(Foto: Luiz Carlos Lima)

Estudantes acertaram mais de 80% das provas, nos três módulos (Foto: Luiz Carlos Lima)

Como estudam? Onde moram? De que se alimentam? Conversamos com alguns estudantes que obtiveram mais de mil pontos no Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism) na UFJF e eles contaram algumas estratégias que levaram à alta pontuação e consequente aprovação na Universidade. Se você imagina que há uma receita pronta, desista! Cada um possui um método próprio dentro de suas rotinas de estudo e (acredite) descanso.

No Pism, as notas de cada um dos três módulos são somadas para o resultado final, podendo o candidato fazer até 1.300 pontos. Cada etapa tem peso diferente e conta mais quem consegue se destacar no último ano. Além dos candidatos de Medicina, que tradicionalmente precisam de mais dedicação e horas de estudo por causa da grande concorrência, outros estudantes também mostraram nesta edição do Pism que são capazes de ultrapassar os mil pontos, acertando, portanto, pelo menos 77% das questões.

Neste processo, quem mais pontuou não foi um futuro médico, e sim o candidato de Engenharia Mecânica, Victor Peçanha Brittes, que conseguiu 1.175,3 pontos, 90,4% do total. Além do Pism, Brittes fez as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e prestou o Vestibular do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Após os resultados, optou por ingressar em Engenharia Aeroespacial no ITA, por ser sua primeira opção. “Meu foco principal era o ITA, então estudava praticamente só as matérias da área de exatas”, pontua.

abriel Ribeiro Brega, obteve 1.103,8 na ampla concorrência (Foto: Luiz Carlos Lima)

Gabriel Ribeiro Brega, obteve 1.103,8 na ampla concorrência (Foto: Luiz Carlos Lima)

Aprovada em primeiro lugar pelo Pism para Engenharia Elétrica com habilitação em Sistemas de Potência na UFJF, Ana Paula Zampier Abreu Alvarenga alcançou 1.018,6 pontos no grupo de ampla concorrência. Nascida em Muriaé (MG), Ana Paula fez o ensino médio em Juiz de Fora, e conta um pouco de sua estratégia para alcançar o resultado. “Sempre estudei de acordo com o que meu corpo mandava, forçar horas e horas de estudo por dia sem ter nenhum foco é a mesma coisa que nada. Cada um tem seu ritmo e cabe a si mesmo determinar o que é melhor em termos de absorção de conteúdo.”

“É importante se dedicar ao conteúdo, mas não se alienar ao mundo. As provas avaliaram muito mais conhecimento de mundo do que conteúdo programático em si”
Gabriel Ribeiro

Além de respeitar o próprio ritmo, Ana Paula observa que a dica para a aprovação é se preparar com antecedência: “Estude durante todo o ensino médio”. A estudante conta ainda que a escolha pela Engenharia Elétrica envolveu meses de pesquisa e leitura sobre o curso e espera que a universidade possa contribuir com um “leque amplo de oportunidades profissionais”.

O primeiro colocado para a Faculdade de Direito da UFJF, Gabriel Ribeiro Brega, obteve 1.103,8 na ampla concorrência. Juiz-forano, Brega estudou no Colégio dos Jesuítas e conta que, no início, teve bastante dúvida entre os cursos de Engenharia e Direito, mas optou pelo Direito, por ter mais afinidade com a área.   

O estudante também recorreu a uma dinâmica de estudos menos engessada.  “Nunca tive um horário fixo, porque tinha vários compromissos ao longo da semana. Domingo costumava estudar mais, principalmente as matérias que teria que fazer questões abertas”. Para ele, o que vale mesmo são as estratégias de estudo. “É importante se dedicar ao conteúdo, mas não se alienar ao mundo. Sempre buscar ver o que está sendo falado e comentado. As provas avaliaram muito mais conhecimento de mundo do que conteúdo programático em si”, indica.

Candidata a Engenharia Civil na UFJF, Nina Maciel Villela de Andrade, fez 1.039,5 pontos na ampla concorrência. Nina também conseguiu aprovação para a Faculdade de Engenharia na  Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, mas optou por ingressar na UFJF, devido à proximidade.

“Estude durante todo o ensino médio”
Ana Paula Zampier

Enquanto se preparava para as provas, Nina adotou uma maneira de estudar mais propícia à fixação dos conteúdos, através de leituras, marcações e exercícios, mas sabe que os métodos funcionam de acordo com o perfil de cada um. “As pessoas devem buscar o jeito de estudar que funciona melhor para elas, seja vendo aula, escrevendo, falando em voz alta. É só encontrar o que te atende melhor e investir.”

Aprovada em primeiro lugar pelo Pism para Engenharia Elétrica com habilitação em Sistemas de Potência na UFJF, Ana Paula Zampier Abreu Alvarenga alcançou 1.018,6 pontos no grupo de ampla concorrência (Foto: Luiz Carlos Lima)

Aprovada em primeiro lugar pelo Pism para Engenharia Elétrica com habilitação em Sistemas de Potência na UFJF, Ana Paula Zampier Abreu Alvarenga alcançou 1.018,6 pontos no grupo de ampla concorrência (Foto: Luiz Carlos Lima)

O momento de escolha da futura profissão nem sempre é simples, e a decisão pode ser acompanhada de dúvidas. A candidata Letícia Giancoli Jabour, de Juiz de Fora e aluna do Colégio Militar da cidade, conseguiu 1.001,4 pontos no grupo destinado aos alunos de escolas públicas para o curso de Psicologia na UFJF. Contudo, após algumas reflexões, a estudante conta que resolveu fazer Medicina na Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). “Senti que queria psicologia por que me interessava por saber como a mente funciona. Foi um período conturbado, mas eu decidi psicologia. O que ninguém esperava é que eu mudaria de ideia de novo no fim do ano, decidindo fazer medicina para entender o funcionamento da mente de forma mais química”, conclui.

Nesta edição do Pism, 48 candidatos dos dois campi conseguiram fazer mais de mil pontos, sendo 40 de Medicina e oito de outros cursos.