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Projetos de Pesquisa

Os projetos de pesquisa coordenados pelos docentes do Programa de Pós Graduação em Comunicação da UFJF tem financiamento de agências de fomento como CAPES, CNPq, Fapemig e da PROPP-UFJF.

 

Confira os projetos em andamento nas duas linhas de pesquisa do PPGCOM-UFJF.

  • Linha Competência Midiática, Estética e Temporalidade
  • Linha Mídias e Processos Sociais 

 

 

Linha Competência Midiática, Estética e Temporalidade

 

A tradução intersemiótica (TI) pode ser descrita como um artefato cognitivo projetado para funcionar como uma ferramenta preditiva, generativa e metassemiótica, e para “distribuir” a criatividade artística. Os artefatos cognitivos têm uma grande variedade de formas e são manipulados de muitas maneiras em domínios diferentes. Como técnica de inteligência aumentada projetiva, a TI funciona como uma ferramenta preditiva, antecipando novos e surpreendentes padrões de eventos e processos semióticos, mantendo sob controle o surgimento de novos padrões. Ao mesmo tempo, funciona como um modelo gerador, fornecendo informações novas, inesperadas e surpreendentes ao sistema-alvo, e proporcionando resultados concorrentes que permitem ao sistema produzir instâncias candidatas. Como uma ferramenta metassemiótica, a TI cria um processo semiótico de mais alto nível, uma ação de signo que representa a ação de um signo. Ele cria um “laboratório experimental” para a realização de experimentos semióticos. A TI submete os sistemas semióticos a condições estatisticamente incomuns e fornece um cenário para observação do surgimento de um novo e surpreendente comportamento semiótico como resultado.  

Palavras-chave: tradução intersemiótica, criatividade, artefato cognitivo, metassemiose. 

 

Fotolivros da literatura são frequentemente descritos como casos paradigmáticos de fenômenos híbridos e intermediários, fenômenos de interação entre diferentes mídias. Muitos autores definem intermidialidade como “fronteiras entre mídias”, ou “relações intermodais na mídia”. Os fotolivros de literatura são produzidos na América Latina ao menos desde a década de 1920, e no Brasil ao menos desde 1950. Mas só na última década eles se tornaram alvo de pesquisadores em diversos campos. Entretanto, ainda são poucas as investigações sistemáticas dedicadas ao fenômeno, ao contrário do que se observa em trabalhos acadêmicos dedicados à investigação da imagem fotográfica. Embora raros, os trabalhos históricos e analíticos dedicam-se  a detalhar as propriedades multimodais relevantes deste fenômeno. Entre as questões e tópicos fundamentais abordados neste projeto: (1) fotolivros mais importantes da história recente da literatura brasileira e latino-americana (2) Como analisar de forma rigorosa e sistemática as complexas relações entre poesia verbal (e prosa) e imagem fotográfica em fotolivros de literatura? (3) Quais modelos e teorias devem ser considerados os melhores candidatos para analisar as relações entre poesia verbal (e prosa) e imagem fotográfica em fotolivros de literatura?
 
Palavras-chave: fotolivro, fotolivro de literatura, intermidialidade, multimodalidade.
 
  • Ruínas narrativas: restos, reapropriações e ressignificações no cenário da pós-modernidade
  • Coordenadora: Christina Ferraz Musse

O projeto busca identificar, classificar e compreender as narrativas marginais, que se configuraram nas fronteiras dos espaços midiáticos hegemônicos, e que são redescobertas na contemporaneidade, conferindo novos sentidos aos espaços público e privado. Neste aspecto, interessa-nos investigar as expressões comunicativas que permaneceram à margem, quase invisíveis, mas que atuaram como discursos de resistência, explicitando novas interpretações para o passado e o presente. Os vestígios das bitolas fílmicas do Super-8, os rastros dos vídeos amadores, as histórias de vida dos perseguidos políticos, os textos da imprensa alternativa, as fotografias analógicas dos álbuns de família, as narrativas memoriais sobre os antigos cinemas de rua, a construção das subjetividades e a percepção e ocupação do espaço público. As culturas marginais, insubmissas, que se revelam através de reciclagens, reapropriações e novos arranjos e negociações simbólicas. A pesquisa de campo tem caráter qualitativo e tem sido desenvolvida através da consulta e análise de documentos disponíveis em acervos públicos, como também pela identificação e análise de material guardado em acervos particulares. Para a classificação do material, utilizam-se as referências teóricas da Análise de Conteúdo (BARDIN, 2011) e a metodologia da Análise Crítica da Narrativa (MOTTA, 2013). Para a coleta dos dados testemunhais, baseamo-nos na metodologia de História Oral (THOMPSON, 1992). O objetivo central é mapear as narrativas contra-hegemônicas produzidas no período da ditadura, na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais, onde foi deflagrado o golpe civil-militar. A partir deste recorte espaço-temporal, identificar e interpretar o papel dos pequenos agentes/autores de comunicação, cujas histórias de vida fornecem uma outra compreensão do período de exceção no Brasil.

Palavras-chave: Narrativa, Mídia, Memória, Cidade, Sociabilidade.

 

  • Narrativas em mutação
  • Coordenadora: Cláudia de Albuquerque Thomé

A velocidade com que a narrativa midiática contemporânea se altera e é atravessada por novas possibilidades de narrar, diante da convergência das mídias, acena para a necessidade de uma análise de gêneros que se hibridizam, no “deslizamento” de um meio a outro. As tecnologias digitais aceleraram esse fenômeno que, no entanto, não é tão novo. O projeto abrange pesquisas sobre a crônica nos meios de comunicação, sobre depoimentos como narrativas que são ressignificadas, e sobre deslizamentos do telejornalismo para a segunda tela, e a relação com a rede social digital. O objetivo é analisar narrativas que se hibridizam, detectando o entrelaçamento de produções jornalísticas, literárias e de outros campos culturais. Prevê-se assim o estudo de narrativas em diálogos entre ficcionalidades e factualidades. São estudados conceitos de remediação, convergência e transmidialidade. Esta reflexão norteia os estudos do Grupo de Pesquisa Mídia e Literatura/CNPq, que se organiza em três linhas: i) Estudo da crônica: entre o jornalismo e a literatura; ii) Jornalismo e novos desafios e iii) Narrativas em mutação. Este programa inclui ainda o projeto “Narrativas em mutação – a crônica do papel para as telas”, cujo objetivo é criar uma metodologia de análise para a crônica televisiva. O programa inclui ainda dois outros projetos, focados também na crônica e em narrativas híbridas. São eles: “Memória da cidade nas crônicas mineiras” e “Memória da cidade nas crônicas de Cosette de Allencar”. Tais projetos têm por escopo teórico bibliografia da Teoria Literária e do Jornalismo, trabalhando em duas frentes: no levantamento e digitalização das crônicas em acervos públicos de Juiz de Fora e na análise de conteúdo, sobretudo dos textos de Cosette de Alencar no período da ditadura militar no Brasil.

Palavras-chave: Narrativa, Deslocamentos, Mídia, Crônica e Memória.

 

  • Ambientes multicódigos, efetividade comunicacional e pensamento mutante
  • Coordenador: Francisco Paoliello Pimenta

Como obter efetividade representacional nos atuais processos comunicacionais frente às contínuas mudanças determinadas pela ambiência multicódigos? Esse contexto investigativo permite uma grande abrangência de diálogos com outras pesquisas, uma vez que procura esclarecer diversos fenômenos que passam por transformações decorrentes da nova semiosfera digital. A questão proposta engloba projetos relativos às mudanças decorrentes da disseminação das redes sociais, da transmídia, dos jogos eletrônicos, das plataformas de áudio e vídeo por demanda, das alterações no jornalismo e outros processos de informação, das transições nas TVs abertas na esfera do entretenimento, migrando para séries em torrent, das novas estéticas ligadas às transformações culturais em curso no campo dos estudos étnicos e de gênero, da decolonização, da cultura participativa, seus hibridismos, ativismos, interatividade, convergências de linguagem, etc. Três hipóteses buscam responder à pergunta proposta, prevendo que, para serem efetivos, esses processos comunicacionais devem possibilitar: (1) sensações de compartilhamento estético, por representarem qualidades, tipos e padrões de seus objetos; (2) ações correlacionadas aos fins éticos da atual ambiência multicódigos, em seu caráter imediato, globalizado e coletivo. (3) hábitos guiados pela lógica natural de mudanças do atual ambiente, que articulem, de modo consciente, sentimentos, ações e pensamentos. Como metodologia, considera-se o Pragmaticismo a via mais adequada, ao fornecer um mapa aberto e heurístico do modo como ocorrem os processos comunicacionais, derivado de sua analítica e de sua concepção semiótica.

 

  • Poéticas tecnológicas: do analógico ao digital
  • Coordenadora: Gabriela Borges Martins Caravela

Descrição: No atual contexto de convergência midiática, este projeto mapeia e analisa as especificidades das novas formas de expressão e interação surgidas com o advento da tecnologia digital, com enfoque nas propostas de criação e transcriação de formas narrativas e de novas dramaturgias que requerem diferentes formas de participação do interator em termos interventivos e colaborativos. Sendo assim, nosso objetivo principal é refletir sobre as especificidades e hibridizações de poéticas audiovisuais na era digital, tendo em conta as transformações ocorridas em relação aos processos analógicos e as novas lógicas de produção, ressignificação e práticas criativas. No que diz respeito à produção, nos atentamos para as formas audiovisuais, transmidiáticas e complexas e seus desdobramentos a partir do debate sobre o conceito de qualidade. Em relação ao consumo, discutimos o fenômeno da social TV e as competências cognitivas, estéticas e midiáticas que estão em operação na promoção de uma literacia das mídias e das artes. O Observatório da Qualidade no Audiovisual congrega as pesquisas desenvolvidas a partir deste enfoque, desdobrando-se no mapeamento e análise de poéticas humorísticas, ficcionais, documentais e infanto-juvenis sob o prisma da qualidade e da literacia midiática. Estes conceitos são discutidos nos estudos (Borges, 2009, 2014) e baseados nos trabalhos de Livingstone (2008), Ferrés (2014), Jenkins (2015). A metodologia adotada é quantitativa, com aplicação de questionários e qualitativa, na realização de grupos focais e entrevistas e na análise semiótica de obras e interações nas redes sociais.

Palavras-chave: Media literacy, Poéticas tecnológicas, Cultura digital.

 

  • Os Vínculos Telecomunicativos: Prótese e Transitividade
  • Coordenador: Potiguara Mendes da Silveira Jr.

A Comunicação surge no início do século XX como campo plural de estudo e pesquisa e se desenvolve diretamente ligada à evolução das tecnologias de produção / difusão de informações e trocas sociais. Por situar-se historicamente em meio a redes físicas e imateriais e lidar com itens humanos e não-humanos, seus pressupostos e objetivos necessariamente se misturam aos processos em curso no ambiente sociotécnico de cada época. Desde o início do século XX, a psicanálise, por sua vez, também se disseminou e passou a funcionar como aparelho crítico, de recusa de muitas repressões tidas por inquestionáveis até o século anterior. O pressuposto da pesquisa é: com o desenvolvimento exponencial e planetário das redes físicas e imateriais das últimas três décadas, as sociedades se viram tomadas por comportamentos cujos efeitos desrepressivos se mostraram “parecidos” com aqueles que a psicanálise obtém no regime do tratamento individual. E como, no âmbito social, não há o acompanhamento que ocorre no tratamento individual, resulta que os funcionamentos no regime individual permanecem presos a parâmetros (políticos, econômicos, mentais…) moldados antes da maciça presença tecnológica nos vínculos contemporâneos. Considerando, então, esse descompasso entre uma disseminação social desrepressiva e um âmbito individual retrogressivo, o projeto aborda temas e questões do campo da comunicação (teorias, definições e aplicações) articuladas à transitividade das tecnologias da informação segundo os desenvolvimentos atuais do campo freudiano. Ênfase nas perspectivas de investigação apresentadas pela Nova Psicanálise: teorias do conhecimento, da estética (arte total), da flecha cultural, das tecnologias mentais e das vinculações basais.

Palavras-chave: Teorias da comunicação, Estética, Nova Psicanálise.

 

  • A TV expandida no ecossistema digital: a reconfiguração estética das mídias nos fluxos de linguagem – TV e web
  • Coordenadora: Soraya Maria Ferreira Vieira

Este projeto tem como objetivo identificar e entender a reconfiguração televisiva no ambiente da convergência dos meios a partir de fenômenos contemporâneos que transitam por diferentes espaços e modelos de negócios que vai da era denominada network à post-network. Acreditamos encontrar espaços de divergências e de resistência a partir do que é dado ou repetido neste momento em que a TV se expande para novos ambientes digitais. Levamos em conta que formatos e gêneros visuais, ao transitar da TV broadcast para o mundo virtual-digital – post-network, onde o fluxo de informações vem alterando a forma de se fazer comunicação, se repetem e se reconfiguram, criando outras possibilidades de conteúdo e potencialidades de linguagens. Essas novas experiências fazem com que a televisão possibilite inéditas formas de fluxos e, por isso, a pesquisa parte da experiência de TV tradicional e se expande para desenhar e cartografar sua ecologia digital. A televisão foi um dos meios mais impactados pela convergência midiática. As especulações sobre seu fim deram lugar ao surgimento de uma série de mudanças e adaptações. Com isso, a TV vem se destacando ao tentar encontrar saídas para ser inserida no novo contexto, criando um ecossistema midiático expandido, hibridizado e conectivo. Por ser uma mídia menos tradicionalista, se assim podemos denominá-la, a televisão tem maior facilidade de incorporar inovações por já ser um meio capaz de absorver dentro de si outras linguagens, já nasceu hibrida. Pesquisamos a produção contemporânea, em especial as narrativas transmidiáticas, que caracterizam a nova televisão expandida. Sendo assim, procuramos investigar quais as novas possibilidades no ciberespaço a partir do que é posto pela TV tradicional e como acontece na TV via streaming.

Palavras-chave: televisão, web, reconfiguração estética.

 

 

Linha Mídias e Processos Sociais

 

 

  • Narrativas contemporâneas: estruturas para interação digital
  • Coordenador: Carlos Pernisa Júnior

A proposta é fazer uma pesquisa sobre narrativas digitais contemporâneas, entendendo que o foco principal é a interação com o usuário. Nesse sentido, todos as etapas de trabalho estão atreladas a este aspecto. A preocupação primeira é investigar como se pode dar essa relação em diferentes suportes, seja na Internet e, particularmente na Web, seja em outros meios que se utilizam do digital. O que indica para campos como: cinema e TV digitais; meios móveis, que incluem smartphones e tablets; com possibilidades de desenvolvimento de projetos também em CD e DVD-ROM. Para esse tipo de pesquisa com narrativas digitais, autores como Murray (2003), Johnson (2001), Jenkins (2008) e Manovich (2001) são destaque no projeto. Para a discussão teórica, contudo, a relação entre comunicação e técnica também aparece, com a possibilidade de estudos pelo viés da arte. Assim, acrescenta-se aí autores clássicos, como Benjamin (1985, 1990), McLuhan (1969), Heidegger (2001), Mumford (2001) e Todorov (1970), além de outros mais recentes, como Santaella (2005 a e b) e Lévy (1993, 1999). A intenção é trabalhar com o apoio de estudantes de graduação e pós-graduação – possivelmente também com bolsistas –, de maneira que estes alunos possam desenvolver partes da pesquisa, cada qual com seus interesses específicos. A partir disso, há a entrada dos professores das áreas de Comunicação e Ciências da Computação, dando suporte, orientação e deslocando até mesmo bolsistas de projetos e laboratórios para trabalhos conjuntos, visando alcançar os resultados previstos nesta proposta.

Palavras-chave: Narrativa, digital, interatividade, linguagens, multimídia.

 

  • Pluralismo e diversidade nas narrativas audiovisuais: Novos atores e práticas na produção e circulação de conteúdo
  • Coordenadora: Iluska Coutinho

Descrição: Investigação das narrativas audiovisuais produzidas na perspectiva de exploração não comercial, de informação sobretudo. Tensionamento de novas experiências de audiovisualidade, e sua potencialidade para a produção e circulação de conteúdos com maior pluralismo e diversidade. Análise da materialidade audiovisual e estudo dos processos de produção de sentido instaurados por sua circulação. Entre os sub-projetos desenvolvidos destacam-se estudos de produções universitárias, de coletivos pela democratização da comunicação, de emissoras públicas, de núcleos de pesquisa e grupos em redes sociais digitais, articulados sobretudo a partir dos eixos Narrativas, Audiovisualidades, Pluralismo e Território. No estágio atual da pesquisa, tem-se privilegiado a análise da Televisão e de outras formas de produção e circulação audiovisual, e nela do exercício do Jornalismo, como um serviço público de comunicação. A pesquisa ancora-se na dramaturgia do telejornalismo na busca por compreender as promessas de narrativas audiovisuais e Jornalismo, como projeto racional de esclarecimento e autonomização do cidadão. Também interessa perceber em que medida o exercício do Pluralismo e da Diversidade poderia ser percebido como marca de alteridade na oferta de informação e conhecimento em canais que se auto-intitulam públicos, e os sentidos mobilizados para estimular o diálogo com a sociedade e a participação popular. O sub-projeto “Televisão, Jornalismo e Cidadania: Pluralismo e diversidade nas narrativas das emissoras públicas”, tem financiamento de bolsa PQ2-CNPQ e da bolsa PPM-Fapemig.

Palavras-chave: Narrativas, Audiovisualidade e Intertextualidade, Pluralismo, Diversidade, Território.

 

  • A mídia como palco e ator político: estudos sobre campanha permanente, comunicação governamental, comunicação eleitoral e discussões acerca da imprensa e o seu papel como ator social
  • Coordenador: Luiz Ademir de Oliveira

A pesquisa contempla estudos de Comunicação Política e Eleitoral. O primeiro eixo refere-se aos estudos das estratégias midiáticas dos atores políticos em utilizar os meios de comunicação massivos e digitais como uma ampliação da esfera pública na contemporaneidade. Estão incluídas pesquisas sobre campanha permanente, comunicação governamental e comunicação eleitoral bem como estudos sobre propaganda política tanto nas mídias massivas como digitais. O segundo eixo contempla investigação acerca do papel da imprensa como ator político. A pesquisa tem como objetivo geral investigar as estratégias de gestão da visibilidade dos atores políticos bem como analisar de que forma a mídia atua na construção dos cenários políticos e eleitorais. Os objetivos específicos são: (a) analisar a adaptação do discurso político à lógica midiática; (b) compreender o modelo híbrido de propaganda política (mídias massivas e digitais); (c) analisar a espetacularização e o personalismo da política; (d) estudar os enquadramentos noticiosos sobre os fatos e os personagens políticos. Utiliza-se a Análise de Conteúdo como recurso metodológico (Bardin, 1977).

 

  • A política “tagarela”: exposição de opiniões em redes sociais e processos de polarização política
  • Coordenador: Paulo Roberto Figueira Leal

Descrição: A pesquisa busca perscrutar as correlações entre o ambiente das redes sociais e as dificuldades contemporâneas de repactuação política. Trabalha-se com a hipótese de que, ao contrário de momentos anteriores nos quais depois de períodos de agitação política – campanhas eleitorais, por exemplo – se seguiam momentos de calmaria e silêncio sobre esse tema por parte dos cidadãos medianos, a realidade contemporânea estimula tal exposição de posições políticas dos usuários que se dificulta a possibilidade de mudança de opinião e, com ela, de redefinição de consensos mínimos. Se, por exemplo, na era da hegemonia indiscutível da TV os eleitores se posicionavam politicamente em suas conversações (mas, na prática, poucos indivíduos fora do círculo de convivência cotidiana conheciam essas posições), hoje há uma demanda por perene, sistemática e amplamente divulgada explicitação das posições políticas dos usuários das redes. Ou seja, este ambiente cria dificuldades à mudança de opinião, por temor de se parecer incoerente, e reforça laços sociais que desestimulam o dissenso dentro de grupos já estruturados. Nesta primeira etapa do projeto, efetiva-se revisão bibliográfica da literatura sobre as relações entre política e redes sociais.

Palavras-chave: Comunicação, Carreira Parlamentar, Representações.

 

  • Regiões de sombra e de silêncio no setor audiovisual brasileiro
  • Coordenadora: Sônia Virgínia Moreira

O projeto tem por objetivo mapear o que se entende como áreas de sombra e de silêncio no país: espaços onde o acesso à informação e à comunicação é dificultado pela ausência de sinal de rádio e de televisão ou de rede de telefonia. Parte da constatação de que os habitantes dos centros urbanos usam a capacidade de conexão do celular para quase todos os tipos de ações que envolvem o acesso à informação. Reconhece, porém, que os habitantes de zonas rurais, áreas de fronteiras e zonas de florestas têm a vida afetada pela ausência ou acesso irregular aos meios de comunicação. Acredita que existam lugares onde não chegam canais de rádio, emissões de TV, nem há sinal de telefonia celular ou fixa. A academia ainda não tem dimensão do tamanho desse espaço de silêncio e de isolamento e pouco sabe sobre as estratégias de comunicações dos moradores dessas regiões. Para melhor compreender tal circunstância, a pesquisa pretende examinar e avaliar contextos econômicos, tecnológicos e de políticas de comunicação em que ocorre a expansão local e regional da indústria de mídia e de telecomunicações. Considera para isso a evolução temporal e a distribuição espacial verificada na última década (2008-2018) em cidades pequenas e médias selecionadas para amostra em todas as regiões, com base no quantitativo de retransmissoras de TV e de canais de TV por assinatura, bem como de provedores de internet banda larga fixa.

Palavras-chave: Telecomunicações, audiovisual, indústria de mídia.

 

  • Discursos na mídia sobre o bem e o mal-estar (físico, mental e social)
  • Coordenador: Wedencley Alves

Partindo da definição da OMS para a saúde (“Estado de completo bem-estar físico, mental e social”), o projeto, a que preferimos denominar “programa de pesquisas e estudos”, objetiva um acompanhamento permanente dos discursos sobre o bem/mal-estar conforme se apresentam nas mídias ou em relações sociais midiatizadas. Aqui se encontram imbricadas tanto questões propriamente de comunicação e saúde, como também relativas às violências e às transformações das corporeidades e sensibilidades, testemunhadas nas sociedades contemporâneas. A justificativa para o acompanhamento deve-se, principalmente, ao fato de que hoje as mídias são um espaço privilegiado de observação da economia dos discursos sociais, e, especialmente, para nossos propósitos, acerca do bem e do mal-estar em nossas sociedades. As questões que nos movem partem da perspectiva da Análise do Discurso (Pêcheux-Orlandi) e sempre em relação ao lugar das mídias em nossas sociedades. O programa de pesquisa, executado entre 2012-2015, abrigou sete orientações concluídas de mestrado, duas em andamento, além de monografias e iniciação científica. No âmbito da pesquisa, foi aprovada pela instituição acolhedora EHESS e pela Capes um projeto de pós doc voltado para os discursos na mídia sobre o bem e o mal estar na juventude, realizado em 2015. Convênios também foram firmados com a Univás e a Fiocruz. Este último um desdobramento do estágio de pós-doutorado aprovado e executado na instituição acolhedora EHESS, com financiamento pela Capes.

Palavras-chave: Comunicação, Mal Estar, Discursos.