Quem passou pela Faculdade de Letras (Fale) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) na noite de ontem, 25, presenciou a expressiva adesão da comunidade à primeira edição do Festival de Teatro para a Comunidade Surda, realizado no anfiteatro da unidade acadêmica. O evento, gratuito e aberto a todos os interessados, lotou o local e levou ao público três peças teatrais: “Branca de Neve e Os Sete Anões”, “Os Três Porquinhos” e “Pinóquio”. Cada uma foi apresentada por um grupo diferente, sendo os três formados por pessoas surdas e ouvintes.
Para o tradutor e intérprete Gabriel Martins, a recepção do público foi muito boa. “A plateia, que era formada também por pessoas que fazem cursos de Libras, como o ofertado pelo programa de extensão Boa Vizinhança, pareceu gostar muito das histórias adaptadas a pessoas surdas. Foi um momento de aprendizado cultural, de troca sobre questões relacionadas à literatura surda. Em alguns momentos, houve interação entre os atores e o público, que ficou ainda mais entusiasmado com essa possibilidade. Foi uma oportunidade realmente surpreendente”, avalia.
Em recente entrevista concedida à Diretoria de Imagem Institucional da UFJF, a organizadora do evento e coordenadora do curso de Extensão “Bate-Papo em Libras”, Rosani Garcia, destacou a importância de viabilizar esse aprendizado à população. “A literatura clássica é amplamente difundida nos moldes do ouvinte, mas poucas pessoas conhecem a adaptação dessas histórias para as pessoas surdas. Por isso é fundamental aproximarmos essas iniciativas da sociedade, disseminando a língua de sinais e a própria cultura da comunidade surda”.
Martins também acredita que esse tipo de trabalho ajuda a ampliar o conhecimento coletivo a respeito da língua brasileira de sinais, além de evidenciar que há um interesse da população em conhecer esse contexto mais a fundo. “Apresentações teatrais como essa não só mostram que é possível avançarmos ainda mais no sentido de promover a devida inclusão no surdo, mas também apresentar outra perspectiva do trabalho realizado na licenciatura em Letras Libras que a Universidade oferece e do próprio trabalho com crianças surdas”, pontua.
Outras informações: (32) 2102-3150 (Faculdade de Letras)