Fechar menu lateral

Projeto de agroecologia recebe investimento de R$ 200 mil do CNPq

 Uma das comunidades quilombolas onde projeto será realizado (Foto: Arquivo pessoal)

Uma das comunidades quilombolas onde o projeto será realizado (Foto: Arquivo pessoal)

Com o propósito de promover o diálogo entre a Universidade e as comunidades rurais, o projeto “Da diversidade cultural à diversidade produtiva: construindo saberes necessários à transição agroecológica” foi contemplado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) com uma verba no valor de R$ 200 mil para ser investida durante os anos de 2014 e 2015.

O projeto é coordenado pelo professor do Departamento de Geociências, do Instituto de Ciências Humanas da UFJF, Leonardo Carneiro, e conta com a participação de mais sete professores dos campi de Juiz de Fora e Governador Valadares. A iniciativa foi criada em 2010 e pela segunda vez é contemplada com recursos. A ação consiste na formação do núcleo Agroecologizando o Campus, que desenvolverá ações em seis comunidades quilombolas e um assentamento do Movimento dos Sem Terra, além de atividades nos campi de Governador Valadares e Juiz de Fora.

Os nove bolsistas são treinados para realizarem oficinas nas comunidades, nas quais dialogam sobre a produção e técnicas de cultivo. “Possuímos saberes acadêmicos, mas os agricultores possuem conhecimentos de técnicas provenientes de camponeses e agricultores familiares de décadas passadas, o que nos proporciona uma troca de experiências”, acrescenta Carneiro.

A atividade proporciona uma transição no modo de vida das pessoas envolvidas. Para o docente, o projeto proporcionará melhor qualidade de vida e aumento na renda das famílias aliada a uma rede de economia solidária, na qual seu objetivo é fazer com que parte da produção dessas comunidades seja comercializada direto com os consumidores finais, aumentando a margem de lucro.

Investimento

Segundo o professor Leonardo Carneiro, é fundamental a troca de experiência entre a Universidade e os camponeses e agricultores das comunidades envolvidos no projeto (Foto: Arquivo pessoal)

Um dos integrantes da comunidade quilombola assistida pelo projeto (Foto: Arquivo pessoal)

O recurso proveniente do CNPq será de R$ 200 mil. Cerca da metade será destinado ao pagamento de bolsas aos estudantes e o restante será dividido entre compras de equipamentos, veículo para auxiliar no transporte entre as comunidades e itens referentes ao custeio como gasolina e material de escritório.

A expectativa é de que a iniciativa cresça a partir da parceria com o projeto “Internúcleos” da Universidade Federal de Viçosa (UFV). A iniciativa tem como objetivo dialogar com vários núcleos de agroecologia de outras universidades fortalecendo-os. Atualmente, o núcleo da UFV atua com as Universidades Federais do Espírito Santo (UFES) e do Rio de Janeiro (UFRRJ), além da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), entre outras. “A importância do projeto se dá quando pensamos no potencial de transformação social que a agroecologia proporciona, pois nos faz repensar o modo de vida, nossa relação com a natureza e nossa forma de produzir”, afirma Carneiro.

Resultados
No primeiro biênio (2012/2013), o projeto foi realizado nas comunidades de São Pedro de Cima, e teve como resultado a redução da utilização de venenos quando comparado a 2011. Contou também, com a inserção da comunidade no programa nacional de alimentação escolar e no de aquisição de alimentos feito pela prefeitura do Divino. Antes do projeto, a comunidade dependia exclusivamente da comercialização do café. Atualmente, cultiva couve, mandioca, batata, feijão, e frutas, o que permite produção diversificada e saudável.