“A inovação não deve ser um fenômeno que se espera, mas sim um resultado que se produz” (Foto: Lucas Guedes)

“A inovação não deve ser um fenômeno que se espera, mas sim um resultado que se produz”, diz Reginaldo Arcuri (Foto: Lucas Guedes)

“A inovação não deve ser um fenômeno que se espera, mas sim um resultado que se produz”, enfatizou o presidente do Grupo FarmaBrasil, Reginaldo Arcuri, ao ministrar a palestra “A indústria farmacêutica nacional: balanço e perspectivas” na noite da última quinta-feira, 23, a convite do Grupo de Trabalho Desenvolvimento e Inovação na Mata Mineira (GDI-Mata). O evento reuniu representantes do poder público, entidades representativas, empresários do ramo e pesquisadores de diversas áreas para discutir a situação do setor, as políticas a ele dirigidas e seus desdobramentos para o sistema de saúde e a economia brasileira.

Para a secretária municipal de Saúde, Elizabeth Jucá, o encontro reforçou a importância de se considerar os impactos diretos e indiretos do desenvolvimento econômico no fortalecimento do sistema de saúde. “É preciso pensar sempre nessa perspectiva. Desenvolvendo a cidade, aumentamos a arrecadação tributária e, consequentemente, direcionamos mais recursos para a área. Além disso, se estimularmos cada vez mais a pesquisa voltada para a indústria farmacêutica, também nos ajudamos localmente, barateando a aquisição de insumos ou mesmo a logística desse processo”, destaca ela.

“Na virada do século XIX para o século XX, Juiz de Fora era um cluster de inovação”, avaliou Arcuri. “Tínhamos excelentes colégios, um sistema financeiro próprio e introdução de tecnologias totalmente disruptivas – tais como a energia hidroelétrica e a telefonia. Somado isso, contávamos com um grupo empresarial e um conjunto de profissionais de excelente qualidade, capacitados para operar as indústrias. Durante um breve momento, isso mostrou que podíamos criar inovação e gerar desenvolvimento, um movimento que pode ser reproduzido. Para isso, precisamos de articulação, objetivos, esforço e dedicação”.

Evento reuniu representantes do poder público, entidades representativas, empresários do ramo e pesquisadores de diversas áreas para discutir a situação do setor (Foto: Lucas Guedes)

Evento reuniu representantes do poder público, entidades representativas, empresários do ramo e pesquisadores de diversas áreas para discutir a situação do setor (Foto: Lucas Guedes)

Ainda segundo Arcuri, não é necessário criar iniciativas do zero, “mas utilizar as potencialidades das instituições da região e vetorizá-las, fazendo com que a união de forças promova as mudanças necessárias e gere resultados”, opinião reforçada pelo diretor de Inovação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Ignacio Delgado. Para ele, o evento revelou uma grande capacidade de mobilização na qual a cidade pode investir, sobretudo na consolidação do Complexo Econômico e Industrial da Saúde (Ceis), envolvendo empresas de medicamentos e de equipamentos médicos, bem como a Universidade, com suas expertises.

“O tema é instigante e o interesse reuniu pesquisadores da Química, Medicina, Farmácia e Biologia. A ocasião deve ser reconhecida, pois provocou o diálogo entre o ambiente acadêmico e um representante de uma indústria farmacêutica de capital nacional que, por meio da inovação, vem conseguindo alcançar uma posição importante no mercado brasileiro e se projetando no internacional”, comenta Delgado. “Essa convergência mostra que a cidade tem uma vocação nessa direção, e que esse pode ser um caminho para a afirmação da economia regional”.

Trabalho em rede

O GDI-Mata é uma iniciativa oriunda de uma articulação iniciada em junho do ano passado e é aberta à participação e colaboração de organismos e entidades empenhados no desenvolvimento regional. Seu objetivo é a revitalização da economia da Zona da Mata mineira, por meio da cooperação das instituições de ensino e pesquisa com o poder público, entidades e setores empresariais, visando à elevação da capacidade e da disposição das empresas da região para inovar. Com isso, o Grupo espera favorecer o desenvolvimento sustentável e o bem estar social.

Em julho do ano passado, a UFJF, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e outras nove entidades assinaram uma Portaria conjunta e uma Carta de Intenções, oficializando a criação do Grupo. Desde então, as entidades que forma a rede do Grupo vem trabalhando organizadas em cinco áreas temáticas: Agronegócio, Comércio, Indústria, Serviços e Turismo; e viabilizando, por meio do Portal de Negócios e Inovação lançado em outubro, parcerias e convênios entre setor produtivo e instituições de pesquisa da região.

Outras informações: (32) 2102-3435 (Núcleo de Comunicação do GDI-Mata)