Com marretas, chaves de fenda, martelos e disposição, estudantes da UFJF deram início à intervenção neste sábado, 17

Com marretas, chaves de fenda, martelos e disposição, estudantes da UFJF deram início à intervenção neste sábado, 17

“É um projeto a longo prazo. Os frutos vão ser colhidos daqui a muitos anos. É uma iniciativa singular, pela qual as gerações futuras serão gratas”. A fala do presidente da Associação de Moradores do Bairro Eldorado, Luiz Cláudio Faustino, sintetizou o clima na Escola Municipal Vereador Marcos Freesz neste sábado, 17. Foi quando teve início o mutirão “Parque na Escola”, promovido pelo programa de extensão “Relações Urbanas e Arquitetônicas: Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo – Rua Emau”, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). A ação é a etapa final de uma iniciativa conduzida pelos integrantes do projeto desde meados de 2015 e visa à construção de um espaço de brincadeiras e convivência no pátio do colégio, ampliando as possibilidades de lazer dos alunos.

O projeto executado inclui o plantio de uma árvore e a instalação de: um balanço com três lugares; um “bichão” – estrutura que pode ser escalada acoplada a um escorregador; uma pequena casa; e mesas de jogos, que serão utilizadas para ampliação do projeto de xadrez e dama já realizado pela escola.

De acordo com a diretora da instituição, Regina Rocha, a proposta surgiu apenas como um “parquinho”, ganhando outras dimensões a partir da soma de ideias e de pessoas interessadas em contribuir para a melhoria do local.

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Projeto do parque infantil inclui balanço, estrutura com escorregador e outras intervenções (Foto: Alice Coelho/UFJF)

Segundo a estudante do 10º período de Arquitetura e Urbanismo da UFJF e integrante do Rua Emau desde 2014, Anna Victória Fernandes, não faltaram desafios entre a concepção da ideia e da sua execução.  A Prefeitura de Juiz de Fora executou obras de fundação e nivelamento do terreno do pátio.

“Participar dessa intervenção foi essencial para todo mundo que se envolveu, pois é uma complementação prática da nossa formação. Todas as vezes em que tive contato com um canteiro de obras, por exemplo, foi em alguma atividade do Rua Emau. Sinto que faço um trabalho com utilidade real e tangível. Vai mudar o dia a dia de muitas pessoas, principalmente das crianças que estudam aqui hoje e das que ainda usarão esse espaço”, diz.

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Equipe conversou com integrantes da escola para sugerirem ideias e ainda elaboraram relatório para reformas gerais (Foto: Alice Coelho/UFJF)

Para a vice-diretora da escola, Márcia Barboza, o sentimento é recíproco. “Foi um crescimento de todas as partes. Mesmo após todo o trabalho de pesquisa que eles fizeram conosco e nos ambientes da escola, os estudantes do Rua ainda buscaram conhecimento da pedagogia, pois sabiam que queríamos um espaço que promovesse interação de forma lúdica e com aprendizado”, conclui.

A equipe do programa ainda detectou algumas deficiências em relação à estrutura para educação infantil. “Diante disso, o grupo apresentou um relatório à secretaria municipal de Educação, que está programando uma reforma”, afirma Regina.

Mobilização

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Estudante Victória da Silva registra o mutirão para o jornal da escola (Foto:  Alice Coelho/UFJF)

Enquanto distribuía frutas frescas para ajudar os participantes do mutirão a se manterem hidratados, a ex-aluna da escola e hoje técnica em segurança do trabalho Elaine Campos revelou que jamais imaginou participando de uma ação coletiva como o mutirão. “Nunca tivemos um espaço de lazer apropriado. A própria quadra coberta é uma realização recente. A inclusão que esse espaço vai promover é um sonho de anos. Vamos aproveitá-lo nos fins de semana, por meio de atividades recreativas que estão nos planos da Associação de Moradores e serão viabilizadas por essa intervenção. Fico muito feliz de pode ajudar, inclusive como moradora do bairro”, relata, emocionada.

Com apenas 12 anos, a estudante Victória Emanuele da Silva circulava entre os participantes do mutirão, manuseando com propriedade a câmera semiprofissional da escola, na tentativa de reunir o máximo possível de registros para o jornal “Freesz’quinho”, projeto de publicação impressa da instituição. “Ajudamos a pegar pneus e outras coisas para a construção. O pessoal do projeto perguntou o que a gente queria para o parquinho e para a escola. Pedi uma gangorra e o chão do pátio nivelado. O parquinho deixará todo mundo alegre e diminuirá o risco de as crianças se machucarem.”

“A escola é sempre um agente modificador e vem se mostrando cada vez mais como tal”, acrescentou o líder dos moradores da região, Luiz Cláudio Faustino. “Este espaço será de inserção, onde a comunidade vai poder aproveitar muito mais do que a escola oferece atualmente. As crianças poderão trazer seus pais, familiares de forma geral e amigos. Vai promover um envolvimento e uma responsabilidade ainda maior. Vamos nos apoderar da escola, estimulando a constante mudança e renovação dele”, destacou.

Como participar

Os interessados em participar do mutirão, que continua neste domingo, 18, devem confirmar presença no evento no Facebook e efetuar a inscrição via formulário on-line. O procedimento é necessário para a concessão dos certificados pela Pró-reitoria de Extensão da UFJF. A Escola Municipal Vereador Marcos Freesz fica na rua Professor Pelino de Oliveira, s/n, Bairro Eldorado. As linhas de ônibus e os pontos de encontro para os participantes irem juntos ao local estão sendo divulgados na própria página do evento.

Outras informações:

(32) 9 9908-1997 / (32) 9 9982-7703 / rua.emau@arquitetura.ufjf.br (Rua Emau – UFJF)

Conheça o Rua Emau.