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CRDH + O Combate – Educação Popular e Formação Política no Vale do Rio Doce

3No dia 05 de Outubro de 2019, a convite do projeto O Combate – Educação Popular e Formação Política no Vale do Rio Doce, coordenado pelo professor Henrique Queiroz, do departamento de Administração da UFJF-GV, foi feita uma atividade de formação conduzida pela prof. Nara Carvalho, que tratou sobre o tema Gênero e Direitos Humanos por meio de exposição de slides, roda de discussão e apresentação de um trecho do curta-metragem “Oppressed Majority” (“Maioria Oprimida”). Além dela, outras importantes representações estiveram presentes discutindo sobre suas áreas de atuação e estudo, sendo elas a professora da rede pública e militante de minorias raciais Gilsa Santos e Shirley Krenak, liderança indígena, educadora popular, ativista e colaboradora do CRDH. Um fato interessante e que demonstra os frutos dessa parceria é que, segundo a prof. Nara Carvalho, a partir dela que surgiu a oportunidade de trabalhar também com o MST.

O projeto em questão visa cooperar com a atuação dos Movimentos Populares e Sindicais na região do Vale do Rio Doce, por meio da formação política, utilizando como instrumento a Educação Popular, a qual age de forma emancipatória. Também busca atender diretamente lideranças e membros de diversos movimentos populares e sindicais que atuam na região do Vale do Rio Doce, do campo ou da cidade, ou ainda os de âmbito nacional, estadual ou municipal.

De acordo com o professor Henrique Queiroz, a ideia do convite surgiu durante a execução do projeto, uma vez que entre os participantes verificou-se a necessidade de correlacionar gênero e direitos humanos. No que diz respeito ao resultado da parceria, afirma que foi produtiva, tendo em vista a capacidade do CRDH “em contribuir com a discussão entre os movimentos sociais, principalmente partindo de várias perspectivas sobre o tema, desde seus elementos teóricos até a apresentação de lutadoras sociais que contribuem com a transformação na região. O interrelacionamento já constituído pelo próprio foi essencial no sucesso da ação de extensão, considerando que era anteriormente previsto por ele e teve sua temática específica surgida a partir da participação ativa dos e das participantes do projeto”.

O colaborador externo João Vitor de Freitas esteve presente e, tendo um grande interesse nas relações expostas no evento, em especial na luta indígena, relembra o espaço final dedicado à fala Shirley Krenak: “Tratava-se, primeiro, de uma exposição da fala do seu pai, Nadil (Waldemar) Krenak extremamente interessante que nos alerta, de forma sutil, sobre a necessidade de nos reconciliar com o que muitos indígenas chamam de “mãe-Terra”.  Shirley, sempre muito enfática, afirmou “meu povo tá vivo”  e questionou a todos nós ali presentes sobre “o que nós [povos indígenas] podemos levar de positivo para a sociedade?”. E afirma que, além de ter sido um espaço extremamente importante, foi possível aprender muito com as três pessoas que expuseram.

Além dele, a extensionista Hully Pereira foi uma das participantes dessa atividade. Segundo ela, foi interessante pensar que as pessoas ali presentes dedicaram um sábado para essa atividade, um dia que poderia ser utilizado para trabalho ou descanso, foi usado para a troca de conhecimentos e construção conjunta. Ela evidencia, ainda, que muitos participavam de diferentes movimentos populares e possuíam um histórico comum, e por diversas vezes compartilhado, de luta e abertura de espaços de diálogo sobre temáticas como identidade de gênero e sexualidade, negritude, luta indígena e camponesa. De acordo com Hully, foi uma experiência incrível, um espaço plural e de muita aprendizagem.