Quando um paciente dá entrada em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) é necessário que se faça uma avaliação inicial do seu estado de saúde. Para isso, é utilizado com frequência o protocolo de Manchester, um sistema de triagem que permite classificar a gravidade da situação de cada doente através das respostas dadas aos questionamentos feitos pelo enfermeiro. O procedimento leva em média 3 minutos e, nesse pequeno intervalo de tempo, os profissionais precisam conciliar eficácia com um atendimento cuidadoso e principalmente humanizado. É nesse contexto que a mestranda do programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Raquel de Oliveira Martins Fernandes, desenvolveu sua dissertação “Relações interpessoais no acolhimento com o usuário na classificação de risco: percepção do enfermeiro.”

A pesquisadora teve como cenário de estudo duas UPAs de Juiz de Fora e coletou dados de 17 enfermeiros que atuavam diretamente no acolhimento dos pacientes. O processo se deu por meio da observação participante – acompanhamento presencial – de 17 horas, além de entrevistas semiestruturadas e diário de campo. A acadêmica analisou o contato entre enfermeiros e pacientes pautando-se em parâmetros de observação que envolviam cordialidade, empatia e profissionalismo, traduzidos em minúcias, como toque, diálogo e olhar.

Raquel ressalta os desafios para a construção de uma relação sustentável entre tratamento humanizado e produtivo nas unidades públicas de saúde “A humanização na saúde, em especial nos serviços de urgência, é um grande desafio para a enfermagem. Envolve construções permanentes de cidadania e corresponde à produção de novas atitudes por parte de trabalhadores, gestores e usuários, de novas éticas no campo do trabalho, incluindo-se o campo da gestão e das práticas de saúde, superando problemas e desafios do cotidiano do trabalho.”

A professora orientadora do estudo, Denise Barbosa de Castro Friedrich, indica o retorno dos resultados da pesquisa às instituições analisadas para que possam ser utilizados como subsídios para a educação permanente dos profissionais. A docente destaca, ainda, a pertinência da temática. “É relevante porque é um tema atual, tem a contribuir com a formação do enfermeiro e também para assistência à saúde. Durante a pesquisa percebeu-se poucos estudos semelhantes, o que nos permite inferir uma positiva contribuição da pesquisa não apenas para o meio acadêmico, como para o setor de atenção à saúde.”

Contatos:
Raquel de Oliveira Martins Fernandes – mestranda
raquel.omfernandes@gmail.com

Denise Barbosa de Castro Friedrich – (orientadora – UFJF)
denise.friedrich@ufjf.edu.br

Banca examinadora:
Profa. Dra. Denise Barbosa de Castro Friedrich – (orientadora – UFJF)
Profa. Dra. Fátima Helena do Espírito Santo
Profa. Dra. Vânia Maria de Freitas Bara
Prof. Dr. Rodrigo Hipólito
Profa. Dra. Jaqueline Ventura Ferreira Bittencourt

Outras informações: (32) 2102 -3297 – Programa de Pós-graduação em Enfermagem