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Implantação de cisternas busca reduzir problemas de escassez e contaminação da água decorrentes do rompimento das barragens em Mariana (Foto: Divulgação)

Durante esta semana, o campus avançado da Universidade Federal de Juiz de Fora, em Governador Valadares, divulga as principais ações institucionais e atividades realizadas pelos integrantes dos projetos junto à comunidade valadarense. A última matéria da série é sobre duas tecnologias sociais que estão mudando a vida de 62 famílias da região.

O programa Boa Vizinhança, que integra cinco projetos realizados em Governador Valadares e região, tem como objetivo estimular, apoiar e promover projetos que atendam às demandas das comunidades ribeirinhas afetadas pelo rompimento das barragens em Mariana. As ações acontecem desde o final do primeiro semestre de 2017, e contemplam as áreas de Saúde, Meio Ambiente, Comunicação e Direitos Humanos e Justiça.

Cistenas
O problema da escassez de água também é o foco do projeto “Tecnologias Sociais – Gestão da Água e Produção Agroecológica no Médio Rio Doce”. Coordenado pelo técnico-administrativo em Educação, Gustavo de Almeida Santos, o projeto de extensão auxilia na implantação de cisternas e hortas em comunidades da região de Governador Valadares. São as chamadas tecnologias sociais, que buscam oferecer experiências inovadoras para solucionar problemas da sociedade. No caso das comunidades-alvo do projeto, o problema é a escassez e contaminação da água decorrentes do rompimento das barragens em Mariana.

Tanto as cisternas quantos as hortas são iniciativas de instituições ambientais. O papel principal da UFJF-GV é acompanhar essas ações, oferecendo mão-de-obra e promovendo treinamento e atividades de conscientização da população das comunidades beneficiadas sobre cada uma das tecnologias.

As cisternas de placas pré-moldadas, por exemplo, são desenvolvidas pelo Centro Agroecológico Tamanduá (CAT), parceiro do Núcleo de Agroecologia do campus avançado da UFJF, e garantem a captação de águas da chuva. Essa tecnologia é destinada à Ilha Funda, em Periquito (MG) e também aos assentamentos de Barro Azul e Joaquim Nicolau, em Governador Valadares. Ao todo, 28 famílias dessas comunidades já receberam uma cisterna com capacidade para 16 mil litros cada uma. A expectativa é que ainda este ano mais 17 delas sejam instaladas.

Hortas

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Produção agroecológica integrada e sustentável busca melhoria de renda e segurança alimentar através da produção de livres de agrotóxicos (Foto: Divulgação)

Já as hortas integram a Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (Pais), programa coordenado pela Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social (Aedas), que busca a melhoria da renda e segurança alimentar através da produção de livres de agrotóxicos. Todas as unidades previstas no projeto foram implantadas em Itueta, beneficiando ao menos 35 famílias.

A equipe do projeto “Tecnologias Sociais – Gestão da Água e Produção Agroecológica no Médio Rio Doce” – que além de Gustavo Santos, conta com a participação de um professor e de duas acadêmicas – já realizou oficinas sobre a produção orgânica e agroecológica, vendas institucionais e comercialização da produção. Para este primeiro semestre estão previstos cursos de tratamento de água em cada uma das comunidades beneficiadas e, ao final do projeto, a produção de um curta-metragem.

O coordenador Gustavo Santos afirma que tem se surpreendido com a resposta dos agricultores. Segundo ele, “apesar de no início terem demonstrado certa resistência, quem recebe tanto as cisternas quanto as hortas tem dado uma resposta positiva”, além de ajudarem a disseminar as tecnologias.