(Foto: Gustavo Tempone/UFJF)

Professora Aline Procópio explicou como corredores de umidade são distribuídos por todo o país a partir da região amazônica (Foto: Gustavo Tempone/UFJF)

Conceito, importância e desafios de preservação dos “rios voadores” da região amazônica foram discutidos em palestra integradora do evento em celebração ao Dia Mundial da Floresta. O encontro ocorreu nesta quarta-feira, 21, na Faculdade de Engenharia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). A discussão foi ministrada pela professora do Departamento de Engenharia Ambiental e Sanitária, Aline Sarmento Procópio.

De acordo com Aline, os rios voadores da Amazônia são corredores de umidade que vêm da região amazônica e seguem para o Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Ela explica que eles são formados a partir da umidade dos oceanos e, por meio do vento chegam à atmosfera. Na Cordilheira dos Andes são retidos e distribuídos por todo o país. O fenômeno, formado com mais intensidade durante primavera e verão, pode ser observado via satélite quando conta com a presença de linhas de nuvens.

Durante a apresentação, foi ressaltada a importância dos rios voadores e como o clima do país seria completamente diferente sem o fenômeno. “Esses corredores d’água abastecem todo o trajeto do país. A região, localizada a 30 graus de latitude ao sul e 30 graus ao norte do Equador, tem os maiores desertos do mundo. O Sudeste do Brasil está nessa faixa, mas não tem desertos. Isso só é possível graças à umidade vinda da Amazônia.”

Ela destacou ainda que, com os desmatamentos e as pastagens, a evapotranspiração, que é a junção da evaporação (perda de água do solo) e da transpiração (perda de água da planta), é reduzida consideravelmente. “O aquecimento global e as mudanças climáticas ameaçam alterar regimes de chuva em escala mundial. Alterações importantes no clima da América do Sul são previstas em decorrência da substituição da Floresta Amazônica por agricultura ou pecuária. A preservação da floresta é fundamental não apenas para a manutenção da biodiversidade, mas para a manutenção do clima do brasil”, alerta a professora.

O evento foi realizado em parceria entre Grupo de Educação Tutorial da Faculdade de Engenharia Sanitária e Ambiental (GET-ESA/UFJF), CIMO Engenharia e Soluções Ambientais e Anubz Innovative Solution.