O que as duas maiores tragédias do mundo envolvendo barragens de mineração têm em comum? Este é o mote da palestra “Mount Polley e Rio Doce – crônicas de duas tragédias anunciadas”, promovida pelo Programa de Pós-graduação em Geografia (PPGeo) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

A palestra terá como convidada Judith Marshall, da York University (Toronto) – que se comunicará em português – e será realizada na próxima quinta-feira, 28 de setembro, às 18h, no anfiteatro 2 do Instituto de Ciências Humanas (ICH). Não é necessária inscrição prévia.

Pesquisadora associada do Centre for Research on Latin America and the Caribbean (Cerlac) da York University, Judith Marshall é estudiosa dos casos de rompimento de barragens e, na palestra, traçará características semelhantes entre o acontecido no Vale do Rio Doce, em 2015, e o rompimento da barragem de rejeitos em Mount Polley, uma mina de cobre e ouro na Columbia Britânica, província do Canadá.

De acordo com o professor do PPGeo e coordenador do Grupo Política, Economia, Mineração, Ambiente e Sociedade (Poemas), Bruno Milanez, a visita da pesquisadora à UFJF representa uma cooperação interinstitucional. “Nós dois temos linhas de pesquisas parecidas: trabalhamos com a questão dos movimentos sociais em conflito com a prática da mineração. Em junho deste ano, inclusive, estive no Canadá para visitar o Cerlac, então, podemos considerar esta visita como uma grata retribuição.”

Na palestra, é previsto que Marshall discorra sobre as semelhanças entre os desastres sob o ponto de vista institucional dos casos e não particularmente do ambiental, abordando, assim, a regulamentação das barragens, a relação entre as empresas responsáveis e o Estado e a falhas no sistema de monitoramento das atividades ambientais das mineradoras.

Segundo Milanez, o rompimento da barragem de Mount Polley teve menor dimensão  que o da barragem de Fundão, no Vale do Rio Doce. “No nosso caso, como as áreas afetadas são muito maiores, a recuperação é ainda mais complexa. Apenas algumas áreas estão sendo recuperadas, com medidas ainda experimentais. Temos tido poucos progressos por enquanto.”

Outras informações: (32) 2102 – 3166/3167 – PPGeo UFJF