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Você tem fome de quê? Você tem sede de quê? O que lhe dá prazer? O que lhe incomoda? O que o/a mobiliza a produzir, questionar, transformar? É justamente esse prazer ou incômodo que vai disparar a costura afetiva de conhecimentos, mobilizando competências e construindo novas competências e conhecimentos e gerando produção criativa.
Jogue a aventura solo para descobrir com qual processo poético contemporâneo você se identifica.
É um método projetual que se baseia no processo mimético em três etapas postulado por Paul Ricoeur e a semiologia de Roland Barthes, entendido como atividade de configuração de objetos e de sistemas de informação materializa também os ideais e incoerências da sociedade tanto quanto anuncia novas possibilidades; e como práxis, participa da criação cultural, confirmando ou questionando a cultura. Nosso foco recai sobre a capacidade de denúncia do Design, que se aproxima do que se entende pelo dito “fazer poético”. Atualmente, a poiesis, não é só um “fazer”; é, antes, uma “intenção”, daí seu uso para as formas de expressão artísticas contemporâneas: a intenção de oferecer novas possibilidades de construção de significados pelos sujeitos fruidores, levando a uma refiguração destes sujeitos e de seus contextos.
Esse potencial poético é a “cereja do bolo” do que entendemos como aplicação didática. O ato de projetar mobiliza a articulação de conhecimentos e competências pré-existentes pelos participantes para a produção, favorecendo a construção de novos conhecimentos e competências e o comprometimento de todos com o projeto. Ao modo dos Projetos de Trabalho de Fernando Hernández (1998), professor da Faculdade de Belas Artes de Barcelona, que se refere a “projeto” no mesmo sentido que arquitetos, designers e artistas compreendem o “procedimento de trabalho que diz respeito ao processo de dar forma a uma idéia que está no horizonte, mas que admite modificações, está em diálogo permanente com o contexto, com as circunstâncias e com os indivíduos que, de uma maneira ou outra, vão contribuir para esse processo.” [HERNÁNDEZ, Fernando. Transgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho. Trad. Jussara Haubert Rodrigues. Porto Alegre: Artmed, 1998]
Começamos pela especificidade da área, uma vez que acreditamos que a inter e a transdisciplinaridade não se fazem sem as disciplinas. Também entendemos que precisamos vivenciar os métodos que queremos que nossos estudantes vivenciem. Nesse momento, portanto, somos todos iguais: coordenadoras, supervisores e licenciandos fazem as mesmas atividades enquanto constroem intimidade com as escolas:
No V SEMINÁRIO INTERNO DE PESQUISA EM ARTES E DESIGN – SIPAD (Instituto de Artes e Design – UFJF – 28 a 31 de janeiro de 2013), ocupamos 2 salas de aula do IAD com auto-retratos de personagens-artistas imaginadas pelos participantes. A partir destes auto-retratos, cada participante mergulhou na sua própria poética imaginando que sua personagem-artista foi selecionada para um edital de ocupação da Casa de Cultura, finalizando a primeira etapa do processo:
A pibidiana Karina Orquidia e sua poética “Do Real ao Ortográfico”.
Uma vez escolhida a poética de cada um, chega a hora de inserí-la na escola. Nesse momento, algumas hierarquias emergem, pois são os professores supervisores, nas suas expertises, que orientam essa apropriação da especificidade da área para o âmbito pedagógico contextualizado. Se, essa apropriação pode implicar restrições na especificidade da área, que é a poética, ao mesmo tempo vai significar construção de competências de percepção e adaptação das diferentes perspectivas interdisciplinares (epistemológica, prática, fenomenológica) pertinentes aos saberes e fazeres (ciência, profissão, educação), respeitando as metas de cada uma (produção de conhecimento, aplicação de conhecimento, difusão de conhecimento):
Agora é a hora de passar a bola para o estudante, de lhe fornecer as agulhas com as quais vai costurar, com suas próprias linhas, os retalhos acadêmicos. A apropriação pedagógica do design poético se dá como didática interdisciplinar com abordagens multidisciplinares que busca promover a apropriação transdisciplinar dos conhecimentos acadêmicos no processo de aprendizagem, uma vez que o estudante é quem os costura partindo de seus interesses e desejos que, em geral, são conhecimentos não acadêmicos:
A I MOSTRA DE ARTES DO II SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA DA UFJF -SID (24 e 25 de maio de 2013) foi um retrato/paisagem da vivência de construção poética de obras estéticas que, apropriadas pelo contexto escolar, tornaram-se didáticas sem perder seu potencial desafiador, finalizando a segunda etapa do processo. Procuramos exemplificar esse processo simples, porém, acreditamos, poderoso: criar a sua poética > fazer dela a sua didática > com ela, levar seus estudantes a criarem suas próprias poéticas. Mais do que aprender sobre artes, aprender pelas artes:
A produção de estudantes da E.E. Clorindo Burnier a partir da poética da pibidiana, trabalhando a Linguagem.