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Nefrologia

1. A Residência de Nefrologia:

O serviço de Nefrologia do HU-UFJF foi criado em 1964 pelo Dr. Maurício Bara, que havia retornado de sua residência médica em Nefrologia na USP, dando início a diálise peritoneal intermitente no HU. Em 1971, o HU-UFJF, adquiriu sua primeira máquina de hemodiálise de tanque e iniciou sua atividade em sala anexa ao CTI.

A Residência em Nefrologia teve início em 1976, com acesso pela clínica médica e segundo de optativo em nefrologia. Em 1987, já com prova específica de nefrologia, passou a um ano de clínica e dois anos de nefrologia. Em 2002, passou a ter o formato atual de dois anos de clínica médica (pré-requisito) e dois anos de nefrologia. Em 2014, iniciou-se o curso de especialização (tempo integral), inicialmente com um ano de clínica e dois em nefrologia, e atualmente com dois anos de clínica e dois de nefrologia, dando direito a prestar a prova para título de especialista em nefrologia. Nestes 45 anos, nós formamos cerca de 60 nefrologistas que atuam, não só na região, como em outros estados.

A Residência em Nefrologia do HU-UFJF possui um programa bem estruturado que equilibra atividades teóricas e práticas visando à aquisição de competências específicas definidas na matriz de competências da Comissão Nacional de Residência Médica para a especialidade e diretriz da Sociedade Brasileira de Nefrologia (em anexo).

O programa possui onze preceptores entre professores da Faculdade de Medicina da UFJF e médicos do HU-UFJF, sendo dois com pós-doutorado, quatro com doutorado, dois com mestrado e três mestrandos e nove com título de especialista pela SBN.  A Nefrologia participa também, juntamente com o NIEPEN (Núcleo Interdisciplinar de estudos e pesquisa em Nefrologia), do Programa de pós-graduação em saúde da UFJF, tanto na área clínica como experimental.

 

2. Setores:

2.1. Enfermaria

Localizada na unidade HU Santa Catarina. Os pacientes da nefrologia podem ser internados na enfermaria própria da Nefrologia, que é composta por 03 leitos de semi-intensiva e um leito para hemodiálise para pacientes internados, ou nos leitos das enfermarias clínicas masculina e feminina em outros andares. Também damos suporte às outras especialidades através da interconsulta e suporte dialítico no CTI geral e CTI COVID. Os leitos da enfermaria da nefrologia servem de retaguarda para internação dos pacientes do programa de TRS (terapia renal substitutiva) do HU-UFJF (Hemodiálise, Diálise Peritoneal e Transplante renal). Em média, temos cerca de 15 pacientes sob nossos cuidados (variando de 10 a 20 pacientes), entre pacientes da especialidade e os de interconsulta. Por se tratar de uma especialidade cujos pacientes são na sua maioria de alta complexidade, a enfermaria possui dois preceptores que se revezam pela manhã e à tarde, não ficando o residente sem cobertura.

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2.2. Unidade de Terapia Renal Substitutiva (Hemodiálise e Diálise Peritoneal)

Localizada na unidade HU Dom Bosco é composta pelo setor de Hemodiálise e de Diálise Peritoneal. O setor de hemodiálise é dividido em salão negativo com 20 pontos e salão positivo com 4 pontos que funcionam em três turnos/dia de segunda a sábado, com cerda de 120 pacientes em tratamento. O setor de diálise peritoneal é composto por consultório médico, sala com dois leitos para pacientes em início do método dialítico e/ou em treinamento, sala da enfermagem e treinamento e consultório odontológico. Temos em média cerca de 55 pacientes em tratamento através de diálise peritoneal automatizada (DPA), o que coloca este serviço entre os dez maiores do país e como referência para toda a macrorregião de saúde. Vale ressaltar que são poucos os programas de residência que oferecem treinamento em DP, sendo uma oportunidade diferenciada para os residentes.

O setor (TRS) possui também sala de observação/emergência e sala de procedimentos com aparelho de ultrassonografia, onde são implantados os cateteres e feitas as biópsias renais guiadas por ultrassom.

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Entrada do Setor de Terapia Renal Substitutiva

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Salão Hemodiálise (negativo)

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Salão Hemodiálise (positivo)

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Setor de Diálise Peritoneal (DP)

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Consultório médico da Diálise Peritoneal

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Sala de Diálise Peritoneal Automatizada (DPA)

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Consultório de enfermagem e sala de treinamento da Diálise Peritoneal

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Sala de procedimentos

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Sala de emergência/observação

2.3. Ambulatórios

Também funcionando na unidade Dom Bosco, temos os ambulatórios de Nefrologia que ocorrem em três consultórios próprios do serviço que cobrem todas as áreas, divididos em subespecialidades: Transplante renal pré e pós, Glomerulopatias, Doença renal crônica em conservador, Nefrolitíase, nefro-geral e pós-alta e ambulatório de FAV feito pela cirurgia vascular. Nos ambulatórios de transplante renal e doença renal crônica o atendimento é multiprofissional, e temos sala específica para atendimento da nutrição, psicologia e assistência social. Como temos aparelho de ultrassom no setor, podemos complementar o exame clínico com POCUS, além de fita para urinálise e exames laboratoriais de urgência. Durante a pandemia foi criado o atendimento por telemedicina para o transplante renal e diálise peritoneal, possibilitando aos residentes serem treinados para essa nova realidade.

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Corredor dos ambulatórios e mural de fotos anuais do serviço

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Consultórios médicos

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Consultório odontológico

3. Procedimentos realizados:

3.1. Implante de cateter duplo-lúmen de curta permanência para hemodiálise: Implantado pela técnica de Seldinger com punção guiada por ultrassom.

3.2. Implante de cateter duplo-lúmen de longa permanência para hemodiálise: (PERMCATH): Implantado pela técnica de Seldinger com punção guiada por ultrassom.

3.3. Biópsia renal: Realizamos semanalmente uma a duas biópsias em rim nativo ou transplantado guiada por ultrassom, sendo o material processado pelo Dr. Stanley de Almeida Araújo do Instituto de Nefropatologia em Belo Horizonte, através de microscopia óptica, imunofluorescência e microscopia eletrônica quando necessário.

3.4. Ultrassonografia POCUS: Dispomos de aparelhos de ultrassom próprios tanto na TRS como na enfermaria e ultrassom no CTI geral e COVID. Realizamos, além das punções e biópsias guiadas, avaliação do sistema urinário, avaliação volêmica dos pacientes críticos através de ultrassom pulmonar e de cava, e avaliação qualitativa da função cardíaca.

3.5. Biópsia óssea: Realizada na crista ilíaca anterior através de Trefina de biópsia óssea Rochester manual ou com drill portátil, sendo enviada para processamento na UNIFESP/USP.

3.6. Implante de cateter de diálise peritoneal: Realizado através da técnica de Seldinger pela nefrologia ou vídeo laparoscopia pela urologia.

 

4. Rodízios:

4.1. Enfermaria

O R1 da nefrologia roda pelo menos por 4 meses intercalados, juntamente com um R2 da clínica e dois internos. O R1 da nefrologia é responsável pelo acompanhamento dos pacientes de CTI, resposta aos pedidos de parecer, prescrições das diálises intra-hospitalares e procedimentos. Além disso, coordena a divisão dos casos entre os demais integrantes. Neste rodízio, os internos apresentam artigos de revisão sobre os casos mais interessantes acompanhados ou outros temas escolhidos pelos preceptores. As visitas de fim de semana e feriados são divididas entre os R1 e R2 da especialidade e o R2 da clínica que está rodando no mês e os casos discutidos presencialmente com um preceptor escalado. Às quartas-feiras há a corrida de leitos com, além dos dois preceptores da enfermaria, os professores do serviço, dando oportunidade para discussões mais aprofundadas dos casos selecionados.

4.2. Ambulatórios

Nos ambulatórios das subespecialidades rodam os R1, R2 e internos, sempre com um preceptor responsável. Os ambulatórios estão divididos nos dois turnos de segunda a sexta. Temos os ambulatórios de Glomerulopatias com a Profa. Priscylla do Carmo e o Dr. Fernando Sales, o ambulatório de Doença renal crônica com Dr. Paulo Suassuna e Dr. Adriano Braga, o ambulatório de transplante renal com a Profa. Hélady Pinheiro, Dr. Moisés Carminatti e a Dra. Emiliana Spadaroto, o ambulatório de litíase com Dr. André Marassi e os ambulatórios de pós-alta hospitalar e nefro geral com a Dra. Fabiana Bonatto. São em média 500 pacientes atendidos por mês nas especialidades, sem contar os atendimentos multiprofissionais da nutrição, odontologia, psicologia e assistente social. Como mencionado anteriormente, durante o período inicial da pandemia, parte dos atendimentos passou a ser por telemedicina, parte foi suspenso e foi mantido o atendimento aos pacientes com DRC G5. Atualmente, os ambulatórios estão com atendimento normalizados e aguardando a ampliação dos módulos dos ambulatórios do HU Dom Bosco, para abertura do ambulatório de distúrbio mineral e ósseo da DRC (DMO-DRC).

4.3. Terapia renal substitutiva

Os R2 da especialidade rodam na hemodiálise e diálise peritoneal juntamente com os chefes de turnos e preceptores do ambulatório de diálise peritoneal. O residente participa de segunda a sexta das 7h às 17h e é responsável por avaliar os pacientes na chegada para diálise, determinar ajustes na ultrafiltração prevista, atendimento de intercorrências interdialíticas, passagem de cateteres, avaliação mensal dos exames laboratoriais, verificar a adequação da diálise e correção da anemia e distúrbio mineral e ósseo da DRC, discutindo os casos com os preceptores chefes de turno que conhecem bem os pacientes. Também atendem aos pacientes do programa que procurem atendimento fora do seu turno.

O ambulatório de diálise peritoneal acontece pela manhã de segunda a sexta. Os pacientes em DP passam em consulta uma vez por mês para avaliação da adequação do método, avaliação clínica e laboratorial ou caso haja alguma intercorrência.

4.4. Enfermaria de Transplante renal da Santa Casa

O R1 roda dois meses no serviço de transplante renal da Santa Casa de Juiz de Fora. O serviço de transplante da Santa Casa, sob a direção do Dr. Gustavo Ferreira, tem crescido e se destacado no cenário nacional, estando entre os 10 maiores centros transplantadores do Brasil e o maior de Minas Gerais, superando Belo Horizonte e sendo Minas Gerais o único estado onde o maior centro está fora da capital. Isso denota toda a dedicação, organização e qualidade da equipe.

O serviço de transplante renal do HU-UFJF vem sendo recredenciado e reestruturado nos últimos 3 anos, com formação e treinamento de nova equipe médica e multiprofissional após o HU passar a ser gerido pela EBSERH. Teve o início do ambulatório de pré-transplante e, consequentemente, dos transplantes prejudicados pela pandemia, porém em dezembro de 2021 foi realizado o primeiro transplante do HU-UFJF entre doadores vivos, tendo a previsão de pelo menos um transplante doador vivo por mês, além dos que possam a ocorrer com doadores falecidos.

4.5. Estágio de Transplante renal no Hospital do Rim-SP

O Hospital do Rim e Hipertensão, ligado a UNIFESP, é o maior centro transplantador da América Latina e entre os 5 maiores do mundo. Possui renome internacional e já participou e participa de vários estudos multicêntricos que já mudaram o manejo clínico do paciente transplantado renal. O estágio no HRim é do R2 e dura pelo menos 1 mês como obrigatório. Neste estágio o residente entra na escala de residentes e estagiários do serviço e assume as mesmas funções que os residentes da UNIFESP. O horário é de segunda a sexta nos dois turnos e escala de visita no fim de semana.

4.6. Estágio opcional

O HU-UFJF mantem convênio com vários serviços de renome como a Santa Casa de Juiz de Fora (Enfermaria de Nefrologia e enfermaria de Transplante), Hospital do Rim/UNIFESP (transplante renal e ambulatórios da Nefrologia-UNIFESP, Serviço de DMO-DRC e do glomérulo) e Unicamp (Serviço de transplante renal).  Além desses, pode-se escolher outros serviços como: Grupo de agudos do HC/USP, curso de Nefrointervencionista do Prof. Riella em Curitiba (curso pago), serviço de Nefropatologia do Dr. Stanley em Belo Horizonte, entre outros que o residente venha a se interessar.

5. Programa teórica:

A residência em Nefrologia do HU-UFJF possui uma programação teórica que visa preparar o residente para a prova de título de especialista da SBN, incluindo reunião de apresentação dos artigos mais relevantes abrangendo todas as subespecialidades, aulas teóricas dadas pelos preceptores, seminários apresentados pelos residentes, reunião anátomo-clínica de Nefropatologia com discussão dos achados histológicos e revisão sobre o tema e apresentação de artigos pelos internos rodando na enfermaria.

6. Avaliações:

As avaliações são trimestrais com avaliação do desempenho e semestrais com provas teóricas e práticas. Além disso, os residentes têm que apresentar um TCC no final da residência que pode ser a apresentação de caso clínico relevante com revisão da literatura sobre o tema, ou mesmo um trabalho de pesquisa sobre tema decidido pelo residente em conjunto com os preceptores.

7. Programa de mentoria:

A Nefrologia possui um programa de mentoria, onde os residentes escolhem entre os preceptores aquele que têm maior afinidade pessoal e/ou temática. Este programa visa a aumentar a integração entre residentes e preceptores, troca de experiências de vida e profissional, apoio aos residentes para superar alguma dificuldade, discussão sobre áreas de atuação e mercado de trabalho, entre outras possibilidades.

8. Semana padrão:

8.1. Enfermaria/Interconsulta

SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM
07h  – 12h Enfermaria/ Intercons. Enfermaria/ Intercons. Enfermaria/ Intercons. Enfermaria/ Intercons. Enfermaria/ Intercons. visita
13h – 17h Enfermaria/ Intercons. Enfermaria/ Intercons. Enfermaria/ Intercons. Enfermaria/ Intercons. Enfermaria/ Intercons.
17h – 18h Clube de revista Aula teórica Reunião de nefropato

(quinzenal)

Aula teórica

 

8.2. Ambulatórios

SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM
07h – 12h Litíase/ Transplante DRC Transplante DRC Pré-transplante visita
13h – 17h Glomerulo Glomerulo Nefro geral Nefro geral Pós-alta
17h – 18h Clube de revista Aula teórica Reunião de nefropato

(quinzenal)

Aula teórica

 

8.3. TRS

SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM
07h – 12h Hemodiálise/ DP Hemodiálise/ DP Hemodiálise/ DP Hemodiálise/ DP Hemodiálise/ DP visita
13h – 17h Hemodiálise Hemodiálise Hemodiálise Hemodiálise Hemodiálise
17h – 18h Clube de revista Aula teórica Reunião de nefropatol

(quinzenal)

Aula teórica

 

8.4. Transplante Renal

SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM
07h – 12h ENFA. TX ENFA. TX ENFA. TX ENFA. TX ENFA. TX visita
13h – 17h ENFA. TX ENFA. TX ENFA. TX ENFA. TX ENFA. TX
17h – 18h Clube de revista Aula teórica Reunião de nefropatol

(quinzenal)

Aula teórica

 

Matriz de competências para a Residência em Nefrologia – CNRM

Matriz de competências para a Residência em Nefrologia – SBN

Regimento Interno Residência Nefrologia