Curso é oferecido para funcionários do RU e Proae pela Diaaf, no intuito de ampliar políticas de inclusão (Foto: Twin Alvarenga)

Curso é oferecido para funcionários do RU e Proae pela Diaaf no intuito de ampliar políticas de inclusão (Foto: Twin Alvarenga)

Como forma de expandir as políticas de inclusão, garantindo um espaço cidadão na promoção do ensino, servidores do Restaurante Universitário (RU) e da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Proae) estão recebendo capacitação em Língua Brasileira de Sinais (Libras). O curso, ministrado por intérpretes da Diretoria de Ações Afirmativas, acontece durante todo o mês de fevereiro.

O Diretor de Ações Afirmativas, Julvan Moreira, diz que a capacitação é mais um esforço da da Universidade para torná-la democrática e inclusiva. “Se desejamos uma instituição que atenda a todos os públicos, temos que pensar em todas as formas que os possibilitem estar e permanecer no ambiente acadêmico. O curso de Libras para os servidores é uma dessas ações, pois os capacita para atender adequadamente o público surdo e entender melhor suas necessidades”, avalia.

Os intérpretes Natália Maia e Fabiano Alcântara contam que a demanda surgiu do próprio RU, com o intuito de facilitar o acesso e a comunicação com alunos surdos. Esta capacitação é aberta, a princípio, apenas para os servidores do RU campus e Centro e da Proae. “Pretendemos levar o curso a outros setores da UFJF e também fazer com que aconteça mais vezes ao ano, para que os funcionários possam se reciclar e praticar cada vez mais”, diz Alcântara.

Natália explica a importância de promover uma capacitação como esta, tendo em vista que as políticas de acessibilidade e permanência são norteadoras no trabalho desenvolvido e defendido pela Diaaf. “A capacitação surgiu por conta da necessidade dos surdos em terem a comunicação adequada na hora de fazer a carteirinha e na hora de saber algumas informações a respeito do RU, por exemplo. A Universidade deve garantir isso a eles”, diz, acrescentando que a inclusão dos surdos não deve ficar restrita à sala de aula. “Ela deve acontecer em todos os outros ambientes da instituição. Quando se fala em inclusão, costuma-se entender apenas as salas de aula, mas ela deve ser total. É um direito do surdo que em qualquer ambiente que ele esteja, que tenha alguém que fale a língua dele.”

Funcionária da coordenação do RU campus há 33 anos, Maria Catarina da Silva vê a nova experiência como um aprendizado enriquecedor. “Nós temos contato com muitos surdos no restaurante, por isso um curso específico para nos capacitar e melhor atender a esse público é de extrema importância. A experiência está sendo muito boa.”

O gerente do RU, Jovelino Pedro de Assis, conta que a necessidade de estabelecer uma comunicação adequada com o público surdo era evidente. “Lidamos com muitos surdos, principalmente do curso de Letras-Libras e no período da noite, por ser um curso noturno. Por conta disso, solicitamos à coordenação um curso básico de Libras”. Assis diz que, quando há algum problema com o acesso dos surdos ao restaurante, a interação é difícil. “Em caso de esquecimento ou perda da carteirinha, precisamos nos comunicar com eles de alguma forma para saber se só precisam de uma autorização para aquele dia ou se ela foi perdida ou roubada, para colocarmos no relatório. Se não estão em grupo ou sem um intérprete, o gestual não é suficiente”, explica. Para ele, o curso está sendo de grande valia. “Ao final dessa experiência, o atendimento essencial nós conseguiremos oferecer.”

O curso de Libras é oferecido pela Pró-reitoria de Gestão de Pessoas (Progepe), que abre todos os anos uma agenda de capacitações para os TAEs. Estas são formas de progressão da carreira do servidor, que contribuem tanto para seu desenvolvimento pessoal quanto profissional.

Outras informações: (32) 2102-6919 (Diretoria de Ações Afirmativas)