Segundo o pesquisador, que é professor titular de Tecnologia da Educação na Universidade Católica de Milão, é necessária uma nova educação do pensamento crítico, com a criação de novas ferramentas e metodologias(Foto: Iago Medeiros)

Segundo o pesquisador é necessária uma nova educação do pensamento crítico, com a criação de novas ferramentas e metodologias (Foto: Iago Medeiros)

“Não deixar espaço para a mídia-educação é não deixar espaço para a educação para a cidadania.” Foi dessa forma que o pesquisador italiano Pier Cesare Rivoltella encerrou sua discussão nesta sexta-feira, 18, na Faculdade de Educação (Faced) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), durante a palestra “O Futuro da Rede”.

Segundo o pesquisador, que é professor titular de Tecnologia da Educação na Universidade Católica de Milão, é necessária uma nova educação do pensamento crítico, com a criação de novas ferramentas e metodologias. “Há hoje uma grande fragmentação de pontos de vista e é necessário reunir estratégias, recuperar o que que apresentou Paulo Freire e retomar a importância da criação do papel do mídia-educador. É um momento muito importante do ponto de vista da formação teórica.”

O mídia-educador, segundo o pesquisador, é um profissional que tem competências nas áreas de Comunicação e Pedagogia e tem importante papel na formação de professores, atuando conjuntamente a eles na criação de novas formas de educar a partir dos meios de comunicação. “Eu vejo o mídia-educador como espécie de tutor. Mas hoje vemos esses profissionais atuando apenas como um mediador entre equipamentos e professores/alunos.”

“Precisamos da inclusão curricular do mídia-educador, pois corremos o risco de essa ideia ser abandonada nesse movimento retrotópico que a sociedade vive" (Foto: Iago Medeiros)

“Precisamos da inclusão curricular do mídia-educador, pois corremos o risco de essa ideia ser abandonada nesse movimento retrotópico que a sociedade vive” (Foto: Iago Medeiros)

Rivoltella também apontou os riscos que a sociedade enfrenta hoje ao vivenciar uma “retrotopia”, como definiu Zygmunt Bauman, como uma estratégia de “voltar ao passado para se defender do futuro”. “Precisamos da inclusão curricular do mídia-educador, pois corremos o risco de essa ideia ser abandonada nesse movimento retrotópico que a sociedade vive, onde vemos o ressurgimento da direita e movimentos de retorno ao passado diante de um futuro incerto, que gera muita ansiedade.”

O pesquisador traçou uma linha apresentando a evolução da mídia, passando da mídia ferramenta (com as tecnologias da distância e suas possibilidade de ir além do espaço), a mídia ambiente (com as tecnologias de grupo, como Google Drive e Dropbox) e a mídia conectiva (com todas as relações sendo mediadas).

O evento foi organizado pelo Grupo de Pesquisa Aprendizagem em Rede (Grupar), pela Rede Interuniversitária Euroamericana de Investigação (Alfamed), pelo Observatório da Qualidade no Audiovisual, e pelos Programas de Pós-Graduação da Faced e da Faculdade de Comunicação (Facom).