2017relatorioA gestão “Reconstruir a UFJF” assumiu a Reitoria da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) em abril de 2016. Um dos principais compromissos de campanha, à época, era de oferecer transparência às atividades desenvolvidas pela Administração Superior, tornando possível a participação da comunidade acadêmica nas tomadas de decisão que envolvem a Universidade. Esta série de reportagens apresenta um balanço do que foi realizado em 2017 e as perspectivas para 2018, a partir das informações e ações das pró-reitorias e diretorias de gestão acadêmica. Nesta décima matéria, destaque para o trabalho da Pró-reitoria de Cultura (Procult).

Com um saldo positivo de realizações e conquistas, em que pesam qualidade, transparência e integração com a comunidade, a Pró-reitoria de Cultura (Procult) terminou o ano de 2017 com a certeza de que fez valer seu ideal de democratizar o acesso à arte em projetos diversos, que, a exemplo do Som Aberto, trouxeram uma nova dinâmica cultural não apenas para a Universidade, mas para Juiz de Fora como um todo.

Valéria Faria: “Em 2017, tivemos, talvez, a melhor das três edições do Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga já produzidas pela Procult e pelo Pró-Música" (Foto: Olavo Prazeres/Tribuna de Minas)

Valéria Faria: “Em 2017, tivemos, talvez, a melhor das três edições do Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga já produzidas pela Procult e pelo Pró-Música” (Foto: Olavo Prazeres/Tribuna de Minas)

“Novos públicos se aproximaram, respeitando as diferenças e promovendo a igualdade, muito além das salas de aula. Campus, Cine-Theatro Central, Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm), Memorial da República, Pró-Música, Museu de Arqueologia e Etnologia Americana e Fórum da Cultura abriram as portas para uma programação harmonizada com os ideais de cidadania plena e, mais uma vez, a cultura reforçou essa missão, independente das dificuldades impostas pelo cenário político que se delineou no país a partir de 2016”, afirma a pró-reitora de Cultura, Valéria Faria.

O Cine-Theatro Central, que teve uma estimativa de público de 76 mil pessoas em 2017, contando as tradicionais visitas guiadas, reverenciou a produção cultural genuinamente juiz-forana, “abrindo novas e constantes oportunidades e perspectivas com os 12 projetos aprovados no Luz da Terra, cinco deles com ingressos gratuitos e outros sete com preços populares. A esses, somam-se 62 eventos, sendo que outros dez estão previstos para ocupar o principal palco da cidade até o final do ano”.

Mamm e Memorial da República

O Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm)  abriu suas portas de terça a domingo, com atividades que proporcionaram, com total gratuidade, o acesso às apresentações dos projetos Cinemmam, Musicamamm e Leituras Temáticas, às exposições das galerias Retratos-relâmpago, Poliedro e Convergência, e atividades voltadas para lançamentos literários, espetáculo de balé, seminários, palestras, congressos, gravações, entrega de medalhas e títulos, entre outros, atraindo um público aproximado de 12.200 pessoas ao longo do ano.

Já o Memorial da República Presidente Itamar Franco recebeu em torno de 4.500 visitantes, “incluindo estudantes e professores de 26 escolas de ensino fundamental, e 21 grupos diversos, que conferiram as mostras Conjuração Mineira’, de João Câmara, e “Terra de Vera Cruz”, série de pinturas de Eliardo França sobre o descobrimento do Brasil, cedidas pelo Mamm, ainda em cartaz no local” , pondera Valéria.

Festival deixa legado positivo

Concertos noturnos e vespertinos, oficinas, palestras, lançamento de CD e audições de alunos compuseram a programação cultural do 28º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga, promovido na última semana de julho pela Procult, em parceria com o Centro Cultural Pró-Música da UFJF.

“Em 2017, tivemos, talvez, a melhor das três edições do Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga já produzidas pela Procult e pelo Pró-Música desde que a UFJF assumiu integralmente a realização do evento. Falo, principalmente, em termos de envolvimento dos alunos e da participação do público nas apresentações, pois notamos o aumento expressivo de público nos concertos, bem como uma grande procura pelas oficinas.”

A apresentação da ópera “Il Ballo delle Ingrate”, de Claudio Monteverdi – montada com exclusividade para o evento juiz-forano -, com grandes intérpretes como a mezzo-soprano espanhola Nerea Berraondo, a soprano Rosana Orsini e o baixo-barítono Pedro Ormetto como solistas, esgotou os ingressos para o encerramento do festival, que ocorreu no Cine-Theatro Central. Todos os concertos e atividades foram gratuitos, proporcionando ao público juiz-forano e da região, que prestigia anualmente o evento, a oportunidade de conferir a performance de músicos de expressão nacional e internacional.

Ingressos esgotaram para a apresentação da ópera “Il Ballo delle Ingrate”, que encerrou a última edição do festival colonial (Foto: Alexandre Dornelas)

Ingressos esgotaram para a apresentação da ópera “Il Ballo delle Ingrate”, que encerrou a última edição do festival colonial (Foto: Alexandre Dornelas)

“O sucesso da edição nos entusiasma, pois a razão de ser desse tradicional evento é a formação de plateias e músicos para a o repertório histórico, e o compromisso da UFJF, apesar de todas as dificuldades do contexto político e econômico atual, é assegurar a continuidade do Festival, embora um evento dessa envergadura demande recursos humanos e financeiros consideráveis. Persistir e resistir é nossa missão como educadores e fomentadores da cultura e para isso temos contado com o apoio fundamental da Administração Superior da UFJF, da Fadepe e do reitor Marcus David”, ressalta a pró-reitora.

Além da 28ª edição do Festival, o Coral e a Orquestra Sinfônica Pró-Música promoveram várias apresentações gratuitas em Juiz de Fora e região, em espaços públicos como igrejas e shoppings, praças e teatros. Valéria destaca a montagem do espetáculo “Operando”, apresentado com entrada franca no Central e na Igreja São Mateus, “que se propõe a popularizar a música erudita, divulgando especialmente um gênero ainda pouco conhecido pelo público, como a ópera”.

Som Aberto se consolida

Prova da diversidade cultural promovida pela Procult em 2017, o projeto Som Aberto, alcançou ainda maior repercussão do que em seu ano de estreia. Foram sete edições, com uma programação cultural múltipla e variada, voltada para todos os públicos e gratuita. “Tivemos exatamente cem atrações artísticas, entre apresentações circenses, oficinas, performances, dança, teatro e música, incluindo shows com artistas de repercussão nacional, como a banda Tianastácia e o cantor Lô Borges.”

Publico lotou a Praça Cívia em várias edições, como a do show da banda Velotrol (Foto: Ângelo Abreu)

Público lotou a Praça Cívica em várias edições do Som Aberto, como a do show da banda Velotrol (Foto: Ângelo Abreu)

Com atrações para crianças, jovens e adultos, o Som Aberto tem conseguido uma média de público de 12 mil pessoas por edição, totalizando em 2017 cerca de 84 mil pessoas alcançadas em suas edições mensais. Segundo Valéria, ao proporcionar acesso à cultura de qualidade e oferecer um cardápio cultural diverso – possibilitando ao público a possibilidade de conhecer múltiplas manifestações artísticas, populares e eruditas, tradicionais e novas – o projeto é hoje “um espaço democrático de encontro de culturas e expressão de ideias e pensamentos, além de uma vitrine para expositores apresentarem seus trabalhos artesanais”. A cada edição, cerca de 80 produtores locais têm a oportunidade de participar do evento, contribuindo para o sucesso desse projeto. “O Som Aberto é hoje, de fato, uma das principais realizações da Procult e o seu projeto mais plural e democrático.”

Excelência e dinamismo em tempos de crise

O Forum da Cultura da UFJF fechou 2017 celebrando, em tempos de crise, um calendário pleno de realizações, em seus múltiplos espaços, acreditando na cultura como agente modificador do indivíduo e formador do cidadão. “O Museu de Cultura Popular contou com 12 exposições das mais diversas temáticas que valorizam os saberes do nosso povo, com destaque para os “Oratórios”, no mês de maio, e “Folclore Brasileiro”, no mês de agosto”, destaca a diretora do Forum, Márcia Falabella.

Já a Galeria de Arte abrigou 20 exposições ao longo do ano, contemplando, por meio de edital, diversos artistas, desde nomes do cenário internacional como Vagner Aniceto e Nequitz Miguel, bem como estudantes da UFJF, com destaque para Raphael Nascimento Leite, Matheus de Simone, Raízza Prudêncio, Washington da Silva, Alice Rodrigues e Francisco Brandão. O espaço também manteve a tradição de receber o Clube dos Fotógrafos Amantes da Natureza.

Em dezembro, o Museu e a Galeria se juntaram para celebrar a esperança das festas natalinas e de fim de ano,  com a exposição de presépios. São mais de 90 composições, de diversos tamanhos e materiais, oriundos de diversas regiões do Brasil e de outros países. A exposição ficará aberta ao público até 2 de fevereiro.

O Centro de Estudos Teatrais – Grupo Divulgação, em sua parceria com a UFJF através de várias ações de extensão, realizou nove produções teatrais com seus núcleos de adolescentes, terceira idade, universitários e seu núcleo principal. “É importante destacar que o projeto “Escola de Espectador”, com mais de 200 instituições cadastradas de Juiz de Fora e região, permite acesso gratuito ao teatro a estudantes da rede pública municipal e estadual e a comunidades carentes”, ressalta Márcia.

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Peça “1894 – O major”, foi encenada pelo Grupo Divulgação no segundo semestre (Foto de Márcia Falabella)

O Coral Universitário continuou regularmente com suas atividades e ensaios. Também foram realizados na casa lançamento de livro, o projeto ”Journée du Cinema – Programa Embaixadores Universitários da França na UFJF”, do serviço de cooperação e ação cultural da Embaixada da França no Brasil (Scac-BH), e o curso semipresencial Transtorno do Espectro Autista e Educação: do que estamos falando?, organizado por um dos intérpretes de Libras da UFJF, Gabriel Martins, em parceria com professora da rede pública municipal, Ana Paula Xavier.

Para a diretora do Forum da Cultura, o ano foi muito positivo em termos de realizações culturais e mesmo no que diz respeito à infraestrutura da casa. “Aos poucos, estamos conseguindo avanços estruturais para melhor acolher nosso público, tendo em vista que estamos falando de uma casa secular. O ar condicionado já está instalado no teatro, aguardando apenas a mudança do padrão. Também os corrimãos, tanto no pátio de entrada, como nas escadas de acesso ao teatro, garantiram maior segurança para o público de terceira idade que normalmente frequenta nossos eventos.”

Para 2018, a diretora da casa espera manter esse nível de produção em todos os espaços: “O cenário que se configura em nosso país é nebuloso, desanimador mesmo. Mas, sobretudo no campo da cultura, é preciso resistir e produzir sempre. Trabalhar e perseverar, esse é o nosso lema. E acreditamos, com isso, fazer a diferença. E que a comunidade universitária compareça ao Forum da Cultura. Muitos professores, funcionários e estudantes nunca passaram por lá. Vale uma visita.”

Exposições no “Espaço Reitoria”

Para o saguão da Reitoria, no prédio central do campus-base, o ano começou com a exposição “Saudades do Bello – 25 anos de charge, que, pensada como uma homenagem ao artista que completaria 60 anos em 2016, apresentou um recorte da vasta produção do chargista, que em 25 anos desenhou mais de 25 mil charges e, destas, mais de 300 foram selecionadas sob a curadoria de Mario Tarcitano para representar a trajetória de Bello.

Para o saguão da Reitoria, no prédio central do campus-base, o ano começou com a exposição “Saudades do Bello – 25 anos de charge”, que, pensada como uma homenagem ao artista que completaria 60 anos em 2016,

Saguão da Reitoria sediou exposição “Saudades do Bello – 25 anos de charge”

Ao sucesso desta exposição seguiram-se outras mostras de êxito, como “Não-lugar de verdade”, sob curadoria do professor Fabrício Carvalho, com registros fotográficos, instalações, objetos e intervenções em técnicas de alunas do curso de Licenciatura em Artes Visuais, do Instituto de Artes e Design (IAD) da UFJF, numa reflexão sobre as questões que as mobilizaram ao longo do curso e no estágio, no período entre 2016 e 2017.

Por sua vez, “Lvmina Spargere – Recortes de um caminho iluminado”, exposição de fotografias idealizada pela Procult sobre a história do campus, permitiu ao espectador compreender o processo de negociação, construção, urbanização e ocupação do campus universitário. Por fim, Embate ao fascismo – 80 anos de Guernica convocou 26 artistas visuais e dez escritores para retomar o tema da obra-prima de Picasso,  atualizando a denúncia  das grandes e pequenas violências cotidianas que assolam milhões de pessoas ao redor do mundo.

Novos espaços

De acordo com a pró-reitora de Cultura, o campo de atuação da Procult, já tão expressivo, se ampliou em 2017, com a integração do Museu de Arqueologia e Etnologia Americana (Maea) como órgão executor, além do Centro de Conservação da Memória (Cecom), instalado no Diretório Central dos Estudantes (DCE). “Cabe ressaltar, ainda, a abertura da Sala de Arqueoastronomia Franz Hochleitner, no Centro de Ciências, que apresenta o que há de mais relevante no Maea e presta homenagem ao criador deste importante e raro museu”, finaliza.

Outras informações: (32) 2102-3965 (Pró-reitoria de Cultura)

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