mestrado ambiente construído

Para Fabrício Souza Dias, características dos projetos arquitetônicos das novas galerias estão alinhadas com o contexto atual da sociedade (foto: Iago de Medeiros/UFJF)

Mesmo no tempo dos Shopping Centers, a rede de galerias comerciais do Centro de Juiz de Fora segue viva e atuante. Com o objetivo de analisar a construção de novas galerias, o mestrando Fabrício Souza Dias desenvolveu a dissertação “As galerias comerciais de Juiz de Fora após os anos 2000: projetos e agentes.” A pesquisa foi apresentada nessa quarta-feira, 12, no Programa de Pós-Graduação em Ambiente Construído (Proac), da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Em seu estudo, Fabrício Dias verificou a história das galerias na cidade e identificou os agentes produtores desses empreendimentos, uma novidade em relação a trabalhos anteriores sobre o tema. “A pesquisa conta com revisão bibliográfica, coleta de dados de arquivos históricos, observação empírica. Indo às galerias, a gente pode observar características do projeto arquitetônico. O trabalho também conta com entrevistas dos agentes identificados na produção dessas galerias, os arquitetos e os empreendedores imobiliários.”

A dissertação é focada em duas galerias construídas recentemente na região central de Juiz de Fora (Pátio Central, entre as ruas Braz Bernardino e Espírito Santo, e Marechal Shopping, entre as ruas  Marechal Deodoro e Mister Moore). Segundo o mestrando, os espaços foram construídos de acordo com demandas da atualidade.

“Nós identificamos as características dos projetos arquitetônicos das novas. Elas estão alinhadas com o nosso tempo: usam materiais atuais, têm feições do projeto arquitetônico contemporâneo. Uma delas tem estacionamento, devido às demandas atuais. E ambas não possuem pavimentos superiores.”

Vantagem para pedestres e comerciantes

A rede de galerias do Centro representa um incremento na mobilidade dos pedestres. De acordo com o professor orientador da pesquisa, Frederico Braida Rodrigues de Paula, os espaços geram maiores possibilidades para quem anda pela região.  

“Como no Centro de Juiz de Fora, há ruas muito compridas, as galerias criam passagens entre elas. Do ponto de vista do comerciante, é interessante, porque permite o pequeno empreendedor que teria dificuldades para ficar em uma região central, pagando um aluguel em uma loja de rua, conseguir se manter. Como é um condomínio, todos pagam para manter o local. E, com isso, gera-se uma maior diversidade.”

O fator econômico também foi apontado pelo mestrando Fabrício Souza Dias. Na visão dele, a especulação imobiliária tem papel fundamental na construção de novas galerias. “O Centro de Juiz de Fora propicia um ambiente consolidado para a construção de novas galerias. E, quando eu falo do Centro, foco no triângulo central, entre as avenidas Presidente Itamar Franco, Getúlio Vargas e Barão do Rio Branco. Onde o modelo é inexistente, a galeria tem coerência porque alimenta a rede que já existe.”

A pesquisa foi desenvolvida no Grupo de Pesquisa Ágora, do Programa de Pós-Graduação em Ambiente Construído.

Contatos:
Fabrício Souza Dias (mestrando)
fabriciodiasdesign@gmail.com

Prof. Dr. Frederico Braida Rodrigues de Paula (orientador – UFJF)
frederico.braida@ufjf.edu.br

Prof. Dr. José Gustavo Francis Abdalla (co-orientador – UFJF)
gustavo.francis@ufjf.edu.br

Banca Examinadora:
Frederico Braida Rodrigues de Paula (orientador – UFJF)
José Gustavo Francis Abdalla (co-orientador – UFJF)
Antonio Ferreira Colchete Filho (UFJF)
Heliana Comin Vargas (USP)

Outras informações: (32) 2102-6465 – Programa de Pós-Graduação em Ambiente Construído (Proac)