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Núcleo de Quadrinhos apresenta a nona arte a estudantes do colégio João XXIII

Estudantes aprendem técnicas para elaboração de quadrinhos (Foto: Willian Oliveira/Proex)

Estudantes aprendem técnicas para elaboração de quadrinhos (Foto: Willian Oliveira/Proex)

Com 1,2 bilhões de dólares, o longa “Homem de Ferro 3” conquistou a maior bilheteria de 2013, resultado que comprova a popularidade atual da história em quadrinho (HQ), considerada a nona arte. Porém, essa forma de narrativa não se restringe apenas ao universo dos super-heróis. “O quadrinho vem de uma história adulta e crítica. É uma forma de literatura fantástica, gênero que mais vende mais no Brasil e no Mundo atualmente”, explica o professor do Colégio de Aplicação João XXIII, Frederico Crochet.

Para apresentar aos alunos do João XXIII e à comunidade em geral as diferentes dinâmicas, narrativas e códigos das histórias em quadrinhos, foi criado o projeto de extensão “Núcleo de Quadrinhos”, coordenado por Crochet. A iniciativa, que está em seu terceiro ano, surgiu a partir da demanda dos próprios alunos do João XXIII. “No oitavo ano, eles trabalham com ilustrações, tendo como foco as HQs. Ao final dessa etapa, vários estudantes nos procuraram, pois queriam aprender mais sobre o tema.”

No projeto, os alunos passam por todos os processos de desenvolvimento de uma história em quadrinhos, que começa com a criação do roteiro, passa pela produção da storyboard, desenho, arte final, colorização e finaliza com a inserção das falas. De acordo com o coordenador do projeto, os alunos revezam-se entre as diferentes funções. Dessa forma, compreendem a importância de cada etapa para que a HQ fique pronta. “Quando as pessoas veem o quadrinho finalizado, acreditam que o mesmo é resultado de um único processo realizado por uma só pessoa.” Além da parte teórica, os alunos produzem tiras que são utilizadas no material didático e publicações do Colégio.

Gênero Literário

Segundo o docente, o quadrinho ainda é discriminado como forma de literatura, pois há pessoas que o consideram como uma leitura “menor” ao utilizar elementos gráficos para ajudar a narrativa. “O quadrinho é um gênero literário com seus códigos pessoais e possui uma forma de contar histórias que o livro não tem. São linguagens diferentes, mas ambas são formas de literatura.”

O gênero, de acordo com Crochet, cria no leitor o interesse por outros estilos e pela escrita, por isso é importante o reconhecimento do quadrinho como literatura, principalmente nas escolas. “É perceptível constatar no aluno que tem o hábito da leitura uma escrita melhor.”

Quadrinhos nacionais

(Foto: Willian Oliveira/Proex)

Segundo Frederico Crochet, o desenvolvimento de histórias em quadrinhos é dividido em várias etapas (Foto: Willian Oliveira/Proex)

Apesar da popularidade das histórias em quadrinhos no Brasil, encontrar títulos nacionais nas bancas, com exceção da “Turma da Mônica”, de Maurício de Souza, ainda é um desafio. “O quadrinho nacional tem um espaço muito tímido. As empresas não fazem uma boa divulgação desse trabalho. Se você for a alguma banca dificilmente encontrará um quadrinho brasileiro”, lamenta o coordenador.

No entanto, o docente acredita que a situação está melhorando, principalmente relacionada à distribuição, mas ainda está longe do ideal. “O Brasil sempre teve uma produção quadrinística de qualidade. Temos grandes produtores brasileiros que não têm o apoio e não são conhecidos nesse sentido.”

O surgimento de ferramentas online como o Catarse, que permite o financiamento coletivo, têm ajudado os artistas a produzirem suas revistas. “Hoje, aspirantes a quadrinistas tem uma chance maior de ter seu trabalho reconhecido sem a necessidade de patrocínio de editoras. Vivemos em um tempo de oportunidades”, destaca o bolsista do projeto e aluno do curso de Artes e Design, Herbert Dariel.

Outras informações: (32) 3229-7607 (Departamento de Letras e Artes/João XXIII)