Com 12 metros de diâmetro, a cúpula do Planetário da UFJF é a maior de Minas Gerais (Foto: Alexandre Dornelas)

12 metros de diâmetro, 90 lugares e expectativa de 60 mil visitantes anuais: conheça o Planetário da UFJF (Foto: Alexandre Dornelas)

Em 2008, foi instalado um planetário inflável na antiga locação do Centro de Ciências da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), no Colégio de Aplicação João XXIII. Hoje, quase uma década depois, o sonho cresceu: foi o dia de inauguração do maior Planetário de Minas Gerais, agora no novo prédio do Centro de Ciências, localizado no campus-base. Dono de uma cúpula com 12 metros de diâmetro e de um sistema de projeção com renome internacional, o Planetário faz parte de um dos maiores complexos de divulgação científica do país, que reúne cerca de três mil metros quadrados. O acesso ao espaço é gratuito e as visitas podem ser agendadas on-line.

Ildeu de Castro Moreira, segundo diretor do Centro de Ciências, Elói Teixeira, foi uma das maiores inspirações para o complexo de divulgação científica (Foto: Alexandre Dornelas)

Ildeu de Castro Moreira, segundo diretor do Centro de Ciências, Elói Teixeira, foi uma das maiores inspirações para o complexo de divulgação científica (Foto: Alexandre Dornelas)

O Brasil ainda não tem uma densidade adequada de espaços dedicados à ciência. E Juiz de Fora agora sai na frente, com um planetário de primeira qualidade.” 
Ildeu de Castro Moreira, diretor da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC)

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O empenho e a comoção para conhecer o espaço são refletidos além das fronteiras da Universidade — se, em dez anos, o planetário inflável foi um sucesso e contabilizou a presença de aproximadamente cem mil crianças, a expectativa, segundo o diretor do Centro de Ciências, Elói Teixeira César, é de que o novo local receba 60 mil pessoas anualmente. Na data da inauguração, apenas três dias após o início do agendamento de visitas do Planetário, somaram-se 1.635 pessoas inscritas —  o que corresponde a 62% dos ingressos disponíveis para os próximos dois meses. “Hoje, Juiz de Fora e região passam a ter um equipamento fantástico para o desenvolvimento da ciência e da educação científica.”

Reitor da UFJF, Marcus David, conversou também conversou com a imprensa da região sobre a abertura do Planetário (Foto: Gustavo Tempone)

Reitor da UFJF, Marcus David, também conversou com a imprensa da região sobre a abertura do Planetário (Foto: Gustavo Tempone)

“Justamente por reconhecer a importância de um espaço como esse na ciência e na educação, é que constatamos como é merecido todo o esforço para chegar nesta inauguração”
Reitor da UFJF, Marcus David

Em um sexta-feira à noite, o terceiro andar do Centro de Ciências estava repleto de pessoas — são representantes da comunidade acadêmica, convidados externos, estudantes, funcionários da Universidade, amigos, familiares e interessados pela ciência. “Não adianta ter todo o equipamento se não utilizá-lo de maneira correta”, destaca o coordenador de Astronomia, Cláudio Teixeira. “Nós temos nos esforçado, ao longo de todos esse anos, para trabalhar a astronomia de um outro ângulo, não apenas o turístico. Nós mostramos que o mundo em que vivemos é repleto de ciência — e esse é um dos focos do Centro, um dos objetivos da divulgação científica.”

Como visitar?
Com capacidade para 90 pessoas, o Planetário, a partir desta terça-feira, 20 de março, funcionará de terça-feira a domingo, oferecendo sessões com duração de 30 minutos cada. O agendamento das visitas pode ser feito on-line, através do site do Centro. Uma vez marcado, o ingresso poderá ser baixado no próprio celular do visitante e, então, apresentado na porta do local. “Quem estiver realizando uma visita espontânea ao Centro, sem ter marcado anteriormente, pode participar de uma sessão, caso ainda existam lugares disponíveis”, aponta Teixeira.

Cúpula do Planetário é a maior do estado de Minas Gerais (Foto: Ciro Cavalcanti)

“O Planetário está chamando a sociedade para estar dentro da Universidade, podendo acessar todas as informações, todas as investigações e todas as discussões próprias da vida científica”
Mônica de Oliveira, pró-reitora de Pós-graduação e Pesquisa

Uma viagem no espaço e no tempo
A estrutura do Planetário conta com projetores que capacitam a visão de planetas, do Sol, da Lua e demais objetos do sistema solar, sendo possível demonstrar a órbita de satélites, detalhes de superfícies e movimento de estrelas, por exemplo. Atualmente, o Planetário exibe duas sessões: “A origens da vida” e “Astronomitos”, sendo a primeira voltada para todas as idades, enquanto a última foca no público infantil. Durante a exibição de “Astronomitos”, conhecemos a história das constelações e sua relação com a mitologia grega, compreendendo como funcionam alguns conceitos físicos dos corpos celestes e do planeta Terra. Já o filme “As origens da vida” nos leva em uma viagem sobre teorias que explicam não apenas nossa existência, mas também o surgimento de vida no próprio universo, abordando fatos como o Big Bang, a extinção dos dinossauros e fenômenos físicos da Terra.

Trecho de uma das sessões disponíveis no Planetário (Foto: Divulgação)

Trecho de uma das sessões disponíveis no Planetário (Foto: Divulgação)

“É um equipamento com características muito mais atraentes do que o cinema convencional, criando uma atmosfera envolvente. É possível atrair a atenção de vários públicos-alvo, escolares ou não — uma enorme chance de interessar as pessoas pela ciência”
(Paulo Barone, Secretário de Educação Superior do Ministério de Educação)

Equipamento de referência mundial
O responsável pela projeção do Planetário é o equipamento óptico Skymaster ZKP 4, produzido e instalado no Centro de Ciências pela empresa alemã referência mundial em tecnologia óptica e optoeletrônica, Carl Zeiss. De acordo com a descrição oficial do aparelho, a capacidade do número de estrelas projetadas, do norte ao sul, é aproximadamente 7 mil, de modo a não sobrecarregar a visão humana. O modelo também é mais realista do que os anteriores, com seus sistemas de controle e de operação inteligente integrados ao seu software astronômico.

Planetário foi nomeado em homenagem ao professor Antônio Rezende Guedes, que atuou como um dos maiores entusiastas da Astronomia na região (Foto: Alexandre Dornelas)

Planetário foi nomeado em homenagem ao professor Antônio Rezende Guedes, que atuou como um dos maiores entusiastas da Astronomia na região (Foto: Alexandre Dornelas)

Observatório astronômico
Quem se inscrever para uma sessão de terça-feira à noite no Planetário também tem a oportunidade de visitar o Observatório Astronômico do Centro de Ciências, que acontece mediante condições climáticas favoráveis. O local funciona entre 19h e 21h. Com um telescópio fixo de 20 polegadas, além de dez telescópios móveis, incluindo um específico para observação do Sol, é possível observar estrelas, lunações, crateras lunares e planetas do nosso sistema solar no Observatório.

Após a visita ao Planetário, é possível conhecer outros espaços do Centro, como o Observatório Astronômico (Foto: Ciro Cavalcanti)

Após a visita ao Planetário, é possível conhecer outros espaços do Centro, como o Observatório Astronômico (Foto: Ciro Cavalcanti)

“Eu fiquei realmente impressionada. Tudo que eu vi, eu gostei. Achei fantástica a estrutura física do prédio, a capacidade para receber as escolas, as pessoas, os visitantes, os espaços expositivos, as interações possíveis com o público. Agora, este planetário, realmente, é um ponto de luz no meio desta situação que a gente vive. O planetário expande a imaginação, o interesse pela ciência, o pensar de outros mundos… É uma matriz para nos fazer querer, cada vez mais, saber e divulgar a ciência.”
Cláudia Rodrigues Ferreira de Carvalho, diretora do Museu Nacional
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Equipamento é de fabricação alemã, referência mundial em tecnologia óptica e optoeletrônica (Foto: Gustavo Tempone)

Equipamento é de fabricação alemã, referência mundial em tecnologia óptica e optoeletrônica (Foto: Gustavo Tempone)

“É um sonho da região. Nós temos pouquíssimos espaços culturais voltados para a ciência no país. Devido ao tamanho e ao número de institutos de educação e ambientes escolares nesta região, o Centro de Ciências e o Planetário são uma forma importante de trabalhar a educação científica. E promover o acesso a temas como a Astronomia é muito importante para sentirmos nosso lugar no mundo e no Universo, além da nossa responsabilidade de manter um sistema tão frágil quanto o do planeta Terra.”
Silvania Souza do Nascimento, Diretora de Divulgação Científica – Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Filmes do Planetário agradam todas as faixas etárias, de crianças até adultos (Foto: Gustavo Tempone)

Filmes do Planetário agradam todas as faixas etárias, de crianças até adultos (Foto: Gustavo Tempone)

“É uma alegria imensa ver que a UFJF entende a importância da criação, manutenção e ampliação de um espaço de ciências, e como isso é importante na formação dos alunos da Universidade, na relação com os professores em um espaço de trocas e interdisciplinaridades — e, mais importante, com a população, que tem a oportunidade de conhecer a missão da Universidade e de outras instituições através de atividades super interessantes.”
Isabel Cristina Alencar de Azevedo, Diretora da Casa da Ciência — Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Centro de Ciências da UFJF é um dos maiores complexos de divulgação científica do país (Foto: Ciro Cavalcanti)

Centro de Ciências da UFJF é um dos maiores complexos de divulgação científica do país (Foto: Ciro Cavalcanti)

“Em 2016, o Elói nos apresentou o projeto e todos os presentes ficaram encantados. É um prédio arrojado, moderno, com um plano que vinha na contramão do atual cenário, em um momento bastante conturbado para os museus e centros devido aos inúmeros problemas, sejam financeiros e políticos.”
José Ribamar Ferreira, Presidente da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência (ABMC)

planetário (1)

Outras informações:
Agende sua visita através do site oficial do Planetário
(32) 2102-6913 / (32) 2102-6914 / (32) 2102-6923 (Centro de Ciências)