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Projeto de extensão em Governador Valadares combate anemia infantil

Os bolsistas e voluntários envolvidos no projeto foram capacitados por meio de grupos de discussão e apresentação de trabalhos sobre o tema (Foto: Arquivo)

Bolsistas e voluntários envolvidos no projeto foram capacitados por meio de grupos de discussão e apresentação de trabalhos sobre o tema (Foto: Arquivo)

A anemia é uma condição em que a concentração de hemoglobina está abaixo dos valores de referência estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Crianças com idade de até cinco anos apresentam risco aumentado de desenvolver anemia por deficiência de ferro (ferropriva) devido à grande necessidade desse elemento durante o crescimento. Estudos no Brasil têm indicado que a prevalência da doença em crianças menores de 2 anos seja em torno de 24%. Na cidade de Governador Valadares, o projeto “Ações interdisciplinares de educação em saúde: prevenção e controle da anemia ferropriva em crianças de 6 a 60 meses cadastradas na Estratégia Saúde da Família em Governador Valadares”, tenta mudar a realidade de meninos e meninas de seis meses a cinco anos de idade.  

O projeto, que teve início há um ano, é coordenado pela professora do Departamento Farmacêutico, Raquel Tognon. Após o levantamento dos dados das famílias atendidas pela ESF, bolsistas levaram para a população informações sobre o que é a anemia ferropriva, como diagnosticar, prevenir e tratar a doença. “Nossa proposta foi orientar as mães e cuidadores de crianças verificando sua participação no programa por meio de atuação interdisciplinar de farmacêuticos e nutricionistas. Além disso, colaboramos com os profissionais de saúde que trabalham na ESF trazendo novas informações e a possível definição de estratégias”, relata a professora.

Ao chegar às unidades de saúde, foi observado que, devido à sobrecarga de trabalho a qual os profissionais estão sujeitos, nem sempre era dada a devida atenção a esse problema da anemia infantil. Segundo Raquel, foi percebido um “nível insatisfatório de conhecimento”, principalmente sobre qual o impacto dessa desordem na saúde e na vida das crianças. “A principal mudança que percebemos foi o interesse dos profissionais da saúde. No evento de capacitação, em uma roda de conversas que fizemos ao final das atividades, pudemos perceber que o interesse pelo assunto havia aumentando, e também tivemos uma resposta positiva por escrito dos profissionais.”

A coordenadora do Programa de Saúde da Família, enfermeira Kélia Mendes, atua no posto de saúde Santos Dumont, em Governador Valadares e confirma que houve mudança no olhar para a questão da anemia. “A equipe teve boa aceitação acolhendo e oferecendo os cuidados necessários aos atendidos.” A enfermeira descreve o local onde vivem essas famílias, muitas vezes, como insalubre, sem saneamento e com déficit de alimentação. Com o ambiente propício para a proliferação de doenças, Kélia destaca a importância do projeto. “As pessoas só procuram o posto quando já estão doentes. Portanto, a prevenção é fundamental para a qualidade de vida.”

Colaboração

As atividades coordenadas pela professora Raquel acontecem em parceria com o projeto de extensão “Educação nacional para prevenção e controle da anemia ferropriva”, coordenado pela professora Clarisse Lima que realiza atividades de apoio ao Programa Nacional de Suplementação de Ferro (PNSF) na população infantil de Governador Valadares. Juntos no mesmo objetivo, os projetos atuam de forma coordenada para possibilitar a formação de uma equipe de docentes, bolsistas e voluntários que consiga atender à demanda da população no que diz respeito à anemia infantil. “Eu e a professora Clarice achamos de extrema importância que as ações nesse campo contemplassem as áreas da Farmácia e Nutrição, pois para prevenir e tratar a anemia ferropriva é necessário que se faça a suplementação com sulfato ferroso e que se tenha uma dieta rica em ferro”, afirma Raquel.

A estudante do 5º período da Faculdade de Farmácia e bolsista da equipe, Lorena Ferraz, conta que foi importante aprofundar os conhecimentos estudando artigos e cartilhas do Ministério da Saúde dirigido aos profissionais de cada ESF. Esse material tem por objetivo orientar a forma como ajudar no controle da anemia e em como transmitir essas informações às mães, despertando assim, um maior interesse n a saúde dos filhos. “As atividades em campo proporcionaram uma troca de vivência com as Estratégias de Saúde da Família do município, enriquecendo o conhecimento, tanto na área acadêmica quanto na pessoal”, conclui Lorena.