
Comunidades quilombolas retratadas na exposição "Endireita Mundo", de Filipe Matias (Foto: Filipe Matias - reprodução)
Debates, batuques, exibição de documentário, palestras e mesas redondas farão parte do Primeiro Encontro de Comunidades Quilombolas da Zona da Mata mineira, o Kizomba Namata, a partir desta sexta, 26, até domingo, 28.
O objetivo é discutir os processos de identificação e demarcação das terras quilombolas, de acordo com o artigo nº 68 da Constituição Brasileira de 1988. Além disso, a intenção criar um espaço de articulação entre as próprias comunidades e fazer uma mobilização social e política.
O batuque Afro-Brasileiro de Nelson Silva abrirá as atividades de hoje, às 18h, no antigo prédio do Instituto de Ciências Humanas (ICH). As 18h30, haverá a mesa de aberturas, seguida do documentário “Endireita Mundo – A Marcha aos Quilombos”, às 19h. Em seguida, o professor Aderval Filho da Universidade Federal de Minas Gerais irá proferir palestra sobre terras coletivas. O encerramento, previsto para 21h30, terá apresentação do grupo Peneirando Água e a abertura da exposição fotográfica de Filipe Matias no saguão da Reitoria.
“Endireita Mundo (título da exposição) é o nome de uma planta, e a gente descobriu que ela é remédio para tudo, desde dor de cabeça até doenças culturais, como ventre virado. Eles a usam para tomar banho e se endireitar, e a metonímia dessa história toda foi o sentido mais poético que me inspirou.” Ele considera o encontro extremamente rico por reunir as comunidades quilombolas que não se conhecem.
O evento conta com a participação de seis comunidades: Botafogo (de Tabuleiro), Colônia do Paiol (Bias Fortes), São Bento e São Sebastião da Boa Vista (Santos Dumont), São Pedro dos Crioulos (Divino) e a comunidade São José, convidada especial de Valença, no Rio de Janeiro. Porém, o organizador do evento, Leonardo Carneiro, afirmou que mais quilombolas solicitaram participação, podendo chegar a 13 grupos.
De acordo com Carneiro, eram esperadas 150 inscritos, mas 270 pessoas participarão. “Isso demonstra o interesse da sociedade pela questão quilombola. Estas questões são importantes, e as pessoas estão sensíveis a isso.”
Devido ao aumento dos interessados, as atividades de sábado foram transferidas do antigo prédio do Instituto de Ciências Humanas (ICH) para a nova sede do instituto.
A exposição fotográfica de Filipe Matias ficará aberta de segunda a sexta-feira, das 7h às 23h, e aos sábados das 8h às 14h.