A secretária executiva do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH), Arine Caçador, estará nesta segunda-feira, 15, no Colégio de Aplicação João XXIII, para discutir a violência nas escolas e os recentes ataques registrados no país. A palestra “Direito à Educação como Prevenção à Violência” acontece às 16h, no anfiteatro do prédio do ensino médio e é promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino no Município de Juiz de Fora (Sintufejuf). O evento é aberto ao público, e direcionado à comunidade acadêmica da UFJF e ao colégio de aplicação. 

A palestrante é egressa da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), onde se graduou em Direito. Antes de assumir a secretaria executiva do CNDH, Arine Caçador foi coordenadora estadual em Rondônia, do programa Fazendo Justiça, realizado em parceria entre o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), cujo objetivo é a superação de desafios dos sistemas penal e socioeducativo. A especialista também atuou durante quase uma década em um programa do Governo de Minas Gerais destinado à prevenção social à criminalidade. 

Segundo Arine, a palestra terá “especial recorte” para os ataques em escolas coordenados em meio a redes sociais ou fóruns na Internet e o que pode ser feito para prevenir esses acontecimentos. Na avaliação da secretária, a busca por respostas para a prevenção da violência escolar deve ser feita em um debate público coletivo. 

“Nesses momentos de crise, surge um forte apelo para que as forças de segurança aumentem sua incidência e que haja um recrudescimento de penas como forma de prevenir crimes. Mas nós já temos um arcabouço de experiências e informações para sabermos que essa resposta não resolve o problema e tem grandes chances de agravá-lo”, aponta. 

No entendimento de Arine, a saída está em um Plano de Ação Intersetorial, que contemple áreas como educação, saúde, assistência social e psicológica, em articulação com as agências de inteligência policial e demais órgãos do sistema de Justiça e garantia de direitos. 

“Políticas públicas articuladas e intersetoriais são apontadas por especialistas na área da educação, como uma das principais formas de prevenção à violência nas escolas. O Plano deve contemplar um amplo diagnóstico e ações concretas”, observa. 

Para a secretária, a escola é um espaço apropriado para ampliar o número de respostas aos desafios do convívio social, por propiciar a construção do conhecimento em meio às diversidades. “A formação educacional da criança tem potencial para ampliar os conhecimentos das famílias nos lares e no seu entorno e ser um poderoso antídoto contra a desinformação, o preconceito, o discurso de ódio”, reflete. 

Na avaliação do coordenador geral do sindicato, Flávio Sereno, o tema do direito à educação como caminho para prevenir a violência seria importante em qualquer época, mas se torna de maior relevância no momento em que as escolas sofrem “investidas violentas, algo que era comum lá fora e que era raro em nosso país”. 

Em consonância com Sereno, o diretor geral do Colégio de Aplicação João XXIII, Elói Teixeira César, destaca a existência de “casos de ameaças difundidas de forma irresponsável nas redes sociais, que acabam por gerar um medo generalizado em toda a comunidade escolar”. O professor expressa, ainda, a expectativa em “superar estas questões com o apoio dos órgãos oficiais, mas também das famílias e de toda a sociedade.”

 

Outras informações: Sintufejuf – (32) 3215-7979

Da Diretoria de Imagem Institucional  da UFJF