O II Simpósio de Literacia Midiática começa nesta segunda-feira, 31, na Faculdade de Comunicação (Facom) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Durante dois dias, o evento  discutirá a produção audiovisual fora do circuito comercial com representantes da sociedade civil, acadêmicos e profissionais que pensam novas formas de expressão e contribuem para o desenvolvimento das competências midiáticas dos cidadãos. As inscrições online estão abertas até esta sexta-feira, 28, e vale certificado. A programação completa está disponível na página do evento.

Organizado pelo projeto de pesquisa Observatório da Qualidade no Audiovisual, sob a coordenação da professora Gabriela Borges, o simpósio inclui em sua programação palestras e mesas de debate e reunirá convidados de renome. Um deles é o coletivo Mídia Ninja (Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação), que é uma rede descentralizada de mídia e atua em mais de 150 cidades brasileiras. Conhecido pelo seu ativismo sociopolítico, O Mídia Ninja se coloca como uma alternativa à imprensa tradicional.

Outros coletivos que estarão no evento são o Intervozes e o Jornalistas Livres. O primeiro é composto por ativistas e profissionais com formação e atuação nas áreas de comunicação social, direito, arquitetura, artes, dentre outras, distribuídos em 16 estados brasileiros. A segunda organização soma diversos coletivos de mídia livre, artistas, jornalistas independentes, repórteres, editores, fotógrafos e cinegrafistas, empenhados em praticar um jornalismo que ajude a enfrentar o desrespeito aos direitos humanos e sociais no Brasil.

Outros destaques são a presença de Lalo Leal, apresentador do programa Ver TV, e de Ivana Bentes, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Também estarão presentes no simpósio representantes da Rede Interuniversitária Euroamericana de Investigação sobre Competências Midiáticas (Alfamed), que vão apresentar os primeiros resultados dos seus trabalhos. O evento faz parte da V Global MIL Week, iniciativa da Unesco que acontece entre 31 de outubro e 06 de novembro em diversos países para promover a mídia-educação.

De acordo com a professora Gabriela, essa discussão é muito pertinente pelo momento político que vivemos, pela necessidade do debate da democratização e  da regulação da comunicação, e também porque o Observatório se propõe a ser um espaço de diálogo sobre a produção do audiovisual contemporânea. “Nesse momento é muito importante trazermos pessoas que estão envolvidas com o debate da democratização da comunicação. Todos os nossos convidados têm essa preocupação de oferecer acesso a uma comunicação que seja mais plural, diversa e democrática.”  

A professora Gabriela ressaltou, ainda, a importância da participação dos alunos. “Queremos que os alunos tenham a oportunidade de discutir esse tema sob a perspectiva da Literacia Midiática. Ou seja, como nós podemos promover uma educação que está pautada na leitura crítica das mídias por um lado e por outro na produção criativa de conteúdos inteligentes e de qualidade. Esperamos formar profissionais mais conscientes, que tenham um olhar crítico sobre essa produção hegemônica e que queiram produzir conteúdos que façam a diferença e agregue valor na vida das pessoas.”

Outras informações: (32) 21012-3601/ 2102-3602 (Faculdade de Comunicação)