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Perante à banca examinadora, Paula Emília Gomes de Almeida mostrou que fez também revisão bibliográfica e utilizou dados da Defesa Civil (foto: Luiz Carlos Lima/UFJF)

A mestranda Paula Emília Gomes de Almeida, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPGCSO) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) defendeu nesta sexta-feira, 9, a dissertação “Mudanças e permanências nas percepções e práticas de redução de risco de desastre no município de Guidoval-MG.”

A pesquisa trata de um estudo de caso sobre um desastre decorrente de uma inundação que aconteceu em 2012 no município de Guidoval, localizado no interior da Zona da Mata de Minas Gerais. A intenção foi buscar identificar e entender como um evento dessa natureza afetou os habitantes da cidade. Da mesma forma, a investigação transcorreu no sentido de verificar como o fato poderia acarretar mudanças nas percepções e comportamentos sobre a redução de risco de desastres no âmbito individual, organizacional e institucional do município.

Por meio de revisão bibliográfica e também com os dados fornecidos pela Defesa Civil sobre a ocorrência de desastres e presença de instrumentos de redução de risco em território nacional, o estudo buscou  fazer um panorama geral das situações dos desastres. Posteriormente, foi realizado o trabalho de campo, com 32 entrevistas com moradores da região. As entrevistas foram analisadas, juntamente com documentos municipais que auxiliavam na compreensão da questão.

De acordo com Paula Emília, o interesse pelo tema surgiu por três razões: científico, social e pessoal. “Por conta da minha família residir em um município vizinho, e também por ter passado boa parte da infância em Guidoval. A cidade sempre teve um histórico de inundações, sobretudo porque ela margeia o rio  e, no âmbito prático e social, eu me questionava o motivo desse tipo de desastre ainda ser algo recorrente, concomitantemente à observação que pouca coisa era feita tanto pelo Estado quanto pela sociedade civil.” Já em relação ao campo científico, a acadêmica ressaltou que o interesse sociológico “era o de compreender se e de que maneira as percepções e comportamentos relativos à redução do risco de desastres se alteravam em virtude de tais eventos.”

A professora orientadora, Marta Mendes da Rocha, pontuou que a maioria dos municípios não conta com uma estrutura adequada de prevenção dos desastres e de redução dos danos causados por eles. “Faltam recursos humanos, financeiros e capacidades institucionais. Em face dessas deficiências, os municípios, sobretudo os mais pobres, encontram-se em situação muito vulnerável diante dos desastres. Os esforços de recuperação passam muito mais pela ativação de contatos e relações pessoais do que por procedimentos e protocolos padronizados e institucionalizados. Nesse sentido, a pesquisa contribui para lançar luzes sobre um tema muito importante, especialmente para a população de baixa renda que vive em áreas de risco.”

Banca examinadora

Marta Mendes da Rocha (UFJF)
Eduardo Salomão Condé (UFJF)
Teresa Cristina da Silva Rosa (UVV)

Outras informações (32) 2102-3113 – Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFJFppgcso@ufjf.edu.br