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HQWeek! 2021 aborda papel dos quadrinhos como ferramenta de inclusão social

HQWeek_2021

Por Helena Amaral

 

A HQWeek! 2021 já tem data definida e está com inscrições abertas! O evento, que reúne artistas, fãs e acadêmicos para debater sobre o universo das histórias em quadrinhos, acontece entre os dias 26 e 30 de julho, de forma online e gratuita. Em sua segunda edição, o seminário tem como tema o papel das HQs na promoção da inclusão social.

 

As performances das identidades LGBTQIA+ nas expressões contemporâneas em quadrinhos, a acessibilidade, o universo feminino das HQs e a promoção da representatividade étnica-racial por meio dos quadrinhos são algumas das temáticas que permeiam as palestras e mesas redondas da HQWeek! 2021.

 

De acordo com o pesquisador Stanley Teixeira, um dos idealizadores e organizador do evento, a abordagem sobre a inclusão foi motivada por sua participação no grupo de pesquisa Tecnologias Digitais na Educação (TEDE). O TEDE é coordenado pela professora adjunta do curso de Licenciatura em Letras Libras da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Kelly Cezar. A aproximação com o grupo se deu após a primeira edição da HQWeek!, na qual foi apresentado o paper “O sentir nos olhos: arquétipos surdos”, trabalho elaborado pela docente em parceria com o professor de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), Felipe Henrique Baléa.

 

Stanley Teixeira relembra que, em função da apresentação, houve uma participação expressiva da comunidade surda do Paraná. No entanto, o evento não contava com nenhum tipo de acessibilidade. A partir de sua participação no TEDE, acertou-se que, para a edição de 2021 da HQWeek!, a professora Kelly Cezar auxiliaria na adoção de estratégias que fortalecessem o caráter inclusivo do seminário. Para tanto, no formulário de inscrição foi criado um campo no qual os e as participantes podem informar se necessitam de alguma atenção especial.

 

Para além da referida questão, outras discussões traçadas no âmbito do TEDE motivaram a escolha da inclusão social como tema da HQWeek! 2021. É o caso das conversas sobre o conceito de HQs imersivas, durante as quais os e as pesquisadoras do grupo observaram que as experiências de imersão poderiam ser construídas em camadas. “Então teríamos a camada de efeitos visuais, a camada de efeitos sonoros, a camada de Libras, a camada de audiodescrição, a camada de dublagem, a camada de tradução para outros idiomas, a camada de conteúdos educativos, e assim por diante”, explica Teixeira.

 

O pesquisador esclarece que as reflexões sobre o tema levaram os integrantes do TEDE a perceber que essas camadas tornariam as histórias mais acessíveis. “Ao mesmo tempo, estamos querendo adicionar camadas de conteúdos didáticos. Isto acabaria por tornar o próprio conhecimento mais acessível a diversos públicos, culminando por gerar um movimento de inclusão social desses públicos”, complementa.

 

Para tanto, Stanley Teixeira destaca que é necessário pensar em uma plataforma que permita a construção dessas camadas de forma coletiva e colaborativa, o que evidencia o viés tecnológico da inclusão. Ao lado da perspectiva midiática, o referido viés também será discutido na HQWeek! 2021, com abordagens que se voltam às mudanças nos formatos e nos processos de produção, distribuição e consumo das HQs na contemporaneidade. Dentre outros temas, as discussões propostas abarcam a narrativa transmídia, as diferentes formas de digitalização dos quadrinhos e suas implicações no processo de mediação, e a revolução nas práticas de ensino que utilizam essas histórias como instrumentos e/ou objetos de pesquisa e prática.

 

Programação

 

Além das mesas redondas e palestras, na segunda edição da HQWeek! também serão oferecidas quatro oficinas: “Meu primeiro roteiro de HQ”, com a editora e roteirista de HQs Mylle Silva; “Roteiro para games, ministrada pelo publicitário e redator André Luiz; “HQmotion: leitura guiada de HQs com After Effects”, com a ilustradora e designer gráfica Paula Zanotelli; e “Roteiro e Semiótica”, ministrada pelos doutores em Tecnologias da Inteligência e Design Digital, Levy Neto e Guilherme Cestari. As vagas são limitadas, e as inscrições serão disponibilizadas em breve.

 

A programação do seminário conta, ainda, com a apresentação de trabalhos acadêmicos. As submissões já estão abertas e devem ser feitas até o dia 16 de julho. Os e as interessadas devem encaminhar um e-mail, com um resumo de no mínimo 150 e no máximo 350 palavras, para o endereço grupo.midiadigital@ufjf.edu.br (assunto: Resumo Hqweek!). Os trabalhos devem ser inéditos, ter até três autores e estar dentro do escopo temático do evento. As normas completas podem ser consultadas aqui.

 

O lançamento de obras e um torneio de Fortnite complementam as atividades da HQWeek! 2021. A participação em todas as atividades é gratuita e os e as interessadas podem se inscrever pelo Sympla. As novidades e a programação completa podem ser acompanhadas pelas redes sociais do evento (@hqweek).

 

A HQWeek!

 

Organizada pelo Laboratório de Mídia Digital (LMD), a HQWeek! teve sua primeira edição em maio de 2020, com objetivo de promover um debate sobre os impactos das tecnologias digitais nas experiências narrativas e no mercado brasileiro de histórias em quadrinhos.

 

Em cinco dias de atividades, foram promovidas palestras e mesas redondas sobre diversos temas relacionados ao universo das HQs, com discussões que integraram grandes nomes do cenário brasileiro dos quadrinhos. Pesquisadores e pesquisadoras de diferentes instituições de ensino do país também puderam compartilhar suas pesquisas acadêmicas sobre o tema.

 

Este ano, a equipe da HQWeek! também conta com novos e novas integrantes! Além do LMD, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM/Facom/UFJF) e da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a organização da edição 2021 têm apoio do Programa de Mestrado Profissional Inovação em Comunicação e Economia Criativa da Universidade Católica de Brasília (UCB); do grupo de pesquisa Computação Semiótica e Games (CSGames), da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP); do grupo de pesquisa em Tecnologias Digitais na Educação (TEDE), da Universidade Federal do Paraná (UFPR); do site Raio Laser e da Gibiteca de Curitiba.