Com o intuito de promover discussões sobre as dificuldades que permeiam o dia a dia das mulheres cientistas, o Programa de Ensino Tutorial da faculdade de Engenharia da Universidade Federal de Juiz de Fora (PET Civil UFJF) organizou o evento “Mulheres na Engenharia”. O encontro aproveitou a comemoração do Dia Internacional da Mulher para debater sobre esse lugar que, historicamente, é dominado pelos homens. Com entrada franca e aberto a toda comunidade, o evento será dia 8, no anfiteatro 2 do edifício Itamar Franco na faculdade de Engenharia, a partir das 18h.

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Michèle Farage é Diretora de Avaliação Institucional da UFJF e uma das convidadas para o evento.  (Foto: Divulgação)

O encontro será em formato de mesa-redonda com a presença das pesquisadoras Michèle Farage, Diretora de Avaliação Institucional da UFJF e uma referência na área de Engenharia Civil, com ênfase em Modelagem Computacional de estruturas e materiais a base de cimento; Janaína Oliveira, pesquisa na área de Engenharia Elétrica, com experiência em controle de sistemas e eletrônica de potência aplicados ao armazenamento de energia e energias renováveis; Mariana Paes, professora do Departamento de Engenharia de Produção e Mecânica e especialista em Propriedade Intelectual e Inovação; Tatiana Rodriguez, na área de Engenharia Civil, trabalha com ensaios de laboratório, estabilidade de taludes, colúvio, encosta e solos tropicais;  e Lisleandra Machado, coordenadora de curso de Engenharia de Transportes do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais (IF Sudeste).

A força das mulheres 

“Ano passado, nessa mesma época, me pediram para citar o nome de uma grande engenheira brasileira que eu admirasse. Só me vieram à cabeça nomes de engenheiros. Foi aí que me dei conta da falta de representatividade feminina em nossa área. Tenho certeza de que cabe a nós – engenheiras já formadas e em formação – mudar essa situação, valorizando a mulher na engenharia e buscando atrair outras para essa área”, comenta Michèle, professora egressa do PET Civil.

Para Adriele de Almeida Valle, bolsista do Programa, o evento vai servir de exemplo e incentivo para que outras mulheres possam ter a autonomia de realizar suas próprias escolhas. Ela enfatiza, ainda, que a presença dos homens neste espaço de debate é de fundamental importância. Mariana conta que recentemente notou como o problema não é necessariamente ser mulher, mas ser mulher e ter bons resultados. “Parece óbvio, mas quando a gente transfere isso pra realidade do meio acadêmico ou de uma empresa percebemos que podemos até ocupar aquele lugar, dese que nos destaquemos mais do que eles.”

Mariana Paes é pesquisadora do Departamento de Engenharia de Produção da UFJF. (Foto: Divulgação)

Mariana Paes é pesquisadora do Departamento de Engenharia de Produção e Mecânica da UFJF. (Foto: Divulgação)

Janaína salientou que a discussão não pode ficar só entre as mulheres. Os homens precisam estar mais presentes e ativos nessa construção. “Precisamos sempre estar atentas e conversar sobre o tema,” finaliza.

8 de março: uma história de luta e resistência

O Dia Nacional da Mulher foi comemorado pela primeira vez em 1909 nos Estados Unidos pelo Partido Socialista em memória a uma greve ocorrida um ano antes em uma indústria têxtil. Elas buscavam melhores condições de trabalho, igualdade política e econômica. Em 1910, durante a II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas em Copenhague, foi apresentada pela socialista alemã Clara Zetkin a proposta de criação de uma data para a comemoração do Dia Internacional da Mulher. Foi com a eclosão da I Guerra Mundial, que no dia 8 de março de 1917 nasceram movimentos revolucionários contra a Rússia czarista, reunindo um esforço de lutas contra a guerra e a miséria que rodeava as fábricas. Somente em 1975 a Organização das Nações Unidas (ONU) oficializou a data como o Dia Internacional das Mulheres.

Outras informações:

Pet Civil