Centro de Ciências, destaca nacional, foi inaugurado nesta segunda-feira, 3 (Foto: Alexandre Dornelas)

Centro de Ciências, destaca nacional, foi inaugurado nesta segunda-feira, 3 (Foto: Alexandre Dornelas)

O dia mais frio do ano em Juiz de Fora, com os termômetros marcando as temperaturas mais baixas desde o último mês de agosto, aconteceu nesta segunda-feira, 3. Ainda assim, não foi o suficiente para roubar o protagonismo de outro evento que aconteceu na cidade — e, certamente, não será o que ficará marcado para a história em relação a esta data. O dia (ou melhor, a noite) é de celebração no campus da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), que inaugura, oficialmente, o novo prédio do Centro de Ciências, que já é destaque nacional como um dos maiores e mais completos centros de divulgação científicas do país.

(Foto: Alexandre Dornelas)

Diretor do Centro de Ciências, Eloi Teixeira César (Foto: Alexandre Dornelas)

“A proposta é que o conhecimento científico se torne uma parte do dia-a-dia das pessoas — de uma forma agradável, interativa, lúdica — e que a ciência seja acessível a todos.” (diretor do Centro de Ciências, Eloi Teixeira César)

 

O local, cujas primeiras instalações não somavam mais do que dez metros quadrados, hoje reúne cerca de três mil, distribuídos por quatro andares e com capacidade para receber mais de 700 pessoas. Aproximar a ciência de toda a comunidade, e não apenas a acadêmica, expandindo o conhecimento para além dos muros da Universidade, é o objetivo principal do Centro, como ressalta seu diretor, Eloi Teixeira César. 

O evento reuniu autoridades universitárias, como reitores de gestões anteriores, pró-reitores, diretores e coordenadores, além dos responsáveis por coordenar as atividades do Centro de Ciências, presentes ao longo de sua história, e seus familiares e amigos. Um vídeo que mostra a trajetória do local foi exibido para os presentes logo no início da cerimônia, e as solenidades continuaram com discursos do diretor do Centro de Ciências, Eloi Teixeira César; do secretário de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), Paulo Monteiro Barone; da deputada federal e reitora da UFJF entre 1998 e 2006, Margarida Salomão; e do reitor da UFJF, Marcus David, respectivamente. Ao final destas falas, as portas do Centro se abriram para que os presentes realizassem, oficialmente, as primeiras visitas guiadas. Confira, ao longo desta matéria, frases de destaque proferidas pelos convidados durante a inauguração. Assista também aos depoimentos de algumas autoridades presentes na inauguração.

(Foto: Alexandre Dornelas)

Reitor da UFJF, Marcus David (Foto: Alexandre Dornelas)

“A UFJF sinaliza que cumpre o desafio de mostrar a relevância das universidades públicas, não só para a carreira profissional, mas também para que ocorram transformações profundas na sociedade.” (reitor da UFJF, Marcus David)

 

Funcionamento e agendamento
Todas as visitas contam com mediadores, que auxiliam os visitantes durante as mesmas. A mediação será feita por estudantes da Universidade que são inscritos nos cursos que dialogam com os temas das exposições. No mês de julho, o Centro funciona de terça a domingo, somente para visitas espontâneas. A partir de agosto, os horários se mantêm, mas serão intercaladas as visitas espontâneas e agendadas. Os diversos horários são uma forma de manter acessível uma das missões da universidade, segundo Eloi. “Se há produção de conhecimento na Universidade, é nossa obrigação levá-lo à sociedade.”
Para o agendamento de visitas ou adquirir demais informações, os telefones para contato são (32) 2102-6913, (32) 2102-6914 e (32) 2102-6923. Confira a tabela com horários e tipos de funcionamento:

visitas

(Foto: Alexandre Dornelas)

Secretário de Educação Superior do MEC, Paulo Monteiro Barone (Foto: Alexandre Dornelas)

“Isto aqui é um marco para aquilo que a Universidade realmente precisa fazer: se conectar com a comunidade externa. Nós temos aqui uma ferramenta que pode nos ajudar a superar a cultura de um ensino teorizado e passarmos a um conhecimento prático para a cidade e região.” (secretário de Educação Superior do MEC, Paulo Monteiro Barone)

O que o Centro de Ciências oferece?

O Centro de Ciências conta com sete atrações. Dentre estas, seis são fixas e transitam pelas mais diversas áreas. No campo da biologia, figuram as exposições “Célula ao Alcance da Mão” e o Espaço Interativo do Museu de Malacologia. Já na área da Química, se destaca a Tabela Periódica Interativa, que, com o auxílio da tecnologia, nos ajuda a entender a história dos elementos químicos e seus papéis em nosso cotidiano. Referentes à astronomia, estão o aguardado Observatório Espacial e a sala de exposição do Museu de Arqueoastronomia. O primeiro é dotado de um telescópio fixo de 20 polegadas, além de dez telescópios móveis, incluindo um específico para observação do Sol. E o céu não é o limite: através dos demais aparelhos, também será possível observar estrelas, lunações, crateras lunares e planetas do nosso sistema solar, por exemplo.

O Centro ainda contará com a exposição Aprenda Brincando, que disponibiliza experimentos interativos de física, que demonstram os conceitos da área através de materiais recreativos. Além das atrações fixas, o Centro conta com um salão que poderá receber exposições itinerantes. Atualmente, o espaço contará com a exposição Energia Nuclear, que é uma parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e permanecerá até o fim de 2018. Ela conta com experimentos que permitem que os visitantes vejam, na prática, as teorias estudadas na física nuclear.

(Foto: Alexandre Dornelas)

Deputada federal e reitora da UFJF entre 1998 e 2006, Margarida Salomão (Foto: Alexandre Dornelas)

“No Brasil, a educação que oferecemos para a ciência ainda está muito longe do necessário. Esse investimento oferece condições muito melhores de crescimento na área, aproxima a universidade da população e incentiva o interesse pela ciência.” (deputada federal e reitora da UFJF entre 1998 e 2006, Margarida Salomão)

A estrutura do Centro ainda abarca três auditórios, quatro laboratórios de ciências e sala de informática. Parte das instalações já foi utilizada durante a Semana de Ciência e Tecnologia do ano passado, para eventos como a Feira de Ciências, Mostra de Extensão e apresentação de trabalhos do Seminário de Iniciação Científica, atendendo não apenas alunos e professores da UFJF, como também estudantes de escolas de ensino fundamental.

Série especial Centro de Ciências – Museu de Malacologia

Série especial Centro de Ciências – Museu de Arqueologia e Etnografia Americana

Série especial Centro de Ciências – Livros lançados

Pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa da UFJF, Mônica de Oliveira (Foto: Twin Alvarenga)

“O Centro de Ciências dialoga com a pesquisa na medida em que essa só tem razão de ser quando realizada dentro de uma Universidade pública, quando ela tem um fim social, quando ela transforma o seu entorno, quando ela chega até a sociedade. Para isso, ela precisa de divulgação científica.” (pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa da UFJF, Mônica de Oliveira)

(Foto: Ciro Cavalcanti)

Professor de Física e Astronomia, Cláudio Teixeira mostra um dos telescópios do Centro de Ciências (Foto: Ciro Cavalcanti)

 

“A cidade está aguardando um espaço como esse em Astronomia já há quase 40 anos. Todo esse resultado culminou do nosso trabalho aqui e daqueles que nos antecederam, como o professor Nelson Travnik e o professor Resende Guedes, que não posso deixar de citar e que, infelizmente, já não está entre nós.” (professor de Física e Astronomia e colaborador do Centro, Cláudio Teixeira). 

 

Vice-reitora da UFJF, Girlene da Silva (Foto: Twin Alvarenga)

 

 

“Ao incorporar o Museu de Malacologia e de Arqueologia e Etnologia Americana, também possibilitamos que a sociedade compartilhe outros acervos que a universidade ainda não tinha a possibilidade de disponibilizar de uma forma tão estruturada. Se aquele embrião de um Centro de Ciências com estrutura pequena e com poucas possibilidades já conseguia fazer a interação com a comunidade, nossa perspectiva é de, que com um espaço mais ampliado e com mais exposições, nós possamos fazer ciência de uma forma muito mais efetiva.” (vice-reitora da UFJF, Girlene Alves da Silva)

Reitor da UFJF entre 1994 e 1998, Renê Matos (Foto: Twin Alvarenga)

“No meu tempo de estudante, tínhamos feiras para apresentar a universidade ao público. Hoje, com um espaço desses, existe um incentivo para a aproximação do campus com a sociedade. É uma forma da Universidade romper com a ideia de que esse espaço não é de todos. Nós precisamos continuar esse trabalho.” (reitor da UFJF entre 1994 e 1998, Renê Matos)

Pró-reitora de Extensão da UFJF, Ana Lívia Coimbra (Foto: Twin Alvarenga)

É um espaço aberto para a comunidade, que envolve alunos de diversas áreas e permite que a comunidade tenha acesso ao conhecimento que vem sendo produzido aqui dentro, despertando o interesse para vocações ligadas à ciência.” (pró-reitora de Extensão da UFJF, Ana Lívia Coimbra)

(Foto: Alexandre Dornelas)

Diretor de Inovação da UFJF, Ignácio Delgado (Foto: Alexandre Dornelas)

“É muito importante porque é um instrumento de divulgação do conhecimento científico e, ao mesmo tempo, de mobilização da comunidade para buscar nesse conhecimento uma forma de resolver seus problemas. Não é só um grande mostruário da história do conhecimento no mundo, no Brasil, na Universidade. É também uma ferramenta importante para despertar nas pessoas esse entendimento de que, sem o conhecimento, é impossível transformar a vida.”
(diretor de Inovação da UFJF, Ignácio Delgado)

 

Coordenadora Programa de Popularização da Ciência e da Tecnologia da SINT, Marina Andrade (Foto: Twin Alvarenga)

Coordenadora do Programa de Popularização da Ciência e da Tecnologia da SINT, Marina Andrade (Foto: Twin Alvarenga)

“A importância desse centro afeta muito mais do que a cidade de Juiz de Fora, que é um palco de referência no estado. Em termos de popularização da ciência, esse Centro se tornará uma das principais referências para nós, que desejamos suscitar e provocar vocações científicas, e para que outras universidades façam iniciativas semelhantes.” (coordenadora do Programa de Popularização da Ciência e da Tecnologia da Superintendência de Inovação Tecnológica, Marina Andrade)

Coordenador acadêmico do Centro de Ciências, José Roberto Tagliati (Foto: Twin Alvarenga)

Coordenador acadêmico do Centro de Ciências, José Roberto Tagliati (Foto: Twin Alvarenga)

“O Centro de Ciências é um sonho antigo e mostra o resultado de um trabalho muito grande, depois de muito tempo de luta. Enfim, podemos oferecer a comunidade acadêmica e à sociedade como um todo, um lugar que é público e que gostaríamos que todos viessem conhecer, para que de fato a ciência seja vista como algo incorporado às nossas vidas.” (coordenador acadêmico do Centro de Ciências, José Roberto Tagliati)

Astrônomo renomado, Nelson Travnik (Foto: Alexandre Dornelas)

Astrônomo renomado, Nelson Travnik (Foto: Alexandre Dornelas)

“A Universidade está de parabéns. É um longo passo para aprimorar quatro grandes áreas: pesquisa, ensino, extensão e divulgação científica. Hoje, mediante técnicas especiais para filtrar a poluição atmosférica, por exemplo, é possível que o Centro também se torne referência em projetos de pesquisa.” (astrônomo Nelson Travnik)

Secretário de Desenvolvimento Econômico de Juiz de Fora, João Matos (Foto: Twin Alvarenga)

Secretário de Desenvolvimento Econômico de Juiz de Fora, João Matos (Foto: Twin Alvarenga)

“O projeto vem de encontro a isso que temos feito, ao longo do tempo, que é incentivar cada vez mais o turismo de pesquisa, da parte científica e de negócios da cidade.” (secretário de Desenvolvimento Econômico de Juiz de Fora, João Matos)

 

 

Reitor da UFJF entre 1990 e 1994, José Passini (Foto: Produção UFJF/Divulgação)

“Felizmente, a Universidade não se estagnou. Quando fiquei sabendo da construção deste novo espaço, fiquei muito feliz. Acredito que será muito importante para a UFJF e para a comunidade, que poderá ter contato com uma produção de qualidade.” (Reitor da UFJF entre 1990 e 1994, José Passini)

Moradora de 12 anos do Dom Bosco, Raíssa Batista (Foto: Twin Alvarenga)

Moradora de 12 anos do Dom Bosco, Raíssa Batista (Foto: Twin Alvarenga)

“Eu acho legal porque toda criança que chegar aqui vai achar interessante, vai brincar. Gostei muito do trenzinho, da tabela e de todas as atrações. Eu acho que aqui vai ser o lugar mais visitado do mundo. Pelo pouco que eu vi aqui, está muito legal.” (moradora de 12 anos do Dom Bosco, Raíssa Batista)

 

Outras informações:  (32) 2102-6913 / (32) 2102-6914 / (32) 2102-6923