Dissertação de mestrado Educação Pública

Ielva Bentes Galdino pesquisou três instituições de Manaus, inseridas na Coordenadoria de Educação, onde ela atua como coordenadora do Ensino Médio (foto: Júlia Lima/UFJF)

Com a proposta de oferecer sugestões que pudessem melhorar a qualidade de vida dos professores e minimizar a condição de ausência em relação ao ambiente de trabalho, a mestranda Ielva Bentes Galdino defendeu, nessa quinta-feira, 23, a dissertação “Absenteísmo docente decorrente de enfermidades na rede pública do estado do Amazonas: um estudo de caso em três escolas do município de Manaus/AM”. A acadêmica desenvolveu a pesquisa por meio do Programa de Pós-graduação em Gestão e Avaliação da Educação Pública, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Para o estudo, foi feito um recorte no qual foram analisadas três escolas públicas do Estado do Amazonas.

Foram selecionadas três instituições localizadas em Manaus e inseridas na Coordenadoria de Educação onde a acadêmica atua como coordenadora do Ensino Médio. O foco inicial da pesquisa era analisar relatórios sobre quais doenças mais atingem os professores no Estado do Amazonas. A mestranda relata que, logo no início, contatou-se o problema de que a Secretaria de Educação não produz esses documentos, o órgão apenas solicita a emissão deles através da Secretaria de Administração do Estado.

Assim que o acesso aos documentos foi possível, a pesquisadora observou que as doenças osteomusculares, que prejudicam as articulações, devido aos movimentos repetitivos de braço são as mais frequentes. A partir daí, por meio do Sistema de Gestão Escolar, o qual permite a inclusão de novas formas de relatório a cada ano, o estudo propôs a inclusão de um relatório específico sobre as doenças que atingem os professores. Com o intuito de que, a partir desses dados, a Secretaria de Educação pudesse formular e implantar políticas públicas direcionadas a essas doenças.  

Para detectar quais as medidas são tomadas nas escolas em relação ao absenteísmo dos docentes, entrevistas foram aplicadas aos gestores e a três professores de cada uma das instituições de ensino, além de uma pessoa da Secretaria de Educação. A partir do procedimento, verificou-se a falta de uma estratégia específica para lidar com as ausências. “Vimos que há poucas medidas em relação a aula que fica em branco de uma disciplina. Há, um sistema de aulas aos sábados, por exemplo, mas nada direcionado especificamente ao processo de absenteísmo”, aponta Ielva.

A mestranda conta que resolveu se aprofundar no tema graças a sua experiência como coordenadora e ao observar uma complicação na organização pedagógica. “Toda vez que visitamos a escola, um dos problemas é esta estar desorganizada, com alunos fora da sala, sem aula, devido às ausências de professores enfermos. É algo recorrente e importante de ser tratado”.

O professor orientador, Marcos Tanure Sanábio, destaca os dados levantados durante a pesquisa. “Ela estuda a questão do absenteísmo no corpo docente do Amazonas, então isso é feito de uma forma específica; além disso, há o levantamento sobre os tipos de adoecimento desse corpo docente, o que a torna uma pesquisa importante”, pontua. Sanábio atenta, ainda, para a relevância e a recorrência com que o tema tem sido abordado. “Esta é a terceira dissertação que envolve esse assunto da qual participo. Então é interessante criar uma linha de discussões sobre isso, saber o que ocorre em cada lugar e fazer um processo comparativo.”

Contato:
Ielva Bentes Galdino (Mestranda)
ielvabentes@sduc.net

Prof. Dr. Marcos Tanure Sanábio (Orientador)
mtanure.sanabio@ufjf.br

Banca Examinadora:
Marcos Tanure Sanábio (UFJF)
Carolina Alves Magaldi (UFJF)
João Assis Dulci (UEMG)

Outras informações: (32) 4009-9319 – Programa de Pós-graduação em Gestão e Avaliação da Educação Pública