Reitor abre evento “Atividades como esta são a melhor resposta que a Universidade pode dar à sociedade, mostrando sua relevância e o conhecimento que vem sendo produzido. (Foto: Twin Alvarenga)

Reitor abre evento reforçando que “atividades como esta são a melhor resposta que a Universidade pode dar à sociedade, mostrando sua relevância e o conhecimento produzido”. (Foto: Twin Alvarenga)

“O programa de monitoria é pensado para formar estudantes com interesse em seguir caminho na docência no ensino superior”, explica o Pró-reitor Adjunto de Graduação, Cassiano Caon Amorim. A fim de debater a importância e os desafios do tema, foi  realizada na tarde desta quarta-feira, 08, a mesa-redonda “Programa de monitoria como espaço formativo”, no anfiteatro das pró-reitorias da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Para compôr a mesa estiveram presentes: o professor João Alfredo Braida, da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS); a coordenadora do curso de Medicina da UFJF, Ivana Damásio Moutinho, e a discente do curso de nutrição da UFJF, Letícia Gomes de Oliveira.

O evento contou ainda com a presença do reitor Marcus David que ressaltou a importância da 2ª Semana de Ciência, Tecnologia e Sociedade. “Atividades como esta são a melhor resposta que a Universidade pode dar à sociedade, mostrando sua relevância e o conhecimento que vem sendo produzido, num momento de luta pela manutenção das universidades públicas”.

Para iniciar a discussão, Braida deu um breve panorama histórico da legislação que rege as monitorias no país. Em um primeiro momento, essa atividade era mesclada aos projetos de iniciação científica, o que dificultava delimitar as diretrizes de trabalho dos monitores. “ A partir dos anos 2000 o cenário começou a mudar, as universidades passaram a tratar as monitorias como de fato um programa de iniciação à docência no ensino superior, como já acontecia para formação de pesquisadores durante a graduação”.

Novos olhares para a prática docente

Outro ponto levantado por Braida foi a recorrente reclamação que professores universitários recebem no que tange a dificuldade de lidar com questões pedagógicas em sala de aula. “Existe um novo perfil do estudante e isso demanda novas formas de ensinar, a proximidade do monitor com os alunos pode ajudar seu orientador a repensar o modo de atuação dentro de sala de aula”.

Endossando tais ideias, a professora Ivana Damásio Moutinho salientou a necessidade de aprimorar as atividades exercidas por alunos das monitorias. “Os monitores não podem ser apenas ajudantes do professor, é preciso trazer para eles uma pré-formação mais efetiva”. Para Ivana, é fundamental que o processo de treinamento pedagógico se inicie desde a graduação. “A cada dia que passa, os docentes iniciam sua carreira mais cedo. O jovem professor muitas vezes carrega diversos títulos e um excelente currículo sem necessariamente ter exercitado maneiras para transmitir o seu conhecimento, o que poderia ser feito inicialmente com uma monitoria”, comenta.

Experiência enriquecedora

A estudante de nutrição, Letícia Gomes de Oliveira, foi monitora da disciplina de bioquímica – matéria comum à diversos cursos da área de saúde – onde realizava plantões para sanar dúvidas. “Era interessante observar que alguns alunos chegavam até nós relatando que se sentiam mais à vontade em tirar dúvidas com os monitores do que com os professores, por vergonha de ter uma dúvida aparentemente banal”. Letícia comentou ainda: “antes de ser monitora eu tive muita dificuldade com essa disciplina. Sem dúvidas, nesse período eu mais aprendi do que ensinei. Além disso, receber o feedback de quem passava por dificuldades na matéria e conseguiu superar, graças à monitoria, é algo gratificante”.

Durante essa monitoria foi desenvolvido um jogo sobre a disciplina a fim de facilitar a compreensão do conteúdo de maneira mais lúdica e dinâmica. “Ao final, foi feita uma pesquisa de satisfação dessa iniciativa e 88% dos alunos dos cursos de enfermagem, nutrição e ciências biológicas afirmaram frequentar a monitoria pelo menos duas vezes na semana. Desse percentual, 53% dos alunos disseram que as atividades melhoraram seu desempenho da matéria”, relatou Letícia.

Amorim explica que as atividades peculiares à monitoria podem incentivar que o aluno prossiga na carreira acadêmica, “o aluno que é monitor tem que se dedicar a conhecer mais à fundo a área na qual ele atua. Ele vai aprender técnicas para ensinar sobre o conteúdo além de ter mais contato com outros estudantes e pesquisadores, podendo ser uma preparação para pós-graduação,” ressalta.

Como ser monitor?

A UFJF oferece 732 vagas para bolsas de monitoria nas áreas de Ciências Humanas, Ciências Exatas, Ciências Biológicas e Ciências Sociais Aplicadas. Os editais para seleção de monitores são abertos de acordo com a necessidade de cada disciplina. Os formulários para inscrição podem ser encontrados nas secretarias dos cursos, habitualmente no início do período letivo. As atividades exigem dedicação semanal de 12 horas, com remuneração de R$ 340 ao mês. A participação no projeto tem duração de um semestre, podendo ser prorrogada por mais um de acordo com o desempenho do estudante selecionado.

Entre os dias 10 e 11 de novembro (sexta e sábado), a Prograd também promove o V Seminário de Iniciação à Docência do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid). Com o tema “Formação Docente no Pibid: Entre a Potência e a Resistência”, o evento ocorre no Instituto de Ciências Exatas (ICE) e na Faculdade de Educação (Faced) da UFJF. Confira a programação

Mais Informações:
Pró- Reitoria de Graduação – 2101- 3787