Fechar menu lateral

Auxiliar formado na UFJF integra comissão técnica do Botafogo-PB

Vinicius Xavier, o Argirita, acompanha o treinador Felipe Surian em diferentes clubes desde 2020

 

Vinícius Xavier em ação pela Portuguesa-RJ, neste ano. (Foto: Arquivo pessoal)

Vinícius Xavier em ação pela Portuguesa-RJ, neste ano. (Foto: Arquivo pessoal)

 

 

O futebol é o esporte mais popular do Brasil, e muitos brasileiros alimentam o sonho de se tornar um atleta profissional. Porém, são poucos os que conseguem atingir o patamar mais alto do esporte. Apesar disso, existem outras profissões que lidam diretamente com a modalidade: uma delas é a de técnico. Vinicius Xavier, de 26 anos, é natural de Argirita, na Zona da Mata, e escolheu esse caminho. Atualmente, o mineiro é auxiliar do treinador Felipe Surian no Botafogo-PB.

 

Em entrevista à Tribuna, Vinicius – que tem como apelido Argirita, por conta da cidade natal – relata que desejava ser jogador de futebol, mas percebeu que o mercado é restrito e, por isso, decidiu seguir outro caminho. “Cheguei a fazer algumas avaliações, mas senti que o nível era muito mais alto do que eu jogava. Mas queria seguir no futebol de alguma forma. Por isso, optei por fazer educação física na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), e ali eu conheci o projeto de futebol da faculdade, que me abriu muitas portas”, explica Xavier.

 

Depois de decidir qual seria seu futuro profissional, Vinicius Xavier buscou se qualificar para o mercado. Inicialmente, porém, sua preferência não era se tornar treinador. “Quando eu entrei para a faculdade, tinha a intenção de trabalhar na preparação física. Mas, quando ingressei no projeto (de futebol da UFJF), eu comecei a ter contato mais com a parte de comissão técnica, com treinadores, e passei a me interessar muito mais por essa área, da parte tática do jogo em si”, detalha Argirita.

 

Em sua recente carreira, Vinicius já acumula trabalhos em categorias de base e profissional em clubes de Minas Gerais, Rio de Janeiro e de estados do Nordeste. Sua primeira experiência foi em 2017, quando integrou a comissão técnica da categoria sub-13 do Tupynambás, graças a parceria do clube com a UFJF. No ano seguinte, foi promovido ao sub-15. Em 2019, Argirita passou a fazer parte da comissão técnica do time principal do Baeta, que à época foi eliminado pelo Atlético-MG nas quartas de final. Em seguida, Xavier assumiu em definitivo a categoria sub-15, mas em 2020 saiu do clube graças ao fim do acordo entre o Leão do Poço Rico e a Universidade, por conta da pandemia.

 

 

Parceria com Surian

 

Vinicius e Felipe Surian já haviam trabalhado juntos pelo Tupynambás em 2019, mas a partir de 2020 Argirita passou a integrar a comissão técnica de Surian em definitivo. O convite surgiu após o desligamento de Xavier do Baeta. “No final, os dois lados ficaram se procurando e acabou criando esse casamento”, conta Vinicius. A partir de então, os dois trabalharam juntos na Portuguesa-RJ em 2020 e 2021, Sampaio Corrêa-MA no mesmo ano, e novamente no clube carioca em 2022 e 2023.

 

Juntos, Vinicius e Surian acumulam bons resultados. Em 2021, levaram a Portuguesa às semifinais do Campeonato Carioca e, no mesmo ano, mantiveram o Sampaio Corrêa na Série B. Novamente pela Lusa da Ilha do Governador, em 2022, quase conseguiram o acesso à Série C do Campeonato Brasileiro, mas foram eliminados nas quartas de final da Série D, competição em que os semifinalistas são promovidos. Neste ano, foram desclassificados no estadual pelo Botafogo na Taça Rio.

 

 

Novo trabalho

 

Depois do Campeonato Carioca, Vinicius Xavier e Felipe Surian foram trabalhar no Botafogo-PB. O clube, que disputa a Série C em 2023, busca o acesso à segunda divisão. “Viemos com esse pensamento, com essa cabeça de formar um elenco e não só manter o clube na Série C, mas buscar esse acesso, a mentalidade é essa”, destaca Argirita.

 

Além de treinador, também escritor

 

Vinicius, além de se dedicar à carreira de técnico, também trabalha na escrita de um livro, juntamente com seu amigo, Ítalo Resende, sobre táticas relacionadas ao futebol: ‘Situações Táticas de Jogo: Fase Ofensiva’. Argirita explica o porquê de se dedicar à literatura esportiva. “Quando começamos a estudar futebol na faculdade, temos muito acesso às literaturas portuguesa e espanhola. E sentíamos falta de alguém no Brasil que escrevesse de maneira aprofundada. Nossa intenção é difundir o conhecimento, falar um pouco mais sobre táticas e valorizar o futebol brasileiro também e os profissionais do país”.

O livro tem previsão de lançamento para maio. Xavier complementa, afirmando que pretende lançar um segundo volume. “Penso nas próximas edições, desta vez sobre fase defensiva e das transições”, conta.

 

Fonte: TRIBUNA DE MINAS