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Carmen L. Oliveira
Editora Rocco, 1995
Em ‘Flores raras e banalíssimas’, Carmen L. Oliveira conta a relação de Elizabeth Bishop e Maria Carlota Costallat de Macedo Soares (Lota) e a criação do Parque do Flamengo. O livro focaliza Lota e as figuras que junto com ela construíram a história do Rio de Janeiro e do Brasil. A obra apresenta trechos da história do país – as discussões de Lota com o governador Carlos Lacerda, a briga com o arquiteto Sérgio Bernardes, a rivalidade com Burle Marx, a presença de Manuel Bandeira, Clarice Lispector, Portinari, Carlos Scliar, Rachel de Queiroz e Carlos Drummond de Andrade.
Balada para as meninas perdidas
Vange Leonel
Summus, 2003
De autoria da cantora e escritora Vange Leonel (1963-2014), o livro foi publicado pela Summus, em 2003, Edições GLS. Trata-se da história de duas amigas, que já foram namoradas e que gostam muito de sair juntas, dançar e paquerar na cena clubber de jovens lésbicas em uma grande metrópole. Uma das personagens tem um romance com uma garota, que fica invisível, o que não atrapalha as cenas de namoro e sexo, descritos pela autora. Vange Leonel foi uma importante militante da causa LGBT, no âmbito da cultura. Escreveu sobre o tema lesbianidade para o site Mix Brasil, para a revista Sui Generis e outras publicações. Ela gravou a música Noite Preta – de sua autoria em parceria com sua esposa, a jornalista Cilmara Bedaque –, que foi tema de novela e fez muito sucesso. Vange Leonel saiu de cena precocemente, aos 51 anos de idade, vítima de um câncer. Suas crônicas, artigos e livros, como a Balada para as meninas perdidas, valem de entusiasmo ao romance e militância.
Stella C. Ferraz
Brasiliense, 2000
O livro tem uma história lésbica-feminista. As personagens são amigas, lésbicas e várias delas moram em uma vila, em São Paulo. Com texto agradável, o livro apresenta debates – como, por exemplo, sobre religiões e homossexualidade –, apresenta romance, com encontros e desencontros e muita citação de cultura lésbica. Nessa linha, duas personagens vão a um congresso, em Ouro Preto, e conhecem a casa que era de Elizabeth Bishop (1911-1979), escritora norte-americana, que foi casada, no Brasil, com a arquiteta Carlota de Macedo Soares (1910-1967) – a história desse amor é contada em Flores Raras, por Carmen L. Oliveira.
Stella C. Ferraz tem outros romances lésbicos-feministas, com o mesmo estilo agradável e simples de A vila das meninas, o qual, sem dúvida, é o mais interessante deles. Os livros foram publicados, inicialmente, com o elo Alethéa, da Editora Brasiliense.
Dicionário Mulheres do Brasil – de 1500 até a atualidade
Jorge Zahar Editor, 2000
Organizado por Schuma Schumaher e Érico Vital Brazil, a obra foi publicada por Jorge Zahar Editor, em 2000. O Dicionário é fruto do “Projeto Mulher – 500 anos atrás dos panos”, cuja idéia, no 5º centenário do Brasil, foi reverter esse quadro, resgatando e divulgando a participação das mulheres na formação e no desenvolvimento do País. Vale ter a mão o Dicionário Mulheres do Brasil, para conhecer e se inspirar. Além de nomes como Felipa de Souza, Cacilda Becker e Luísa Erundina, a obra traz o verbete Feminismo Pós-1975, com informações sobre as conferências, a militância e a academia.
Invenções de Si em Histórias de Amor: Lota Macedo Soares e Elizabeth Bishop
Nádia Nogueira
Apicuri, 2008
Invenções de Si em Histórias de Amor: Lota Macedo Soares e Elizabeth Bishop, de Nádia Nogueira aprofunda o debate sobre os silenciamentos histórico, político e acadêmico das mulheres lésbicas e bissexuais e nos propõe pensar como essas mulheres não se deixam capturar pela estabelecida instituição familiar, ao adotarem práticas dissidentes de invenção e reinvenção de suas subjetividades, nos variados itinerários entre o campo, a cidade, a orla e as montanhas.
Eu Matei Sherazade
Joumana Haddad
Record, 2011
Em Eu Matei Sherazade – Confissões de uma Árabe Enfurecida, Joumana Haddad desafia as ideias preconcebidas que o Ocidente tem das mulheres no Oriente Médio e fala sobre o próprio desenvolvimento intelectual e o impacto libertador que a literatura teve na sua vida. Um relato ousado sobre o que significa ser uma mulher árabe nos dias de hoje.
A Espingarda de Caça
Yasushi Inoue
Brasiliense, 1998
Em A Espingarda de Caça, a história se desenrola após a 2º Guerra e conta um caso trágico de amor através da visão de três diferentes personagens: Salko, Shoko e Midori. Através delas, amantes atormentadas, filhas desiludidas e esposas sofisticadas, Inoue exibe uma notável compreensão da psicológica feminina.
Haruki Murakami
Alfaguara, 2015
Sono é o relato, em primeira pessoa, de uma personagem que há dezessete dias não dorme. Se não fosse por este fato, sua vida seria muito comum. É casada com um dentista há menos de uma década e tem um filhinho pequeno, que recém começou a ir à escola. Sua rotina se divide em servir o café da manhã a este pequeno núcleo familiar, ir ao mercado, cozinhar para o marido que vem almoçar em casa, fazer natação à tarde, ler um pouco quando sobra tempo e depois receber sua família novamente, preparando o jantar e indo dormir. No entanto, em uma certa noite, a narradora tem um sonho e a partir desse dia ela deixa de dormir.
Simone de Beauvoir
Nova Fronteira, 1967
O livro reúne três narrativas sobre uma questão central, que poderia ser definida como “a condição feminina”, numa sociedade ainda dominada pelos homens. Na primeira narrativa, a mais autobiográfica, vemos um casal de intelectuais maduros, ambos de esquerda, em conflito com as posições cada vez mais conservadoras do filho, Philippe. O conto prenuncia não só as reflexões posteriores de Beauvoir sobre a velhice, mas também o confronto de gerações que explodiu em maio de 68. O segundo quadro deste tríptico é o monólogo angustiado de Murielle, que, depois de dois casamentos fracassados e do suicídio da filha, rumina em solidão o seu ódio pelo mundo e por um Deus que talvez não exista. Na última história, a mais longa, acompanhamos o irreversível desabamento da vida familiar de Monique, uma típica dona-de-casa que de repente se vê abandonada pelo marido e desprezada pelas filhas.
Yoko Ono
Bateia, 2014
Composto por cem poemas de instrução pode ser lido como um livro de poesia, um guia filosófico, um livro de arte conceitual – já que cada um dos textos é acompanhado por um desenho de pontos de autoria de Yoko -, ou reunindo tudo isso, um livro poético de instruções conceituais e filosóficas. Isso fica a critério de cada leitor. Ela prefere definir Acorn como ‘poesia em ação’. Suas instruções e ilustrações desafiam os leitores a olhar à sua volta de uma maneira diferente. Seus exercícios instigantes criam insights sobre padrões de comportamento e abrem, não só os olhos, mas todos os sentidos para formas mais criativas e conscientes de se relacionar consigo mesmo, com os outros e com o planeta.
Janaína Leslão
Metanóia, 2015
O livro conta a história da princesa Cíntia, que quando nasceu foi prometida em casamento para Febo, o príncipe do reino vizinho, para que se mantivessem os laços de amizade entre os reinos. Quando chegou a época da cerimônia, a princesa foi encomendar seu vestido e, então, conheceu a costureira Isthar, por quem se apaixonou. Quando Cíntia anunciou para os pais suas intenções com Ishtar e disse que não mais se casaria com Febo, seu pai mandou que a prendessem na torre do castelo, pois desafiou o interesse e a tradição dos reinos, que dizia que moças deveriam se casar com rapazes. Para garantir um final feliz, a princesa e a costureira receberão ajuda da irmã da princesa, do próprio príncipe, da Fada Madrinha e de uma Agulha Mágica. O livro pretende auxiliar famílias e escolas, tanto na discussão sobre a diversidade humana como sobre a luta mais ampla pelos direitos das pessoas LGBT.
Educação, Comunicação e Feminismos – Grupo de Estudos e Pesquisas