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Os novos estudos sobre o efeito dos alimentos ultraprocessados

Matéria de Juliana Domingos de Lima 10 Jun 2019 (atualizado 13/Jun 15h45)

 

Pesquisas recentes tornam mais conclusivos apontamentos de cientistas sobre os prejuízos causados à saúde. Elas servem de respaldo para políticas públicas

 

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Um editorial publicado em 29 de maio de 2019 pelo British Medical Journal, uma das publicações científicas mais influentes da área médica, trata dos efeitos adversos do consumo de alimentos ultraprocessados para a saúde, com base nos resultados de estudos recentes sobre o tema. Um deles, realizado na França, investiga a relação entre a ingestão desse tipo de alimento e o risco de doenças cardiovasculares. Outro, feito por pesquisadores espanhóis, trata da associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e a mortalidade por qualquer causa. 

 

Um terceiro estudo, realizado nos Estados Unidos e publicado um pouco antes (16 de maio), provou que o consumo de produtos ultraprocessados também tem efeito direto sobre o peso. Todos se baseiam no grau de processamento dos alimentos, e por isso levam em conta a classificação Nova, desenvolvida por uma equipe do Nupens (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde), da USP, liderada pelo pesquisador Carlos Augusto Monteiro. Um vídeo do Nexo já explicou essa classificação. Em vez de dividi-los em uma pirâmide alimentar, ela os agrupa de acordo com a extensão e o propósito de seu processamento industrial. 

 

A pirâmide organiza os alimentos em quatro níveis e oito grupos alimentares, dispondo-os, de baixo para cima, entre os que deveriam constituir a base de uma alimentação saudável, sendo consumidos em maior quantidade, e, em direção ao topo, os que devem ser consumidos com maior parcimônia.

 

Nas últimas décadas, aumentou o volume de itens ultraprocessados na oferta global de alimentos. O consumo desse tipo de alimento também vem aumentando em todo o mundo, inclusive no Brasil. Estudos nacionais já mostraram a associação entre esse consumo e a ocorrência de obesidade no país.

 

As categorias da Nova

GRUPO 1: ALIMENTOS IN NATURA E MINIMAMENTE PROCESSADOS

Alimentos retirados da natureza, que não sofrem nenhum tipo de processamento ou algum tipo leve, como secagem e moagem. Arroz, feijão, hortaliças, frutas, ovos, carne resfriada ou congelada, leite pasteurizado, entre outros, estão nesse grupo.

 

GRUPO 2: INGREDIENTES CULINÁRIOS PROCESSADOS

Substâncias retiradas de alimentos in natura ou da natureza, usadas para preparar alimentos do primeiro grupo. Fazem parte dele itens como óleo, manteiga, azeite, sal, açúcar e vinagre.

 

GRUPO 3: ALIMENTOS PROCESSADOS

Produção industrial que combina alimentos do primeiro e do segundo grupo. É o caso do queijo, do pão do atum enlatado e de compotas de frutas, por exemplo.

 

GRUPO 4: ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS

Praticamente não têm como base alimentos dos outros grupos. São formulações industriais de amido, gorduras, proteínas extraídas de alimentos e aditivos, como corantes, texturizantes e aromatizantes, que os tornam palatáveis. Sorvete, carnes processadas, chocolates, bebidas gaseificadas, entre outros, são alimentos ultraprocessados. O Nexo resume abaixo o que cada estudo revela:

 

Para saber o que o Nexo resume sobre o que cada estudo revela acesse a mátéria completa aqui.