Perobelli apontou para a necessidade de pensar o desenvolvimento na Zona Mata como um todo, não apenas Juiz de Fora. (Foto: Victor Alexsander)

Perobelli apontou para a necessidade de pensar o desenvolvimento na Zona Mata como um todo, não apenas Juiz de Fora. (Foto: Victor Alexsander)

Com o tema: “Inovação e Desenvolvimento na Zona da Mata Mineira”, o pesquisador da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Fernando Perobelli apresentou os resultados de indicadores econômicos produzidos pela Faculdade de Economia. A palestra contou também com a participação do gerente de planejamento do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Rubens Amaral que apontou a estratégia do Banco de investir em projetos de inovação. As apresentações fizeram parte da programação da I Conferência de Inovação e Desenvolvimento para a Zona da Mata Mineira (Conide), na última quarta-feira, 23.

Em sua exposição, Perobelli apresentou os dois indicadores produzidos pela divisão de análise regional do projeto Conjuntura e Mercados Consultoria. O Indicador de Atividade Econômica Municipal (Iaem) abrange todos os 853 municípios mineiros com informações mensais sobre o desenvolvimento econômico das cidades. A métrica utiliza dados de emprego, comércio internacional, impostos e atividade bancária, possibilitando diferentes análises como, por exemplo, se as atividades estão concentradas ou dispersas espacialmente.

Outro índice apresentado foi o Indicador de Capacidade e Inovação Municipal (Inova), que visa medir o potencial de inovação dos municípios mineiros a partir de dados como bolsas de produtividade concedidas a pesquisadores; número de professores e alunos no ensino superior; número de doutores e mestres formados; quantidade de profissionais atuando na área de tecnologia; e número de patentes registradas no município.

De acordo com os dados do Inova, Viçosa, Ouro Preto e Lavras foram, respectivamente, os municípios que apresentaram a maior capacidade de inovação, com grande quantidade de recursos em processos de pesquisa concentrados. Para Juiz de Fora, a capacidade de inovação mensurada não figurou entre as melhores do estado, principalmente pelo seu desempenho no mercado de trabalho, medido a partir da qualificação da força produtiva no mercado local e geração de patentes. No entanto, a cidade obteve uma boa performance na quantidade de bolsas, discentes e docentes de ensino.

“Uma das vantagens desses indicadores é resumir, de forma fácil, as informações complexas, uma vez que consigo ranquear os municípios e os dados, contribuindo para um melhor entendimento por parte do público em geral de um fenômeno que está sendo estudado”, destacou o pesquisador, ressaltando a importância dessas métricas para tomada de decisão de agentes públicos e privados.

A partir da análise dos dados apresentados, Perobelli apontou para a necessidade de pensar o desenvolvimento na Zona Mata como um todo, não apenas Juiz de Fora. De acordo com dados do Iaem, a Mata Mineira possui apenas Juiz de Fora entre as principais economias do estado, enquanto o Triângulo Mineiro tem seis municípios nesse grupo.  “O que cerca Juiz de Fora é uma borda de pobreza, diferentemente de outras regiões. Precisamos pensar realmente a Zona da Mata como uma região, desenvolver as condições para solucionar a heterogeneidade espacial, num primeiro momento, possibilitando o crescimento regional como um todo”, ressalta o pesquisador

BDMG como agente de fomento para inovação

Em sua exposição, o gerente de planejamento do BDMG, Rubens Amaral, apresentou as iniciativas do banco para fomentar o desenvolvimento econômico estadual. De acordo com Amaral, o banco anseia ser reconhecido como instituição de inovação, não apenas como agente que atua para o desenvolvimento regional e social. Para isso, ele afirmou que o investimento em projetos de inovação tem sido crescente por parte do BDMG. “Nossa atuação acontece por meio de participação em fundos de investimento, estruturação de empresas dos parques tecnológicos e financiamento de projeto inovadores.”

Uma das parcerias apresentadas foi a cooperação entre o BDMG e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). O projeto visa apoiar financeiramente projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) desenvolvidos em parceria entre empresas mineiras e Polos Embrapii. “A atuação conjunta propicia que o setor industrial inove mais e com maior intensidade tecnológica, diversificando a economia do estado”, ressaltou.