Cerca de 180 profissionais da educação infantil de 152 municípios mineiros se reuniram no Museu de Arte Murilo Mendes (Foto: Caroline Crovato)

Cerca de 180 profissionais da educação infantil de 152 municípios mineiros se reuniram no Museu de Arte Murilo Mendes (Foto: Yasmim Paião)

Depois da abertura dos Seminários Presenciais do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), vivenciado nos dias 16 e 17 de março, cerca de 180 profissionais da educação infantil de 152 municípios mineiros se reuniram, na manhã desta sexta-feira, 13, no Museu de Arte Murilo Mendes (MAMM), para discutir práticas que assegurem a ampliação de experiências infantis, no âmbito da linguagem escrita e falada.

Para Hilda Micarello, o papel dos professores é criar situações favoráveis para que a criança se aproprie da escrita (Foto: Caroline Crovato)

Para Hilda Micarello, o papel dos professores é criar situações favoráveis para que a criança se aproprie da escrita (Foto: Yasmim Paião)

A programação, promovida pelo Colégio de Aplicação João XXIII e pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), foi comandada pela doutora e professora da Faculdade de Educação da UFJF, Hillda Micarello, que iniciou a palestra, de forma prática, lendo o livro “A Grande Fábrica de Palavras”.

Segundo Hilda, o objetivo da leitura foi mostrar aos formadores que, enquanto eles, como profissionais da educação, estavam realizando um tipo de leitura, outros, como advogados, estavam tendo outras experiências no processo de linguagem oral. Neste contexto, destacou a importância dos educadores dinamizarem os processos de aprendizagem educativos. “Não é possível pensar em cultura escrita tendo como referência apenas um tipo de prática ou situação, há diversas práticas que nos colocam em interação com a linguagem escrita.”

Para a palestrante, o papel dos professores é criar situações favoráveis para que a criança se aproprie da escrita, já que as instituições são locais privilegiados, onde há espaço para colocar em circulação muitos elementos variados no processo de aprendizagem da educação infantil. “Os educadores precisam entender que não basta só colocar à disposição das crianças os livros — deve haver uma interatividade das crianças com as palavras, tendo em vista que a linguagem em nossa sociedade é uma forma privilegiada de inserção dos sujeitos na sociedade”, afirma a professora.

A coordenadora do PNAIC, professora Rita Araújo, destaca a relevância da UFJF e do Colégio XXIII no processo de formação de professores. “Dentro da programação de capacitação de professores, há um trabalho de formação inicial com bolsistas dos cursos de pedagogia e de letras que conseguem colocar essas novas propostas em prática, o que tem tudo a ver com a objetivo das duas instituições: promover as áreas de pesquisa, ensino e extensão.”

Rita Araújo destaca a importância de estimular a curiosidade e ampliar o conhecimento de mundo dos estudantes  (Foto: Caroline Crovato)

Rita Araújo destaca a importância de estimular a curiosidade e ampliar o conhecimento de mundo dos estudantes (Foto: Yasmim Paião)

Rita ressalta também que há toda uma proposta na escolha do MAMM para ser o local do encontro. “Escolhemos esse espaço para que as professoras possam vivenciar o que o programa propõe que elas façam com os alunos, que é conversar, debater, estimular a curiosidade, ampliar conhecimento de mundo, conhecer nossos espaços geográficos, nossa história. O que nós queremos é uma formação que traga não só conhecimento teórico, mas cultural, com uma formação ética e estética que promova o acesso igualitário ao belo.” Após a palestra, a programação seguiu com um diálogo tendo como mediadora a professora Andréa Borges Medeiros.

Durante a tarde, no Colégio João XXIII, aconteceram oficinas práticas promovidas pelas formadoras regionais, que deram continuidade ao trabalho feito pela professora Hilda. As profissionais trabalharam com as formadoras municipais projetos relacionados à escrita, leitura e oralidade na educação infantil, construíram e planejaram materiais.

Evento ressaltou a necessidade de uma formação infantil que também valorize a cultura e a ética (Foto: Caroline Crovato)

Evento ressaltou a necessidade de uma formação infantil que também valorize a cultura e a ética (Foto: Yasmim Paião)

Segundo a formadora regional Alice Macário, que coordenou uma das oficinas, o momento de união no Colégio teve o objetivo de estimular a reflexão dos profissionais sobre uma formação de professores que seja diferenciada e que transforme as práticas da educação infantil em uma possibilidade de promover experiências reais nas crianças. “É possível possibilitar experiências com a leitura, brincando, experenciando e lendo com os bebês e crianças. É a partir dessas experiências que as crianças e bebês apreendem o mundo”, ela ressalta.

No sábado, 14, o trabalho terá continuidade com atividades reflexivas sobre a educação infantil e exposições dos trabalhos realizados nas oficinas. Nos dias 18 e 19 de maio, o trabalho de formação continua, com o retorno dos formadores do Ensino Fundamental e Mais Educação, no Instituto de Ciências Humanas (ICH) da UFJF.