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Os três workshops trouxeram atividades práticas relacionadas a arquitetura de interiores para os participantes do evento. (Foto: Luiz Carlos Lima)

“Arquitetura de Interiores em Juiz de Fora: Desafios e Perspectivas” foi tema de evento realizado, na última quarta-feira, 22, pelo Projeto IN, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal de Juiz de Fora (FAU\UFJF), em parceria com o Projeto Acessibilidade no Interior. Profissionais e estudantes debateram sobre a arquitetura de interiores e os caminhos possíveis da área na cidade. A programação contou com três workshops e uma mesa redonda com cinco palestrantes de diferentes campos de atuação da arquitetura.

O início do encontro foi marcado pelas atividades dos Workshops, no Galpão da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, e foram abordados os temas ”fotografia e representação”, a partir de aspectos como visualização do espaço por perspectivas diferentes; “V-ray na arquitetura de interiores: a criação de imagens realistas”, em que ensinou-se princípios básicos sobre a renderização em programa de computador, iluminação, materiais e sobre como criar materiais mais realistas. No Workshop sobre “como gerar acessibilidade no patrimônio histórico”, foi apresentado o desafio em lidar com um patrimônio histórico sem alterar sua leitura, mas, ao mesmo tempo, sendo capaz de garantir acessibilidade às pessoas.  

A estudante do 8º período de Arquitetura e Urbanismo da UFJF, Thaiane de Oliveira Quinelato, optou por participar do Workshop “fotografia e representação” em busca de conhecimento extracurricular. “Estou quase me formando e, como futura profissional, tenho que saber, por exemplo, algumas regras que foram passadas. Aprendi a necessidade do enquadramento, a pensar sempre nas linhas retas, essas questões e detalhes mudam completamente sua foto. Meu olhar está mais bem direcionado”.

Num segundo momento, o evento apresentou a mesa redonda “Arquitetura de Interiores em Juiz de Fora: Desafios e Perspectivas” no Anfiteatro 2 do Edifício Engenheiro Itamar Franco. A dinâmica contou com cinco palestrantes. Dentre elas, as arquitetas do escritório Orto Arquitetura Flávia Buzzinari, Isabela Feres e Luiza Vianna, que falaram sobre suas experiências no mercado de trabalho e sobre iniciar um escritório. Elas destacaram o processo de transposição da faculdade para o mercado de trabalho. “Temos que nos adaptar, porque na faculdade, muitas vezes, a gente se preocupa muito com a escala maior, com a escala externa dos edifícios, e o espaço interior acaba ficando como uma consequência. No dia a dia, a gente se descobre na escala menor e descobrimos novas formas de usar o conhecimento que já temos da própria faculdade”.  

A professora e arquiteta Clarice Godinho falou sobre o ponto de vista do ensino ao relacionar sua atividade como acadêmica e arquiteta. Arquiteta e representante do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Minas Gerais (CAU-MG), Ester Magalhães, levantou questões mais normativas sobre a profissão institucionalizada no Conselho.

Sobre quais seriam alguns dos desafios e perspectivas para a arquitetura de interiores, o coordenador do evento, Frederico Braida, aponta questões como o intercâmbio de saberes e o esclarecimento de ideias e conceitos. “Quando observada pelo senso comum, a área de arquitetura de interiores é entendida como decoração ou é vista como uma profissão voltada para as elites. O desafio é estabelecer-se enquanto área de conhecimento,  é criar uma imagem positiva da área e capacitar os alunos para atuarem bem. A perspectiva é ampliar, constantemente, o diálogo com profissionais do mercado: trazer pessoas para dentro da universidade e levar o corpo docente para circular em outras instituições”.