Heitor Villa-Lobos sempre procurou acrescentar traços, características e instrumentos da cultura brasileira em suas obras

Heitor Villa-Lobos sempre procurou acrescentar traços, características e instrumentos da cultura brasileira em suas obras

Em homenagem a Heitor Villa-Lobos, a pianista Maria Alice de Mendonça, juntamente com a soprano Isabela Bianchi, e o pianista Tiago Perissinotto, apresentam “Villa-Lobos – 130 anos de nascimento”. O concerto será na quinta-feira, dia 21, às 20h, no auditório Geraldo Pereira, localizado no Instituto de Artes e Design (IAD) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). A entrada é gratuita.

Nascido em 5 de março de 1887, no Rio de Janeiro, Villa-Lobos foi um dos músicos com maior projeção nacional e internacional. A integrante do Coro Acadêmico da UFJF e bacharel em Artes Visuais pela instituição, Isabela Bianchi, apresentará, com a pianista Maria Alice de Mendonça, o recital “As Canções: as Quatro Canções da Floresta do Amazonas de Villa-Lobos e outras canções brasileiras, francesa e alemã”.

A soprano explica a iniciativa dos músicos de homenagearem o compositor: “Além de ser o aniversário de 130 anos há, também, uma motivação de repertório, de querer trabalhar canções brasileiras. E eu tenho trabalhado nisso desde o início do ano com minha professora de canto, a mezzo-soprano, Luísa Francesconi, e Maria Alice.”

A pianista Maria Alice de Mendonça é reconhecida internacionalmente, tendo participado de concertos da Itália à Rússia, além de desenvolver inúmeras pesquisas sobre música e piano. Isabela destaca que, junto com Maria Alice, fez adaptações, buscando uma apresentação única d’as Quatro Canções da Floresta do Amazonas.

“Na busca pela construção de técnica e performance, fomos levadas a uma reflexão sobre como transmitir o pensamento original de uma obra feita para canto e orquestra, em um concerto de câmara para canto e piano. Pensamos muito em como o piano traduz uma orquestra inteira, e como a voz precisa se adaptar a esse contexto.”

A parte instrumental de Tiago Perissinotto, estudante de 16 anos que também tem Maria Alice como tutora, passará pela história de grandes pianistas, começando com Johann Sebastian Bach – que foi um grande mestre para Villa-Lobos junto com Tom Jobim – e se encerra com o próprio homenageado. O solo do pianista terá a obra Polichinelo, composta por Villa-Lobos em 1918, e que encantou músicos do mundo todo na época, como Arthur Rubinstein.

Maria Alice de Mendonça explica que o auditório Geraldo Pereira, no IAD, foi escolhido para o concerto por ser um bom espaço e por ter um excelente piano. A pianista também enfatiza que a academia é um dos melhores lugares na atualidade para se fazer uma reflexão sobre a música. “O meio acadêmico tem sido um dos principais espaços para a divulgação da arte, e precisa refletir sobre ela. Se pararmos para analisar, na época de Villa-Lobos não havia muitas escolas de música no país e, agora, grande parte dos músicos buscam aperfeiçoar sua técnica e conhecimento na Universidade.”

A música brasileira

Heitor Villa-Lobos foi um dos participantes da Semana de Arte Moderna de 1922, e assim como o poeta Oswald de Andrade, a pintora Tarsila do Amaral, e outros artistas, o compositor carioca sempre procurou acrescentar traços, características e instrumentos da cultura brasileira em suas obras, principalmente, da cultura popular. Consequentemente, dando à música erudita um traço genuinamente brasileiro.

“Villa-Lobos foi o compositor que valorizou o Brasil, o nosso folclore e sempre acreditou na luta pela educação musical que seja voltada, principalmente, para crianças. E nesta situação atual, repensar Villa-Lobos é essencial para refletirmos o que é o Brasil. Com esta apresentação queremos propor à plateia a refletir conosco: Como será a música brasileira em 2018?”, afirma a pianista Maria Alice de Mendonça.

Outras informações: (32) 2102-3350 (IAD-UFJF)