Dissertação de mestrado Educação Pública

Christianne Guimarães Fournier defendeu a dissertação no último dia 16, no Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (CAEd) da UFJF (foto: Luiz Carlos Lima/UFJF)

A mestranda Christianne Guimarães Fournier defendeu a dissertação de mestrado “A política educacional de centralização, responsabilização e avaliação no estado do Rio de Janeiro: um estudo de caso sobre os desafios e dificuldades da atuação dos AAGEs nas escolas da regional metropolitana III”. O estudo foi realizado por meio do Programa de Pós-Graduação em Gestão e Avaliação da Educação Pública (PPGP), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

A pesquisa investigou a atuação dos Agentes de Acompanhamento de Gestão Escolar (AAGEs) na educação pública estadual do Rio de Janeiro. Esses agentes foram implantados pela secretaria de educação do estado, para monitorar a execução do planejamento do órgão nas escolas.

Segundo a mestranda Christianne Fournier, a iniciativa gerou resultados positivos na educação pública do estado do Rio, mas causou estranhamento entre profissionais da educação. “Com o nosso acompanhamento, a secretaria controla o desempenho das escolas. A avaliação que havia era o ponto alto. Era tudo voltado para melhorar o desempenho nas avaliações externas. Algo vertical, vindo de cima para baixo. E isso gera resistência”, afirma.

Na avaliação do professor orientador da pesquisa, Marcelo Tadeu Baumann Burgos, a instauração de um modelo gerencialista levou uma lógica de escola privada para a educação pública, o que causou choque. Para o professor, o caminho está no diálogo: “a escola é um território muito complexo, especialmente quando se leva em conta que sua missão é a de ensinar e de educar para a democracia. Nisso a Constituição de 1988 é clara: devemos esperar da escola a socialização das novas gerações em uma cultura democrática. Disso se segue que a escola deve cultivar a participação e o diálogo. Nesse contexto, a implantação de um novo modelo de cima para baixo acaba encontrando um limite na falta de adesão de professores e profissionais da educação.”

A opinião do professor é compartilhada pela mestranda. Para Christianne Fournier, a melhoria vista nas avaliações, após a chegada dos agentes, não se justifica por si só. “Para que as coisas se fortaleçam, a gente tem que ir pro espaço da discussão, a gente tem que levar todo esse debate para quem vai executar as políticas. Há um tempo atrás, isso veio de cima para baixo, tem que mudar essa cultura. A política teve seus prós, mas também muitos contras”, conclui.

Pesquisa se soma a outras sobre a gestão da educação no Rio

Segundo o professor Marcelo Baumann, a dissertação defendida na última semana se junta a outras desenvolvidas no Programa de Pós-Graduação em Gestão e Avaliação da Educação Pública, sobre o modelo adotado no Rio de Janeiro.  “São trabalhos que nos ajudam a nos afastarmos da excessiva politização da questão que, em geral, aparece sob a polarização estéril entre aqueles que acusam tais iniciativas de ‘neoliberais’, e aqueles que acusam os que são contra de ‘corporativistas’, ‘sindicalistas’ ou ‘radicais’”, avalia Baumann.

Contato:
Christianne Guimarães Fournier (mestranda)
christiannegf@gmail.com

Prof. Dr. Marcelo Tadeu Baumann Burgos (orientador)
burgos@puc-rio.br

Banca Examinadora:
Marcelo Tadeu Baumann Burgos (orientador – PUC – Rio)
Roberto Perobelli de Oliveira (UFES)
Luciana da Silva de Oliveira (IF Sudeste MG)

Outras informações: (32) 4009 – 9319 Programa de Pós-Graduação em Gestão e Avaliação da Educação Pública