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“Mulheres apesar do cárcere”, iniciativa do Núcleo de Extensão e Pesquisa em Ciências Criminais da Faculdade de Direito retomou atividades em março (Imagem: Via VisualHunt)

O projeto de extensão “Mulheres, apesar do cárcere”, iniciativa do Núcleo de Extensão e Pesquisa em Ciências Criminais (NEPCrim), da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), realiza atividades junto a detentas da Penitenciária Professor Ariosvaldo Campos Pires, no intuito de contribuir com a recuperação, educação e reintegração dessas mulheres à sociedade. O programa, que promove encontros onde são realizadas discussões de obras literárias, retomou suas atividades em março.

Compostos por grupos de 20 pessoas, os módulos do projeto são divididos em quatro encontros, sendo três dedicados ao estudo de um livro e o último à realização de atividades sobre a obra estudada. Antígona e Iracema são exemplos de obras abordadas pelo projeto e que buscam, através de suas personagens, resgatar e motivar o empoderamento e a autoestima das detentas. Com a discussão das obras, são abordados temas como relações familiares, a cultura de paz e a emancipação feminina.

Professora da Faculdade de Direito e coordenadora do programa, Ellen Rodrigues destaca que as atividades possibilitam o desenvolvimento de uma prática penal diferenciada, que se dá através de atividades que contribuem para o desenvolvimento da consciência social e política, formando profissionais diferenciados, comprometidos com a promoção da cidadania e dos direitos humanos. “Nós trabalhamos com mulheres que são invisibilizadas na sociedade e que não têm contato com outras medidas educativas além do nosso projeto. Essa é uma das poucas iniciativas de Minas Gerais voltada para o público feminino e a única de Juiz de Fora. Temos sido recebidos com muito interesse por parte das mulheres com quem trabalhamos.”

Além dos resultados atingidos com as mulheres que já participam dos módulos, o projeto também têm sido positivo para que a comunidade acadêmica tenha uma compreensão mais precisa da atual realidade dos presídios de Juiz de Fora e das condições enfrentadas por mulheres reclusas, além de promover uma integração maior entre a Faculdade e os atores jurídicos e sociais responsáveis pelo sistema jurídico-penal e pelas políticas públicas de segurança no município.

O “Mulheres, apesar do cárcere” promove, além da discussão de obras literárias, a realização de dinâmicas e apresentações musicais. O projeto de extensão conta com a colaboração de seis estagiários do NEPCrim e é também aberto a músicos que queiram contribuir com suas atividades, devendo os interessados estar matriculados em cursos de graduação da UFJF.

Mais informações
2102-3501  – Faculdade de Direito
Núcleo de Extensão e Pesquisa em Ciências Criminais (NEPCrim)