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Pesquisadores detectam em bactérias processo inédito de resposta a vírus

Imagem de bacteria aquática obtida por microscopia eletrônica.

Pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) chegaram a um achado científico inédito ao identificar o impacto que vírus provocam em bactérias presentes em ecossistemas de água doce. Por abrir portas para novos entendimentos sobre como diferentes espécies se relacionam em escala microbiana, o estudo foi publicado na revista internacional Environmental Microbiology, periódico de alto impacto entre a comunidade científica. O trabalho é fruto de estudos de quase duas décadas, feitos por meio da parceria entre dois laboratórios da universidade: o de Biologia Celular e o de Ecologia Aquática, ambos vinculados ao Instituto de Ciências Biológicas (ICB).

 

A descoberta dos cientistas consiste na identificação da capacidade, até então ainda não reconhecida, de bactérias de água doce produzirem uma grande quantidade de vesículas extracelulares em resposta à infecção por vírus. Essa constatação abre as portas para novos desdobramentos científicos sobre a funcionalidade do comportamento de bactérias frente infecções virais, considerando que vírus são grandes reguladores biológicos de bactérias e estas, por sua vez, são as principais decompositoras da matéria orgânica nos ecossistemas aquáticos – sendo, portanto, de importância ecológica significativa para o meio ambiente.

 

Em suma, “a produção dessas vesículas pode indicar até mesmo uma estratégia de sobrevivência mediante ao ataque de vírus”, traduz o pesquisador Nathan Barros. As vesículas extracelulares, como explica o pesquisador Thiago Pereira da Silva, são associadas a vários processos biológicos importantes para a comunidade bacteriana aquática – como, por exemplo, a comunicação e a transferência de material genético entre as bactérias.

 

“Além disso, vesículas extracelulares podem funcionar como ‘armadilhas’ para os vírus, porque eles precisam se ligar à superfície da célula bacteriana para a infectá-las, injetando seu material genético. Com o ambiente cheio de vesículas, os vírus ‘confundem’ a superfície de vesículas com a superfície de células, injetando o material genético deles na vesícula”, exemplifica Silva.

 

Leia a reportagem completa na íntegra.