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Reitor Marcus David falou da importância em implantar políticas estudantis que possibilitem “a permanência dos alunos com todo tipo de apoio e suporte necessários” (foto: Gustavo Tempone/UFJF)


O sorteio das chaves dos quartos da Moradia Estudantil e a assinatura do Termo de Ocupação foram realizados no final da tarde desta terça-feira, 27, na UFJF. Durante o evento, foram beneficiados um total de 66 estudantes selecionados por meio de
edital lançado pela Pró-reitoria de Assistência Estudantil (Proae). Os estudantes poderão se mudar para as habitações a partir desta quarta-feira, 28, quando ocorrerá um café da manhã na Moradia, a partir das 9h.

Na solenidade do sorteio das chaves, o reitor Marcus Vinicius David fez algumas reflexões pertinentes ao momento histórico vivido pela UFJF. Ele apontou que desde o período da campanha, a preocupação com a permanência dos estudantes dentro da instituição esteve presente nos planos da atual gestão. “Quando começamos o projeto de reconstrução da Universidade, o desafio que ficava claro era o desejo de ser capaz de promover e implantar políticas estudantis que possibilitassem a permanência dos alunos com todo tipo de apoio e suporte necessários.”

Outro aspecto levantado por Marcus David foi o simbolismo representado pelo momento. De acordo com o reitor, o ato de esta ser a primeira obra finalizada pela gestão demonstra o real interesse da equipe pelos seus alunos. “É um sinal claro de que essa foi a prioridade da nossa gestão, principalmente com as atuais condições políticas e econômicas do Brasil. Mesmo com restrição de recursos, conseguimos fazer destinação financeira para finalizar esta obra e suas demandas.”

Para o pró-reitor de Assistência Estudantil, Marcos Freitas, este período marca uma nova fase para a Instituição. Ele destacou que, além de representar um momento histórico, esta é a primeira Moradia da UFJF, sendo que este é um equipamento fundamental para a permanência dos alunos da graduação, pois “garante um espaço interno para todos aqueles estudantes que possuem uma dificuldade financeira a concluir suas atividades acadêmicas com mais tranquilidade.”

A coordenadora de Movimentos Sociais do DCE, Leda Mendonça, enfatizou que “essa é uma conquista muito grande, além de fazer parte de um processo histórico para os estudantes da instituição.” Ela ressaltou que esta demanda vem de anos atrás e que é uma luta antiga de vários estudantes.

Além disso, Leda destacou aos estudantes a necessidade de se utilizar o espaço com responsabilidade e zelo. “É um direito que está sendo entregue e temos que cuidar dele. É um passo essencial para que se repense as políticas de permanência, por isso a gente precisa ter cuidado para conquistar esse e outros direitos.”

Uma nova oportunidade para os estudantes

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Vice-reitora, Girlene Silva, entrega as chaves a uma das estudantes contempladas (foto: Gustavo Tempone/UFJF)

Yanca Fernandes Vicente tem 21 anos. Deixou sua cidade natal, Presidente Bernardes – MG, para ingressar no curso de Medicina Veterinária da UFJF. A estudante do segundo período foi a primeira sorteada a receber as chaves do lugar que irá chamar de lar até o final da graduação.

“Além de estar bem próxima à UFJF e não ter deslocamento, os gastos serão menores”, disse a aluna. Outro aspecto destacado por ela, é a questão relacionada à segurança garantida na permanência do curso e a melhor possibilidade de finalizar a graduação com um melhor aproveitamento. “Eu sei que vou poder ficar aqui os cinco anos e meus pais não terão que se preocupar com mais um gasto, além de saberem que eu estarei bem cuidada. Felicidade é o que me descreve neste momento”, afirmou.

Igor de Oliveira Vasconcelos cursa o terceiro período de administração. Ele veio de Leopoldina e acredita que a proposta de moradia fixa e as assistências da Instituição irão garantir a realização da sua graduação. “O sentimento de poder chamar este lugar de casa me deixa bastante empolgado.”

Assegurar a moradia para estudantes que não tem condições de permanecer na Universidade é o compromisso da UFJF segundo a vice-reitora, Girlene Silva. Ela enfatizou que para o acesso ao ensino superior não basta apenas permitir que o estudante entre, mas garantir que ele conclua plenamente sua graduação e “a possibilidade de moradia para alguns estudantes, com a proteção da Universidade, é uma das certezas relacionadas às políticas estudantis que permitem que os alunos possam terminar seus cursos.”

Girlene ressaltou também que este auxílio pode ser um atrativo para novos estudantes se interessarem pela UFJF, mas “que nós queremos que os alunos nos procurem pelo conjunto de ações realizadas que vão além da moradia. A gente tem clareza que assegurar a estadia é fundamental, mas o compromisso com os nossos discentes sempre será prioridade.”

 Investimento da Gestão

Para que essa demanda histórica saísse do papel fez-se necessário um trabalho em equipe de toda a gestão da Universidade, com a participação efetiva do Diretório Central dos Estudantes. O pró-reitor de Assistência Estudantil, Marcos Freitas, afirma que a atuação do DCE junto à gestão universitária foi fundamental para a concretização desta demanda. “Pegamos prédios fechados por mais de 4 anos. Foi fundamental a criação de um fórum e, desde o início, o DCE foi fantástico na totalidade de sua contribuição. Vimos um processo com participação efetiva dos estudantes.”

O pró-reitor frisou que a atuação de toda a gestão foi ponto fundamental para a finalização deste projeto. “Esse não é um projeto individual, mas que contou com todos para que possamos chegar ao dia de hoje. É um momento histórico e o que a gente pretende é que essa moradia seja um espaço de acolhimento aos nossos estudantes.”

O reitor Marcus David pontuou que no atual momento de crise econômica e política, garantir permanência dos estudantes na UFJF é a forma encontrada para democratizar o ensino superior de qualidade. “Essa é a primeira vez, em mais de 60 anos, que temos a experiência de uma moradia estudantil. Dizer da nossa felicidade de estar podendo cumprir esse compromisso é pouco, o que queremos é desejar felicidades para vocês nesta nova fase da vida que se inicia.”

Regulamento

Os alunos beneficiados terão que seguir o Regulamento Geral da habitação aprovado pelo Conselho Superior da UFJF (Consu), em abril. O documento estipula os direitos e deveres dos acadêmicos que ocuparão a Moradia nos blocos A e B, localizados no bairro São Pedro, próximo à Instituição. Entre as responsabilidades, os moradores devem zelar pela conservação dos móveis e não podem alugar nenhum espaço físico da Moradia ou objeto que faça parte do patrimônio da Universidade.

Para que os habitantes possam participar ativamente das decisões, haverá uma Comissão de Moradores, composta por quatro representantes de cada bloco, eleitos em assembleia. Todos têm o direito de se candidatar a representantes e de participar da votação e  reuniões convocadas pela Comissão.

Segundo o professor Marcos Freitas, a primeira responsabilidade da Comissão é a elaboração do Regimento Interno dos moradores. “Os moradores têm uma tarefa de constituir o Regimento Interno, através de sua Comissão, para organizar o começo da Moradia.”

A Comissão de Moradores, a Coordenação da Moradia Estudantil (formada por representantes da Proae) e o Conselho Diretor (composto por representantes estudantis, moradores que não participam da Comissão e representantes da Universidade) serão os responsáveis pela administração e por deliberações sobre a Moradia.

Outras informações:  (32) 2102-3777 – Pró-reitoria de Assistência Estudantil