Com o objetivo de discutir como aplicar a Lei 13.409, de 28 de dezembro de 2016, que reserva vagas para alunos com deficiência egressos de escola pública nos cursos técnicos de nível médio e ensino superior das instituições federais, a Pró-reitoria de Graduação (Prograd) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em parceria com a Diretoria de Ações Afirmativas (Diaaf) organizaram, nesta quinta-feira, dia 8, às 14h, a mesa-redonda “Desafios do acesso e permanência dos estudantes com deficiência no ensino superior”.

O evento contou com representantes de pró-reitorias e diretorias da Universidade e foi presidido pelas professoras Maria Elisa Caputo Ferreira e Luciana Pacheco Marques, além da presença de estudantes e servidores da UFJF com deficiência. O debate foi realizado no Centro de Ciências da instituição e foram discutidos o acolhimento e a permanência de acadêmicos com deficiência ou que a adquiram ao longo da graduação.

Na última edição do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que se encerrou no dia 1º de junho, 156 vagas em 42 cursos da UFJF foram destinadas aos grupos A1, B1, D1 e E1, nos dois campi. A professora dos programas de Pós-Graduação em Psicologia e Educação Física da UFJF, Maria Elisa Caputo Ferreira, explicou que a dificuldade de acesso ao nível superior começa desde os níveis básicos de ensino. A docente também apresentou estatísticas sobre o sexo, área de conhecimento, período das graduações e tipo de deficiência (auditiva, visual ou física), apuradas em 2009, quando havia apenas oito graduandos na UFJF com deficiência. “É preciso analisar desde a base para podermos refletir sobre o acesso à Universidade e, depois, assegurarmos a permanência e adequar o acolhimento a estes alunos”.

Já Luciana Marques, professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFJF, luta pela inclusão de pessoas com deficiência em instituições de ensino na cidade em todos os níveis, desde a década de 1980. Ela relembrou o processo para conquistar e implementar ações afirmativas e de acessibilidade na Universidade e destacou que além das barreiras físicas, as atitudes precisam ser trabalhadas com toda a comunidade. “A inclusão passa por este processo de entender a diferença do outro, reconhecer que cada um tem necessidades próprias, e é necessário adaptar os recursos didáticos para estes alunos”.

O diretor de Ações Afirmativas, Julvan Moreira de Oliveira, afirmou que as questões levantadas têm sido avaliadas para melhorar a inclusão no campus. O pró-reitor adjunto de Graduação, Cassiano Caon Amorim, explicou as delimitações técnicas e orçamentárias da instituição, mas reforçou que “todos são bem-vindos à UFJF e fazemos o máximo para que todos se sintam assim. A Universidade precisa ser desafiada e, por isso, haverá outros encontros para que as demandas sejam explicitadas e as soluções debatidas”.

Outras informações: (32) 2102-3975 Pró-Reitoria de Graduação secretaria.prograd@ufjf.edu.br

Atualizada em 09/06 às 15h54