O Conide segue até amanhã, quarta-feira, 23 (Foto: Fayne Ferrari)

O Conide segue até amanhã, quarta-feira, 23 (Foto: Fayne Ferrari)

A 1ª Conferência de Inovação e Desenvolvimento para a Zona da Mata Mineira (Conide) teve início com um debate sobre inovação na esfera pública e na iniciativa privada. Os palestrantes convidados, Caetano Penna e Fábio Veras, abordaram em suas apresentações, respectivamente, o papel do estado e do mercado nas missões de inovação e a influência do desenvolvimento tecnológico nas relações de mercado.

Mudanças no foco das inovações

A visão de estado mínimo em relação ao mercado, recorrentemente assimilada aos tempos atuais, foi questionada na pesquisa de Penna. Segundo ele, a dicotomia entre estado e mercado é falsa, pois é preciso considerar a ação da esfera pública sobre a iniciativa privada. Essa ação estatal possibilita uma maior eficácia no processo de inovação, já que as políticas de incentivo são necessárias para o mercado.

Para Penna, foco das inovações, atualmente, são para o setor ambiental e societal (Foto: Fayne Ferrari)

Para Penna, foco das inovações, atualmente, são para o setor ambiental e societal (Foto: Fayne Ferrari)

No entanto, para Penna, algo vem mudando no foco das políticas públicas e na ação do mercado. Se antes os esforços de inovação estavam centrados no desenvolvimento aeroespacial e de defesa, hoje os objetivos são as áreas ambientais e societais. Para que os resultados sejam vistos, Penna listou alguns princípios que precisam ser entendidos tanto pelo estado, que dá a possibilidade, quanto pelo mercado, responsável por investir.  Para ele, a inovação desenvolvida é incerta, cumulativa e coletiva, além de necessitar um capital paciente, que espere resultados em longo prazo, tendo um diagnóstico e prognóstico precisos. Outro ponto é a presença de um estado empreendedor.

Alguns pontos foram ressaltados por Penna como fragilidades brasileiras para a inovação. Estas são a ausência de agenda estratégica, a fragmentação de sistemas, a necessidade de reformas institucionais e a presença de políticas implícitas. Para isso, algumas recomendações foram apontadas na pesquisa para superar essas fragilidades. A sinergia entre as políticas macroeconômicas e complementares, ineficiência no subsistema de política e regulação, desenvolvimento de mecanismos para a concorrência, cooperação e controle, avaliações detalhadas das experiências além de a reprodução das iniciativas positivas.

Veras destacou a velocidade de transformação tecnológica da atualidade (Foto: Fayne Ferrari)

Veras destacou a velocidade de transformação tecnológica da atualidade (Foto: Fayne Ferrari)

Digitalização da economia

Em sua apresentação, Fábio Veras destacou a velocidade de transformação tecnológica da atualidade, o que abre um campo até então desconhecido no mercado. Segundo Veras, essas alterações causam um processo de digitalização da economia, o que contribui para a criação de uma cultura de empresas startups. Para o palestrante, essa mudança na velocidade, causada pela tecnologia, promoveu a falência do sistema educacional como conhecemos hoje. 

A grande vantagem do fenômeno das startups é que possibilita um ecossistema de inovação aplicada  no mercado, o que proporciona uma desvinculação da inovação com o estado, agilizando o processo. Veras comprova esse raciocínio a partir da comparação do desempenho de diversas empresas ao longo dos seus anos de atuação com as startups. Os resultados das startups são imediatos, de acordo com a velocidade tecnológica, e maiores do que o das empresas tradicionais, pois leva em consideração o alcance da internet.

O evento

O Conide acontece até amanhã, no Gran Victory Hotel, localizado na Avenida Presidente Itamar Franco, 3.800, bairro Cascatinha. O evento contará com a presença de Paulo Roberto Haddad, Ministro da Fazenda durante a presidência de Itamar Franco, na palestra de abertura hoje às 20h. A programação completa pode ser consultada neste link.