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Das três tecnologias vencedoras, duas foram desenvolvidas em parceria com a Universidade Federal de Viçosa; evento fez parte da 37ª Semana do Laticinista

Três projetos desenvolvidos pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), dois deles em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), foram ganhadores da segunda edição do InovaLácteos, evento que visa estimular o desenvolvimento de tecnologias de inovação para o setor de laticínios. O InovaLácteos aconteceu entre os dias 19 e 21 de julho, durante a 37ª Semana do Laticinista, em Juiz de Fora.

As duas primeiras tecnologias vencedoras foram desenvolvidas pelo pesquisador da UFV e ex-aluno da UFJF, Rodrigo Stephani, em parceria com Núcleo de Espectroscopia e Estrutura Molecular (NEEM) do Departamento de Química da UFJF. De acordo com o coordenador do NEEM, Luiz Fernando Cappa de Oliveira, o núcleo dispõe de um laboratório direcionado para análise de microestrutura de alimentos, o que agrega um diferencial aos trabalhos desenvolvidos. “Nós desenvolvemos um produto de excelência em termos das contribuições como alimento propriamente dito, mas fundamentalmente porque temos o conhecimento químico sobre as propriedades dos constituintes, o que é de enorme valia na produção desses novos materiais”, afirma Luiz Fernando. “Os prêmios são um voto de confiança no trabalho que temos desenvolvido e nos indicam que estamos no caminho certo, que é com o investimento e pesquisa nessa área de alimentos que conseguimos produzir mais e melhores produtos”, completa.

O projeto vencedor foi o “Pingo de Doce de Leite Probiótico”, uma forma de transformar a sobremesa em um produto de consumo individual que apresente aspectos saudáveis, através da adição de microrganismos benéficos, como no caso de iogurtes. “Nós pensamos se era viável adicionar esses microrganismos no doce de leite e não só transformá-lo em probiótico, mas dar um formato e uma característica que pudesse ser consumido individualmente pelas crianças”, explica Rodrigo.

Em segundo lugar, o “Evaporador multi-monitorado aplicado a P&D de derivados lácteos” trata-se de um equipamento que simula dispositivos industriais em escala de bancada, fornecendo informações necessárias para pesquisa e desenvolvimento de novos produtos lácteos. De acordo com Rodrigo, o evaporador foi utilizado para a elaboração do doce de leite probiótico, e foi criado justamente para suprir a falta de equipamentos para esse tipo de trabalho. “Existe uma demanda muito grande para projetos que precisam de equipamentos laboratoriais que permitam ter controle sobre o desenvolvimento que você está fazendo”, afirma. “Acabamos desenvolvendo um equipamento que não tinha no mercado para, internamente, conseguirmos desenvolver esses projetos. Da mesma forma que acabamos desenvolvendo para nós também podemos oferecer e desenvolver para a indústria.”

A tecnologia que ficou em terceiro lugar foi “Processo para detecção de resíduos de antiinflamatórios e antimicrobianos em leite”, dos professores do Departamento de Física da UFJF, Virgílio de Carvalho dos Anjos e Maria José Valenzuela Bell. Segundo Virgílio, muitas vezes o leite é retirado da vaca antes do período de carência de antibióticos, que podem estar presentes no produto. O projeto procura agilizar a detecção dessas substâncias e evitar a contaminação do leite. “Demora muito tempo para realizar os testes e, muitas vezes, quando detecta-se o problema, o leite já está na prateleira. Nós utilizamos técnicas ópticas para detectar antibióticos ou anti-inflamatórios em uma quantidade que seja regulamentada pela lei, de uma forma mais rápida”, diz.

InovaLácteos
O InovaLácteos visa estimular a inovação no setor lácteo, aproximando as tecnologias desenvolvidas em instituições de ensino da indústria de laticínios e sociedade. O evento foi organizado pela Agência de Inovação de Leite e Derivados – Polo do Leite, como parte da 37ª Semana do Laticinista, que aconteceu no Instituto de Laticínios Cândido Tostes, em Juiz de Fora.

A competição de tecnologias constituiu a “Vitrine da Inovação”, sessão realizada em parceria com o Sistema Mineiro de Inovação (SIMI), com o objetivo de fomentar inovações na cadeia agroindustrial do leite, por meio de capacitação e orientação profissional aos pesquisadores, de forma a tornar as propostas mais atraentes do ponto de vista empresarial.