhecimento sobre o que é produzido pelas instituições de pesquisa, a professora do Departamento de Engenharia e Mecânica, Mariana Paes, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), se apresentou nesta quarta-feira, 11, sobre os desafios de inovação da Zona na Mata, na primeira edição do Simpósio Brasileiro de Materiais e Pesquisas Relacionadas (SBMPR 2018). A seção oral, que ocorreu nesta manhã, tinha como tema “Sustentabilidade, Proteção Intelectual e Inovação, Tecnologia de Alimento”.

Mariana Paes, a partir de dados adquiridos da linha de pesquisa de doutorado, trouxe para os ouvintes dados relevantes sobre a situação atual da Zona da Mata em relação aos investimentos tecnológicos de pesquisa. O estudo apresentado aponta que as principais pesquisas desenvolvidas são, principalmente, produzidas pela comunidade acadêmica. No Brasil, cerca de 19,5% das patentes são acadêmicas, um número alto comparado aos outros países. Segundo a pesquisadora, este dado deve se referir ao fato de que as universidades investem na parte de pesquisa voltados para a sociedade, e as grandes empresas captam estas inovações e investem em suas indústrias.

Outro questionamento levantado e que devemos fazer ao falarmos de pesquisas é: “Qual é o papel da região na cadeia de produção referente na parte global? Como podemos investir nestes estudos e enriquecermos as nossas regiões?”. A pesquisadora trabalha com 17 divisões territoriais, sendo que apenas cinco delas são exploradas na produção e inovação.

De acordo com Mariana, a região mineira, caracterizadas por indústrias tradicionais, como agropecuária e laticínios, é a que menos investe em ciência e tecnologia comparado ao restante do país — o que é considerado um dado preocupante, já que temos em nossa região 11 universidades federais. Destas universidades, tendo como fonte os dados levantados pela pesquisadora, apenas 4,9% das empresas inovadoras fazem parcerias com as instituições, tornando as academias dependentes do estado.

Segundo a pesquisadora, ao longo da sua pesquisa, foi constatado que Minas apresenta desigualdade econômica e desarticulações das políticas públicas dedicadas à inovação. Uma das soluções é aplicar e explorar, em outras áreas do estado, o perfil traçado pela pesquisadora como o da Zona da Mata mineira. Desta forma, a produção e desenvolvimento em pesquisas tecnológicas da região tem o potencial de gerar retorno para todo o estado.

Sobre o evento
O I Simpósio Brasileiro de Materiais e Pesquisas Relacionadas (SBMPR 2018) reúne pesquisadores renomados das áreas de química, física e engenharia, tendo como foco não só nas apresentações de pesquisas, mas também de ensino, sustentabilidade, inovação e troca de experiências. O evento segue até esta sexta-feira, 13, e conta com sua programação completa disponível online.